A história do Ifá no Brasil.
A hegemonia terminou, mas a história continua.
Um político e cientista italiano chamado Antônio Gramsci
formulou o conceito de hegemonia. Para Gramsci, hegemonia é o domínio de uma
classe social sobre as outras, em termos ideológicos, em especial da burguesia
com as classes de trabalhadores.
Em nível conceitual, a hegemonia indica um equilíbrio entre
o domínio e a liderança.
Em sentido figurado, a hegemonia indica uma supremacia ou
poder de um elemento sobre outro, podendo ser pessoas ou coisas.
Historicamente o Ifá no Brasil deve homenagem a dois homens,
o Bàbàláwo Nigeriano Fabunmi Sowunmi e o Bàbàláwo cubano Rafael Zamoura, esses dois
sacerdotes construíram a imagem inicial do Ifá no Brasil.
O cubano Rafael Zamoura foi á pessoa que mais iniciou em Ifá
no estado do Rio de Janeiro, com seu trabalho o sacerdote (Ogundakete) plantou
uma semente que mantem até os dias de hoje o Ifá em destaque na cidade Carioca.
O Nigeriano Fabunmi Sowunm participou de um trabalho feito no
estado de São Paulo no instituto Odùduwà de propriedade do babalorixá Siriku
Salami, Baba Fabunmi com carinho e seriedade fez muitas iniciações em Ifá no
estado de São Paulo, o sacerdote durante o tempo que esteve em nosso país
ajudou a divulgar a religião tradicional yoruba.
O trabalho da família Aworeni do Ifá tradicional nigeriano também
é muito conhecido no Brasil, principalmente no estado de São Paulo. Alguns dos Bàbàláwos
dessa família também fizeram um trabalho de divulgação do ifá no Uruguai e
Argentina.
Hoje a família que mais inicia em Ifá no Brasil é a família Agboola,
esse trabalho foi iniciado á quase quinze anos pelo Bàbàláwo Oyeniyi Agboola.
Amanhã ou depois outras famílias poderão escrever uma história
diferente no Ifá brasileiro, com mais sucesso ou com mais iniciações, com
outros excelentes sacerdotes, mas a memória desses nossos antepassados deve ser
respeitada.
A contribuição de Rafael Zamoura, Ifabunmi, Nelson Odi meji,
Adilson Ogbe bara e tantos outros devem ser vista com carinho por todos aqueles
que hoje fazem parte do Ifá brasileiro.
A hegemonia terminou, hoje temos inúmeras famílias divulgando
o culto a Òrúnmìlà em nosso país, vamos olhar para o futuro com o respeito que
nossos antepassados merecem.
Houve um tempo que o ifá era cultuado somente nas cidades do
Rio de Janeiro e São Paulo, hoje o culto a Òrúnmìlà esta presente em todo o território
nacional.
Nós somos responsáveis
por manter a imagem e o respeito que os orixás e seus sacerdotes merecem, o Ifá
e os nossos antepassados merecem a nossa dedicação.
A união entre as famílias pode fortalecer o culto a orixá em
terras brasileiras, juntos podemos identificar as pessoas que prejudicam o trabalho
de nossos antepassados, agindo assim vamos garantir o respeito a nossos
descendentes.
A história não vai ser diferente, em um futuro alguém vai
escrever sobre o Ifá novamente, se o seu nome vai ser citado amanhã depende do
seu comportamento hoje.
Um Bàbàláwo tem que
ser um exemplo, o sacerdote de Ifa tem um compromisso com a verdade e com a honestidade, nenhuma pessoa se faz Bàbàláwo ela nasce Bàbàláwo, infelizmente algumas
com o passar do tempo se afastam dos seus destinos.
O itelodu da inicio a caminhada de um Bàbàláwo, a cerimônia é
a retomada do destino, mas é o caráter do iniciado que vai caracterizar o seu
comportamento, é com suas atitudes que ele vai conquistar o respeito e o
direito de ser reconhecido como sacerdote.
Ser um Bàbàláwo é uma
eterna busca pelo seu melhor, é a manutenção permanente do bom caráter, é a elevação
do espirito com base no conhecimento da doutrina de Òrúnmìlà.
Esse texto é uma homenagem á aqueles verdadeiros Bàbàláwos
que escreveram a história do Ifá no Brasil.