terça-feira, 7 de março de 2017

O teorema da impossibilidade a critica e o Ifá.

Autor Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Quando comecei a escrever sobre Òrìsà e a religião tradicional Yoruba há alguns anos atrás, imaginei tudo que eu passaria divulgando uma religião que veio da África em meio a pessoas preconceituosas e ignorantes.

Não houve nenhuma surpresa durante esses anos, embora quase sempre existam pessoas despreparadas comentando aquilo que elas não conhecem.

A história humana sempre foi assim é com preconceito que os idiotas manifestam suas opiniões sobre aquilo que seus cérebros codificam como impróprio ou inaceitável.
Conforme divulgado pela revista Veja na edição do dia 19/02/2016 sobre a educação no Brasil, quase a totalidade dos brasileiros não tem condições de fazer uma analise coerente daquilo que está lendo.
O estudo no qual se baseia a revista mostra que no Brasil hoje 73% da população sabem ler e escrever, mas 65% das pessoas tem algum nível de dificuldade para interpretar um texto.
A pesquisa sobre alfabetização chamou atenção para a dificuldade que os brasileiros têm para entender o que leem.
De acordo com a pesquisa, só 8% dos brasileiros estão no melhor índice de alfabetização e conseguem ler e interpretar qualquer tipo de texto, sendo assim a possibilidade de receber críticas de pessoas desprovidas de critérios lógicos para formalizar um raciocínio aceitável é de 92%, esses números retratam as dificuldades enfrentadas por alguém que se disponha a escrever publicamente sobre qualquer assunto que seja, em um país que não se preocupa com a educação.
O programa das Nações Unidas (ONU) divulgou que o Brasil desceu um degrau no ranking do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) no ano de 2015, Programa das Nações Unidas o (Pnud) diz que o nosso país foi ultrapassado até pelo Siri Lanka, uma ilha ao sul da Índia com cerca de 21 milhões de habitantes, que teve crescimento mais acelerado, o nosso país ficou em 75.º lugar, entre 188 nações e territórios reconhecidos pela ONU.
Baseado nisso a dificuldade das pessoas entenderem aquilo que estão lendo seria um reflexo direto da falta de educação e de alguns problemas relacionados à saúde.
O economista americano Arrow há quase cinquenta anos atrás ficou famoso descrevendo algumas questões sociais que aumentam ainda mais as dificuldades daqueles que tem coragem de escrever publicamente, Kenneth Arrow recebeu o premio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel de 1972. Ele foi considerado um dos fundadores da moderna economia neoclássica.
Arrow é conhecido pela sua dissertação de doutoramento no qual se baseia a sua obra Social Choice and Individual Values, onde demostra o seu famoso "teorema da impossibilidade".        
O economista provou que, tendo em conta certos pressupostos sobre as preferências das pessoas por certas opções, é sempre impossível encontrar uma regra de eleição através da qual uma opção surja como a preferida.
É perfeitamente natural que haja divergência de opinião em questões que permitem uma interpretação baseada em documentos e fatos, porque cada pessoa pode ter um entendimento diferente.
O que não se aceita é a oposição sem respaldo articulada no berço da falta de informação e amamentada pela injuria ou conduzida por suposições.
A amplificação do teorema da Impossibilidade é uma realidade que em um país como o nosso se justifica com os índices da ONU, mas além desses agravantes existem números que trazem a luz uma realidade ainda mais brutal, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um ranking mundial de qualidade de educação. Entre os 76 países avaliados, o Brasil ocupa a 60ª posição.
O ranking foi definido a partir de resultados de testes de matemática e ciências aplicados nestes países, (dados divulgados no portal G1 e na rede Globo em 2016).
Brasil tem 3º pior índice de desigualdade do mundo apresenta uma baixa mobilidade social e educacional entre gerações (Jornal Estadão).
Em outra reportagem a revista Superinteressante diz que dentre os países estudados sobre os preços e serviços, o Brasil está em quarto lugar no ranking das nações com preços mais elevados, perdendo apenas para Índia, México e África do Sul, esse fato torna o acesso a uma boa educação quase impossível.
Um livro simples no Brasil custa aproximadamente 6,47% do salário mínimo, no nosso País o valor de um livro custa quase 10 vezes mais que na Alemanha, e cinco vezes mais do que na França.
Esses preços explicam parte dos fatos que justificam as dificuldades de algumas pessoas para entender textos e interpretar os fatos descritos em uma narrativa simples gerando criticas e comentários impróprios, na verdade o brasileiro não tem o habito de ler.
As pessoas que começaram a escrever sobre religião tradicional yorubá no Brasil nos últimos vinte anos em especial sobre Ifá têm seus textos ocasionalmente analisados por indivíduos sem nenhuma formação.
As criticas deveriam ser formuladas por pessoas que discordam criando um debate, no entanto o que se vê é uma oposição agressiva e insana que ao invés de construir com o debate tenta destruir apoiada em falácias.
Em 2010 escrevi uma frase que em alguns aspectos permanece bem apropriada para encerrar esse texto (percebi que meu caminho está traçado e que um grande número de pessoas pode não gostar do que eu escrevo, mas que um pequeno grupo de pessoas a partir desse trabalho começou a ver nossa religião de uma forma mais positiva).
“Não me falem da falta de conhecimento de poucos, me falem da sede de aprender de muitos, pois é para essas pessoas que escrevo”.

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