Iniciar em Ifá ou não
Autor: Bàbàláwo Ifágbaíyin Agboola
Autor: Bàbàláwo Ifágbaíyin Agboola
Algumas
pessoas tem me perguntado sobre a iniciação em Ifá; gostaria de dizer que de um
modo geral não existe um pré-requisito para se iniciado em ifá, a consulta que
vai indicar a iniciação ou não.
Ao contrário
do que acontece em território yoruba que as pessoas antes de serem iniciadas em Òrìșà são iniciadas em Ifá, em nosso país por uma questão cultural elas são
iniciadas em Òrìșà primeiro, e isso pode ser um problema, sendo assim o ritual
de iniciação em ifá quase sempre identifica a necessidade de complementar a
iniciação anterior.
Na verdade o
que vai favorecer a pessoa que vai ser iniciada em Ifá, além dos rituais e da
aproximação do individuo com o seu destino é o conhecimento do sacerdote que vai
ministrar o ritual, assim como o conhecimento do seu Ojugbona.
A figura do
Ojugbona é muito importante, pois será essa a pessoa responsável pela
preparação do awo Ifá.
Isefa
Pré-iniciação a onde a pessoa é chamada de Omo
ifá, nesse ritual a pessoa será informada através de um odu provisório o melhor
caminho a ser seguido que possibilitará o seu crescimento pessoal e espiritual.
Em hipótese
alguma deve se raspar a cabeça, nesse ritual.
Itefa
A iniciação
onde o odu de nascimento é extraído através de ritual com os ikins que pode ou
não definir caminho de sacerdócio.
Nessa
ocasião, a cabeça do iniciado será raspada.
Itelodu
Cerimônia
que pode acontecer logo após o itefa ou em data indicada por Òrúnmìlà, ritual
mais importante onde Iya odu reconhece o filho.
Somente após
o Itelodu o Bàbàláwo será confirmado e testado em seus conhecimentos podendo
assim ao longo do tempo receber o titulo de Oluwo e a autorização para ter a
sua família.
Existe
algumas pequenas diferenças nos rituais dependendo da região do território
yoruba, mas, de um modo geral a ordem deve ser essa, das obrigações pelas quais
passa um iniciado até chegar a Bàbàláwo.
A ordem
descrita acima não é uma regra em uma consulta a pessoa pode ser orientada por Òrúnmìlà
para que faça somente isefa ou até mesmo um itefa, mas quem decide é Òrúnmìlà a
natureza do ritual é sempre o Òrìșà.
Obs: Salvo
raríssimas exceções somente os Oluwos tem assentamento de Iya odu, é evidente
que o odu de nascimento pode determinar a diferença entre os Bàbàláwos que na
cerimônia de Itelodu recebe o assentamento de Iya odu e aqueles que não recebem
o assentamento de imediato.
O odu de
nascimento também indica a necessidade de iniciação em outros Òrìșà. Também é
verdade que é raríssimo que um Bàbàláwo se torne um Oluwo sem que seja iniciado
na sociedade Ogboni.
Os
juramentos feitos na iniciação Ogboni permitirão que o Ojugbona e o Oluwo
possam ter a tranquilidade de passar segredos para o Bàbàláwo, a relação de
confiança entre as partes é que vai pautar os ensinamentos a serem abordados.
Por
orientação do Araba de nossa família um Bàbàláwo só se torna um Oluwo após um
período mínimo de estudos de cinco anos, alguns Bàbàláwos podem receber
autorização para fazer isefas em um prazo inferior ao citado acima, mas é
exceção.
O Òrì de cada iniciado é que vai definir a sua capacidade de
aprendizado, podendo ou não alterar a data onde o Bàbàláwo terá seu
conhecimento testado, implicando diretamente em sua formação, considerando que
o tempo de assimilação dos ensinamentos varia de pessoa para pessoa.