sábado, 25 de agosto de 2012

Religião tem regras descritas por Orunmila.




Autor:Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Com o passar do tempo muito se tem escrito sobre a verdadeira função do sacerdote dentro da religião afro-brasileira, mas a impressão que eu tenho é que quase nada foi esclarecido, um Babalawo ou um Babalorisa é confundido com um proprietário da pessoa iniciada, as confusões acontecem ou por parte de quem é iniciado ou por quem inicia. É muito comum ouvir em minhas palestras perguntas sobre a relação de pais e filhos ou irmãos na casa de Orisa.

Algumas pessoas acreditam que se forem iniciadas pelo mesmo sacerdote que iniciou o seu cônjuge a situação caracteriza um incesto, isso nos leva a seguinte pergunta somos católicos ou pertencemos a Religião Yoruba (Èsìn Yorùbá) qual é a nossa verdadeira religião?

Uma grande quantidade de pessoas iniciadas em Orisa ainda seguem preceitos católicos ou orientações espiritas por desconhecer os versos de Ifá, não sabem que dentro desses versos existem as normas de comportamento que orientam os iniciados e o seu comportamento diante de Olodumare.

Eu escuto todo tipo de pergunta, é melhor assim, pior seria se as pessoas não perguntassem, continuassem com suas dúvidas, acredito que devemos dividir informações.

Existe algumas coisas que devem ser esclarecidas, uma pergunta frequente é relativa a preceito, sexo e pecado, no Odu Oworin Ofun, fala que o sacerdote não deve fazer sexo com sua esposa naquele dia, ele está comprometido com os rituais, todos as orientações de comportamento podem ser encontradas nos versos de Ifá, no Odu Osa Otura, fala que devemos sempre falar a verdade, no Odu Ogundakete, diz que não devemos roubar.

Um texto de Ifá muito conhecido do Odu Osetura, fala da importância das mulheres, do respeito que os homens devem manter por suas esposas, filhas e por suas mães, outro texto do Odu Ofun Meji, diz que o iniciado em ifá deve ver Iya Odu e se tornar um Babalawo, já no Odu Ogbe Meji, fica claro que a principal esposa de Orunmila só pode ser cultuada por quem passou por um ritual chamado Ipanadu (cerimonia que o awo se torna um Babalawo, momento que apaga se a luz para ver Odu).

No Odu Ogbe Yonu,fala sobre a relação financeira homem e a família da esposa diz que até o casamento todas as despesas da mulher devem ser mantidas pela família, mas depois do casamento o marido não deve deixar que a mulher passe necessidades, a manutenção da casa é responsabilidade daquele que assumiu a relação diante da família.

Ainda no Odu Ogbe Yonu, vamos encontrar dados referentes ao casamento de um Babalawo, nesse Odu diz que não deve haver a separação e nem o adultério, que as pessoas deveriam antes de assumir uma relação pensar bastante, fala ainda que aquele que escolheu viver com uma única mulher deve respeita-la e protege-la, ainda nesse Odu vamos encontrar uma advertência contra o uso de magia maléfica contra o cônjuge, nesse caso Ifá vai se lançar em sua defesa e não sabemos o que pode acontecer; nesse Odu diz que o Babalawo deve ter uma postura digna e não deve se envolver com outras mulheres, a punição para o sacerdote que não cumprir essa orientação diz Ifá: (que ele nuca vai atingir o sucesso em seu trabalho).

Obs: Com respeito ao numero de esposas o Babalawo deve seguir a orientação do seu odu e buscar uma forma de respeitar a cultura local, podemos tomar como exemplo o odu Oyeku Meji a onde ifá diz:

Que aquele nascido sobre esse signo só pode ter uma esposa, é evidente que também podemos considerar a leis de cada país, no Brasil é crime manter se casado com mais de uma pessoa.

O Odu Ogbeyonu, fala da punição do Babalawo, que desejar a mulher de outro awo, diz Ifá (aquele Babalawo ou iniciado em Ifá que deitar com a mulher de outro awo, não deve ver outro amanhecer).

No Odu Ogbe Meji, a necessidade do comportamento digno é enfatizada, de tal forma que a punição seria o infortúnio, a falta de sucesso e o total esquecimento, o abandono do sacerdote, suas orações não devem ser ouvidas, essa é uma das punições mais temidas, a relação homem Orisa deixa de existir.

No Odu Obara Egutan Encontramos em detalhes, a relação de um Babalawo, com a sua Apetebi, nesse verso de ifá diz (a escolha da esposa de um Babalawo é apontada por Ifá quando ela nasce), existe vários Odus que indicam essa relação, assim como também existe uma identificação bem clara nos versos de Ifá sobre quem deve se tornar um Iniciado e quem deve se tornar um Babalawo, ver Odu: Ogbe Meji, Oturupon Meji, Irete Meji, Iwori Meji etc.

No Odu Oworin Sindin, aparecem algumas indicações sobre a necessidade do homem cumprir o seu destino, assim como no Odu ogbe Ogunda, fala do cuidado com o Ori e a relação do homem com o destino por ele escolhido, tendo como testemunho Orunmila, isso nos remeti a uma reflexão encontrada no Odu Ogbe Meji (nem um homem deve se comprometer com um Orisa antes de conhecer o seu destino) essa afirmação indica claramente que o homem deve conhecer a indicação de Ifá para ter uma orientação sobre a sua vida religiosa, não é o homem que escolhe o Orisa é Ifá quem indica os Orisa que devem ser cultuados.

No Odu Obara Kosun, fala da punição violenta caso o iniciado não respeite o seu sacerdote e vice versa, o respeito deve ser mantido a qualquer custo assim como a segurança da egbe (família) o sacerdote deve usar todos os recursos que possui para proteger a sua família, dele será cobrado à omissão.

Ainda no Odu Obara Kosun, Ifá alerta sobre o uso do Opele, quem pode usar e sobre a remuneração, aquele que não usar o Opele com dignidade jamais vai ver o sucesso, nesse verso ifá deixa claro que um sacerdote não pode mentir e usar um instrumento de consulta em seu beneficio, jamais será aceito qualquer tipo de mentira usando o nome de Ifá.

O Odu Ogbe Alara, fala de Iwa (caráter) a indicação é clara nesse odu, a necessidade de manter uma postura reta, faz parte do dia a dia do iniciado, temos a obrigação diante dos Orisas, de manter um comportamento que honre toda nossa família e nossos antepassados, independente de nossa idade, a juventude não é desculpa para o erro a pouca idade, é característica que indica a inocência e não a má conduta, fica bem clara no verso do Odu Ofun Ose, que diz (é preferível um sacerdote jovem e honesto que um velho sem caráter).

Nos versos de Ifá vamos encontrar inúmeras recomendações de comportamento, inclusive referente à higiene, no Odu Ose Odi, consta uma relação bem clara sobre a necessidade de se manter limpo e com o corpo asseado, ainda nesse Odu diz Ifá (o homem tem responsabilidade com seus filhos até que possam se manter, encontrar uma ocupação e ter sua renda, é responsabilidade dos pais manter os filhos menores).

O Odu Obara Kosun, em seus textos indica que a pessoa que foi iniciada no culto aos Orisas ou no culto a Ifá deve fazer oferendas às divindades e manter os seus assentamentos em ordem, limpos o Ose (limpeza semanal) é responsabilidade do iniciado e não do sacerdote.

Ainda falando do comportamento de um Babalawo, diz Ifá no verso do Odu Ofun Gbadara, as coisas de Ifá não devem ser comercializadas por um Babalawo, (um Babalawo não deve ser um comerciante), nesse mesmo Odu diz (aquele que lhe prestou um favor, lhe deu uma ajuda deve ser recompensado) todo trabalho espiritual tem que ser remunerado, se não for assim como o sacerdote vai poder manter os seus assentamentos e continuar atendendo as necessidades dos que o procuram.

O Odu Ofun Nagbe, fala da prosperidade do Sacerdote fala que aquele que trabalha corretamente terá uma vida tranquila, assim como aquele que possui Ikin nunca lhe faltara o alimento (Odu Idin Ka).

Um verso do Odu Ogunda Ogbe, orienta sobre o dia do Ose semanal, um dia da semana devem ser reservados para cuidar dos orisas, nesse dia os assentamentos dos Orisas devem ser limpos, já no Odu Okanran Obara a orientação é sobre o assentamento de Egungun, diz Ifá (aquele para quem aparece esse Odu deve manter viva a imagem de seus antepassados, essa pessoa deve ser iniciada no culto a Egungun e deve honrar todos de sua família, com um assentamento que deve ser mantido sempre limpo e bem cuidado, é obrigação dessa pessoa escolher um sucessor que ira manter esse assentamento para que esse culto não deixe de existir.

No Odu Iwori Meji, fala sobre fazer magias para quem não tem como se defender, sobre o uso do conhecimento de um sacerdote contra quem não merece tal atitude, diz Ifá (aquele que ataca um inocente a maldade e a destruição voltariam para prejudica-lo).

No Odu Osa Meji, está bem claro que não devemos julgar o nosso semelhante, só Ifá pode saber o futuro de cada pessoa diz Ifá: (um Ori coroado não pode ser reconhecido por um ser humano, só Ifá identifica o Ori que será beneficiado), não devemos menosprezar ninguém.

O Odu Oturupon Ofun, fala sobre o suicídio, não é permitido a ninguém essa pratica só Ifá sabe e pode mudar o dia da morte, ainda nesse Odu diz Ifá: à longevidade não é encantamento, devemos nos afastar de tudo que possa diminuir o tempo de nossa vida, devemos fazer tudo para alcançar a longevidade.

No Odu Ogbeyonu, Ifá é bem claro não devemos ser arrogantes dentro da relação afetiva, devemos buscar o companheirismo como forma de melhorar os relacionamentos.

Em Ika Ogunda, ifá fala sobre a necessidade de orar para obter sorte e prosperidade, o homem deve manter suas orações, como forma de disciplina e humildade, nesse Odu assim como no Odu Ogbe Ogunda, diz: o horário de fazer as orações preferencialmente pela manhã logo que acordamos.

O Odu Osetura, diz não devemos nos exibir, devemos manter uma vida regrada e sem exageros, um homem não deve discriminar uma mulher e uma mulher não discriminar um homem, um velho jamais deve ser discriminado por jovem da mesma forma que um jovem não deve ser discriminado por um mais velho, o respeito deve existir indiferente da idade ou sexo.
No Odu Otura Irete, Ifá diz: (a bondade deve ser cultivada como forma de gratidão) a bondade deve ser praticada, não devemos ser ingratos, só Ifá sabe se não vamos necessitar em um futuro da ajuda de quem nos beneficiou no passado, não devemos desfazer de quem um dia nos ajudou.

O Odu Otura Ofun, deixa bem claro a necessidade de manter os ebós indicados por Ifá, se uma pessoa consulta, toma conhecimento do problema e não fazer os ebós indicados a responsabilidade deixa de ser do sacerdote.

No Odu Òtúrúpon`Otúa, fala sobre a necessidade do sacerdote estudar e ter conhecimento para honrar seus antepassados com sua capacidade, diz Ifá: é responsabilidade do iniciado, assim como do sacerdote o aprendizado, a capacitação daquele que abre as portas para o atendimento é uma responsabilidade assumida diante de Ifá, todo ato praticado dentro da casa de Orisa tem que seguir a orientação dos versos de Ifá; no Odu Iwori Otura, fala sobre a disciplina dos estudos e a educação do iniciado em Ifá deixando bem claro que devemos nos dedicar para obter uma educação adequada. O Odu Irete Ofun, fala do estado de perfeição e o alinhamento com Olodumare se não somos perfeitos devemos buscar a melhor forma de se assemelhar com a perfeição.

O Odu Iwori Ofun, fala do respeito que temos que manter por todas as pessoas, se queremos ser respeitados, devemos respeitar todas as pessoas sempre, a vida é um benefício recebido das mãos de Olodumare cabe a nós tornar digno o viver.



domingo, 15 de julho de 2012


Ifá está sendo bem representado!


Chefe Àkànó Fásínà Agboolà   

Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Depois de ter nos presenteado com sua obra: Ifá Deus Sagrado Mensageiro da Humanidade, o
Chefe Awódiran Agboolà Lança mais um belo trabalho contribuindo para a divulgação do culto de Ifá.

No primeiro livro ele escreveu:

Eu presto homenagem ao meu pai, Chefe Àkànó Fásínà Agboolà de Lagos que fez a passagem em 14 de setembro de 1991.

 Eu não estou sendo sentimental, quando digo que ele era  o mais inteligente, disciplinado, e insubstituível pai neste mundo.

 Sem ele eu nunca teria nascido.

 Eu prestarei homenagem fazendo referência ao Odu Ogbèalárà, o Odu que meu pai nasceu durante a sua iniciação no culto de Ifá:
No canto da casa olhando discreto,
Fez divinação para Ogbè o pai de Òtúà,
Eu estou procurando o dinheiro que ainda não tenho
Ìrànran possibilite que meu pai me ajude a encontra-lo, ìrànràn.
Eu estou procurando uma boa esposa, mas ainda não encontrei.
Ìrànràn , possibilite que meu pai me ajude a encontra-lo  ,  ìrànràn.
Eu estou procurando bons filhos, mas não consigo encontra-los.
Ìrànràn faça com que seja o destino do meu pai me ajudar a tê-los, Ìrànràn.
Estou procurando fazer uma boa casa, mas não consigo erguê-la,
ÌrànrÀn faça com que seja o destino do meu pai ergue-la, Ìrànràn.
Eu preciso de numerosas bênçãos, mas ainda não tenho,
Ìrànràn faça com que seja o destino do meu pai me ajudar a tê-las, Ìrànràn.
Assim como quando Ogbè gerou Òtúà
Ele lhe deu discípulos
E várias bênçãos

Homenagem especial a minha mãe a  Sra. Mojísólá Ol´sindé Agboolà, minha amada mãe também merece homenagens. Se ela não tivesse ouvido seu pai Chefe Abéeréfá Ògunjobí para casar com seu aprendiz babaláwo Akano Fásinà Agboolà eu nunca teria nascido para cumprir minha missão espiritual.

 Também foi prestada a ela no terceiro dia uma divinação. Na cultura Ioruba, para uma criança nascer ela será trazido por Ifá por divinação no terceiro dia.

 O Odu que aparece é ìretekàà.

Esse Odú fala que essa menina se casara com um adivinhador.

 Depois de uma investigação, Ifà escolheu o jovem Babaàwo Àkànó Fásinà Agboolà.

O pai da criança, Abéeréfá Ògunjobí escutou as palavras de Olódùmarè que previu que sua filha se casaria com um de seus seguidores, o resultado desta união é este seu humilde servo, o único filho a sair desta criança (òkánláwòn) cujo nome dado como Awódiran significa que este Ifá é hereditário.

 Este Odú Ìretekàà que chamou minha mãe de Olásindé (O Surgimento da honra) e ele diz isso:
O pato não flerta
A tumba de uma mulher estéril geralmente é coberta de lixo
Promiscuidade em sua vida causa desunião em sua família
Fez divinação para Oláa-wón-nù-lo (sua honra esta perdida)
A criança virá na hora exata
E a honra perdida será ressuscitada
O surgimento da honra (Olásindé) é um nome apropriado para chamar uma criança de Ìretekàà.


Baba Awódiran Agboolá,é o atual Araba da cidade de Lagos, Nigéria, e também é membro, do supremo conselho de ifá em Ilê ifé.

Constituindo assim a pessoa dele como uma das maiores autoridades sobre Ifá no mundo, esse homem é um orgulho para toda nossa família e em especial para mim por se tratar do irmão do meu Oluwo Oyeniyi Awolola Agboolá.

Os Mistérios de Ifá na terra.

Não deixe ler o livro do Araba Awodiran Agboola, esse trabalho é fruto da dedicação desse grande homem que pertence a uma linhagem de grandes sacerdotes de Ifá.

Como todos podem ver nos textos do seu primeiro livro, o Araba nos brinda com seu conhecimento escrevendo de forma simples e de fácil leitura, com grande conhecimento e habilidade ele escreve sobre Ifá tornando a leitura leve e instrutiva.
É com grande prazer que homenageio esse grande sacerdote e escritor divulgando a palavra de ifá, penso contribuir com essa indicação,para o aprendizado daqueles que assim como eu tem interesse na Religião Tradicional Yoruba.

O Araba Awodiran Agboola, está entre os melhores autores sobre a religião tradicional yoruba,

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Iniciação em Ifá e suas vantagens, quem deve ser iniciado.






Autor: Bàbàláwo Ifagbaiyin Agboola.

Durante o período que estive na Nigéria, um fato em especial me chamou a atenção, o número de pessoas pertencentes a outras religiões que é iniciado em Ifá, é muito grande.

Na cidade de Lagos conheci várias pessoas iniciadas em Ifá que não pertencem a nossa religião, pensando sobre essa situação em especial, resolvi escrever sobre as vantagens de ser iniciado.

Se você for católico, Umbandista, Candomblecista ou membro de outra religião você pode ser iniciado em Ifá, nada impede a iniciação, Ifá é para todos.
Que benefício eu posso ter sendo iniciado em Ifá?

 Essa pergunta eu já ouvi inúmeras vezes, eu costumo dizer que sair para uma viagem sem ter conhecimento da estrada e sem ter um mapa é complicado.

 As chances de você se perder, pegar o caminho errado, é muito grande.

Quando uma pessoa é iniciada, é como se ela recebesse o mapa da estrada, antes de partir em uma viagem, o deslocamento fica mais fácil.

Qualquer pessoa, em qualquer momento de sua vida pode ser iniciada em Ifá, independente de sua religião.

A pessoa tem inúmeras vantagens em ser iniciado, mas a mais importante é o autoconhecimento.

Vou tentar responder em um breve texto as curiosidades que normalmente as pessoas têm em relação à iniciação.

Quando você é iniciado por um Bàbàláwo em Ifá, você não perde a ligação com o seu Babalórisá, se você for iniciado em Òrìsà.

O culto a Ifá pode acontecer paralelamente ao culto a Òrìsà.

Durante a iniciação a pessoa recebe muitas informações sobre o seu destino, e o caminho fica mais fácil, o Ifá facilita o culto a Òrìsà.

  Respeitando os ewos de seu Odu e as normas de conduta no seu cotidiano, a harmonia entre o profano e o sagrado acontece e as dificuldades desaparecem.
Um itefá leva em média três dias e é composto por mais de cinquenta cerimonias distintas.

De uma pessoa para outra pode haver mudanças nos rituais, o ponto de partida é o odu, isso quer dizer que existem inúmeras variáveis.

Na verdade cada pessoa tem um destino, e a orientação de Ifá não segue uma regra ou receita milagrosa, para cada pessoa os rituais podem exigir uma sequencia diferente após o itefá.

Uma pessoa deveria ser iniciada em Ifá antes de ser iniciada em Òrìsà, no território Yoruba é isso que acontece, sendo assim no Brasil temos que tentar corrigir erros históricos.

 É importante que seja esclarecido que o fato de uma pessoa ser iniciada em um Òrìsà que não é um daqueles indicados no seu odu pode gerar inúmeros problemas, em algumas situações os prejuízos podem ser financeiros, afetivos, emocionais e mentais.

Na realidade, a grande maioria das pessoas desconhece, que estão cultuando o Òrìsà errado, elas não sabem a dimensão do que isso representa em suas vidas.

 Uma iniciação errada pode implicar em um comportamento onde a pessoa pode estar sendo totalmente indiferente aos Òrìsàs que fazem parte do seu destino.

Imagine o seguinte exemplo, um filho de Ògún, trabalhando em um trabalho burocrático passando o dia todo sentado fazendo cálculos e atendendo telefone.

 Esse tipo de situação caracteriza um erro na orientação do sacerdote para a escolha da profissão do iniciado, esses erros acontecem baseados na iniciação do òrìsà errado.

 Esse é um exemplo genérico, sem um exame prévio da questão, mas serve para ilustrar a situação.

Qualquer pessoa que entenda de Òrìsà sabe que isso é comum acontecer em nosso país.
Esse tipo de erro bastante comum pode abreviar a vida de uma pessoa.

O não alinhamento com o destino implica na baixa estima e na baixa da imunidade podendo criar sérios problemas de saúde.

Sair de viagem sem conhecer a estrada, sem ter um mapa é uma temeridade.
 Se você for iniciado em ifá a sua vida fica muito mais fácil, você comete menos erros.

 Se dedicando de forma correta ao seu òrìsà, as chances de você cumprir o seu destino com êxito aumentam.


Ifá é o mapa e o Òrìsà é o veículo que vai transportar você na viagem da vida.







sexta-feira, 6 de julho de 2012


Ifá explica, qual é a sua religião.







Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Uma vez me perguntaram o porquê de não acender velas na religião tradicional, respondi, eu não acendo velas porque em nossa religião não existe esse hábito, não existi velas nos rituais para os Orisas em território Yoruba.

Eu não vou à missa e não comungo porque não sou católico, não tenho nada contra os católicos, mas me incomodo muito com as pessoas que cultuam Orisa de forma católica, só falta fazer o sinal da cruz antes de oferecer uma comida a Ogun.

Não acredito em me distanciar dos espíritos de minha família, rezando para evolução deles, porque não sou Espirita, cada religião tem a sua identidade, eu quero Egungun sempre bem próximo de mim.

 Buscar na fonte a informação, ao contrario do improviso criativo, estabanado e de mau gosto, nos coloca em alinhamento com nossos orisas e com nossos antepassados.

Você já viu um padre dar comida a Osun às margens de um rio ou um kardecista colocando um adimu para os orisas.

 Se isso não acontece, porque o inverso é comum?

  Inúmeros Babalorisas confundem tudo, de tal forma que só falta chamar um padre na hora de dos rituais fúnebres, de um iniciado em Orisá.

 Imagine o sujeito que adorou os Orisas, durante toda sua vida, quando ele morre, quem faz o ritual é um sacerdote de outra religião, totalmente indiferente à fé do falecido, isso é inaceitável.

 A crença daquele que deveria ser naquele momento reverenciado, termina sendo ofendida, e tal circunstancia provoca todo tipo de constrangimentos, tanto para o sacerdote chamado naquele momento como para as pessoas da família do falecido.

Se formos pegar os casamentos como exemplo, o noivo e a noiva vestidos com roupas de rituais estranhos a sua crença, em um momento de suma importância, recebem a benção de uma pessoa que muitas vezes despreza a fé daqueles gostariam de estar ouvindo o som dos atabaques, e as cantigas de Osun, que muitas vezes são substituídas por algumas palavras sem sentido ou se termine rezando um Pai Nosso e uma Ave Maria.

Pobre daqueles então, que já nascem sem que o sacerdote de suas famílias, tenham condições de oficializar um simples batizado, imagine que durante toda a gravidez, a mãe pediu para Osun, que seu filho nascesse saudável; agora quem oficializa o batismo, não permite se quer ser que seja mencionado o nome de um orisa, isso é muito comum, mas não deveria acontecer.

Imagina então, outra situação, que ofende nossos antepassados, prejudica e muito o futuro dos nossos descendentes.

Muitas vezes alguns Orisás são apresentados em festas publicas, com roupas caríssimas reproduzidas em modelos que pertencem ao período colonial português, confeccionadas em tecidos denominados em Francês e complementadas por capacetes dignos de uns centuriões romanos, coisas de causar ciúme a qualquer carnavalesco.

O hábito cada vez mais frequente da ostentação e do desfile de modas, já faz parte do nosso dia a dia, mas, se uma roupa tradicional Yoruba no esta do de São Paulo pode ser comprada por menos de cem reais, porque o uso então de tais indumentárias?  

Seria vaidade, loucura ou marketing?

 Pergunto isso, pois em alguns sites religiosos, os Babalorisas começaram divulgar fotos de suas casas e de seus carros como se isso tivesse algum significado religioso.

O sujeito que coloca a foto do seu carro importado em um espaço dedicado para falar de orisa, na verdade está querendo demonstrar poder aquisitivo, isso não representa asé, e sim autoafirmação.


Essa situação deve causar tristeza, provocando em nossos antepassados, indignação e angustia; como podemos honrar nossos antecessores, se nos permitimos influenciar por culturas antagônicas a nossa crença.

Se o estado é laico e a lei nos beneficia, porque muitos ainda permanecem escravos?

Essa é uma situação que não é nova, há quase três décadas, uma das maiores Yalorisas do Brasil (Dona Stella de Osossi, do Ilê Opô Afonjá), já mencionava tal situação.

 Não me surpreenderei se encontrar pessoas oferecendo chester com champignon para Obatalá.

quarta-feira, 4 de julho de 2012



Ìwàpèlè: O conceito de bom caráter  e o Ifá.






Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Os humanos necessitam oferecer sacrifício às duas forças para sobreviver.
O homem necessita oferecer sacrifício às forças benéficas para continuar gozando de seu apoio a bênção. Necessita também oferecer sacrifício aos ajoguns e às àjé com o objetivo de não encontrar sua oposição quando estiver prestes a realizar algum projeto importante.

Todo indivíduo deve empenhar-se para ter Ìwàpèlè, com o objetivo ser capaz de ter uma boa vida num sistema dominado por muitos poderes sobrenaturais e em sociedade controlada pela hierarquia nas autoridades. O homem que possui ìwàpele não colidirá com nenhum dos poderes, sejam humanos ou sobrenaturais e, desta forma, pode viver em completa harmonia com as forcas que governam tal universo.

Wande Abimbola
Tradução:
Rodrigo Ifáyodé Sinoti


Ogbe Lara.
Òrúnmìlà enquanto ele estava vindo para o mundo. Ele [Ifá] disse que Òrúnmìlà nunca
cairia em desgraça. Um peixe deveria ser sacrificado.
Òrúnmìlà ouviu e realizou o sacrifício.

Então, desde a criação do mundo até os dias atuais, Òrúnmìlà nunca caiu em desgraça.
Ele foi quem primeiro nele [mundo] pisou. Ele treinou os sacerdotes de Ifá e situou os
odù em suas respectivas posições.

 Apesar de todas essas coisas, ele nunca
negligenciaria os sacrifícios prescritos para ele, porque ele demonstrou aos seres.
humanos que "não pode haver paz sem sacrifício".

 Esta claramente expresso em várias lições em Ifá que “os seres humanos não vivem em paz sem oferecer sacrifícios”.

Além do mais, pequenos sacrifícios previnem a morte prematura.
 Qualquer pessoa que deseja ter boa sorte sempre oferecerá sacrifícios.
 Qualquer um que cultiva o hábito de fazer o bem, especialmente ao pobre deve fazer sacrifício.

Afolabi Epega,John Neimark
Tradução para o português: Òsunléke


Observando esses dois belos textos concluímos em uma olhada superficial que o simples fato de fazer os ebós e manter os princípios éticos e morais, seria o bastante para nos livrar de todos os males.
Na verdade tudo isso depende de conjunto mais complexo, depende também do Ori ( destino) que eu escolhi antes de vir a terra.

Não podemos assim dizer que se eu me comportar bem, ter um bom comportamento e fazer os sacrifícios  isso vai mudar a minha situação, eu posso estar buscando algo que não faz parte do meu destino.

 É bom lembrar que uma parte do destino pode ser mudada pelas nossas ações, podemos transformar uma grande parte dele, isso é certo, mas tem uma pequena parte que não pode ser mudada jamais.








terça-feira, 26 de junho de 2012


Orunmila, homem é responsável por seus atos! 




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Você conhece aquela pessoa que fala mal de todo mundo?
 Bem ele certamente vai falar mal de você também, no meu caso prefiro manter distancia desse tipo de gente, parece simplista, mas é objetivo, com esse comportamento evito inúmeros problemas.

 Procuro estudar bastante Ifá e sei a respeito da força da palavra, isso está contido nos versos do Odu Osetura, o homem deveria medir cada palavra que é pronunciada, ele desconhece a força da verbalização.

A vida moderna e a procura desesperada por uma posição social melhor, fez do homem uma fera que luta sem medir esforços para atingir seus objetivos.



Ultrajante, desmedido e temeroso é o comportamento daquele que para ganhar espaço tenta fazer seu nome roubando o espaço do outro.

Nas grandes empresas isso é parte do dia a dia, mas na religião, essa aberração, deve ser repelida de todas as formas, tal comportamento vindo de um sacerdote, é inaceitável.

Outro dia em um contato nas redes sociais, me foi proposto por uma senhora que eu a atendesse sem que um amigo meu que é seu sacerdote soubesse, imagine o dialogo, tal senhora me disse que dinheiro não tem marca, que se eu não a atendesse outro a atenderia.

Disse a ela, para a minha formação tal hipótese estava descartada, ela tentou argumentar que ele (seu sacerdote) se mudou para longe e que certamente não ficaria sabendo, respondi a ela que eu estava sabendo, que os Orisas sabiam, a resposta dela foi que talvez eu tivesse medo dele, depois, ela me perguntou se eu não gostava de dinheiro, resolvi dar por encerrada a conversa.


 Para algumas pessoas esse comportamento de respeitar o outro é antiquado, eu prefiro definir tal comportamento como adequado, e não antiquado, o homem é responsável por seus atos e alimenta o seu dia a dia com suas atitudes.

Para algumas pessoas a palavra respeito não existe, esquecem elas que o Orisa tudo sabe e tudo vê, que jamais um sacerdote deve desrespeitar o outro, mesmo que a sua formação seja diferente, todos devem ser respeitados, todos merecem consideração; o comportamento ético e humano exige de nós uma postura digna.

Você já viu um padre falando mal de outro padre, isso você não vai ver, é uma questão comportamental, faz parte de uma formação acadêmica, social, mas sobre tudo humana, a convivência em sociedade nos exige buscar formas continuas de polimento e enriquecimento cultural para que possamos desenvolver a nossa função com dignidade, respeito e ética.

Tudo aquilo que não queremos para nós não devemos desejar para outrem.

Lembro-me de um dialogo que mantive na casa do meu Oluwo no dia que o conheci, estava lá uma senhora Umbandista que se atendia com ele há bastante tempo, e quando ela saiu eu perguntei a meu Oluwo, qual era a sua opinião a respeito dela pertencer à outra religião, a resposta foi a seguinte em suas palavras em um português meio atrapalhado (os espirito que ela cultua são muito bons, ele a trouxe aqui no lugar certo, para Ifá tratar o seu problema, que ele naquele momento não conseguiam resolver, toda a religião, bom, devemos respeitar, religião de brasileiro, bom).

Fui alertado por minha filha que um sacerdote de São Paulo copiou o meu blog na integra e assinou cada postagem como se fosse dele, fico me perguntando que tipo de criação esse moço deve ter recebido.




O homem está seguindo por um caminho bastante tortuoso, quando a educação não é recebida em casa, a vida se encarrega de educar o individuo, e isso às vezes é bem dolorido.

Qualquer dia desses a população carcerária de nosso país vai atingir níveis insuportáveis para a nossa sociedade, seria muito mais fácil investir em escolas e na melhora do ensino que construir novos presídios.

A falta de formação somada à falta de educação gera a besta que nada respeita e nada teme; o fim desse tipo de gente que faz da sua vontade, a lei, é sempre igual.

 Quando nos ajoelhamos aos pés de Olodumare, Àjàlá (escolhemos o nosso Ori), o nosso destino, sabemos que uma parte dele pode ser mudada (ÀKÚNLÈYÀN, livre arbítrio); com boa vontade podemos melhorar nossa qualidade de vida temos que ter iniciativa, podemos melhorar nossa educação e a nossa formação pode ser aperfeiçoada.

 O homem veio a terra para evoluir, isso depende muito de suas atitudes e de seu comportamento, para atingir esse objetivo, contamos com a orientação de Ifá.

 Eleri Ipin, a testemunha na hora da escolha do nosso destino. ele é o único que pode nos mostrar o caminho certo a ser seguido.


 Esse é a função de Orunmila, determinada por Olodumare (Deus), acompanhar o desenvolvimento humano, ele é o único que pode nos mostrar o caminho certo a ser seguido.
A composição do Orí àpéré, destino escolhido por nós, sob a ótica da Religião Tradicional Yoruba e suas consequências:
 A falta de evolução pessoal e o não cumprimento do seu destino certamente impede que o individuo venha ser cultuado como antepassado após sua morte, isso se torna evidente, pois quem gostaria de homenagear um espirito, que não buscou sua evolução, um espirito que não contribui em nada durante a sua vida na terra.

AKUNLEYAN é a parte do destino que cada um escolhe por vontade própria, livre arbítrio.

AKUNLEGBA é a parte do destino o qual está adicionada como complemento de AKUNLEYAN.

AYANMO é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado.
 Por exemplo: Pais, sexo etc...

 Ìwà Rere quer dizer, bom caráter, um dos principais requisitos para se tornar digno de ser cultuado por seus descendentes após sua morte.

Apari-Inu representa o caráter à natureza humana, Ori Apere representa o destino.
Um indivíduo pode vir para a terra com um bom destino, mas se ele vem com mau caráter, à probabilidade de cumprimento, do seu destino é comprometida.

Isso é o que popularmente se chama de pobre de espirito, a sabedoria popular é fantástica também existe uma frase que diz, o castigo deve ser adequado ao caráter do culpado.

Iwà nikàn l'ó sòroo!

 Caráter é tudo do que se precisa!

segunda-feira, 11 de junho de 2012


IFÁ,  UNESCO-ONU



 Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola


O Òpelè-Ifá  é um colar aberto composto de um fio trançado de palha-da-costa ou fio de
algodão, que tem pendentes oito metades de fava de opele, é um instrumento divinatório dos tradicionais sacerdotes de Ifá.
Existem outros modelos mais modernos de Opele-Ifá, feitos com correntes de metal .
O jogo de Opele-Ifá é o mais praticado por ser a forma mais rápida, pois a pessoa não necessita perguntar em voz alta, o que permite o resguardo de sua privacidade, também de uso exclusivo dos Babalawos, com um único lançamento do rosário divinatório aparecem 2 figuras que possuem um lado côncavo e outro convexo, que combinadas, formam o Odú.

Consulta com Ikins

O Jogo de Ikin é utilizado em cerimônias relevantes de forma obrigatória, ou igualmente de modo usual, vai de cada Babalawo o seu uso, sendo uso restrito e exclusivo dos mesmos babalawo. O jogo compõe-se de 16 nozes de um tipo especial de dendezeiro Ikin, são manipuladas pelo babalawo com a finalidade de se configurar o signo do Odú a ser interpretado e transmitido ao consulente. São colocados na palma da mão esquerda, e com a mão direita rapidamente o babalawo tenta retirá-los de uma vez com um tapa na mão oposta, no intuito de se obter um número par ou ímpar de ikins em sua mão. Caso não sobre nenhum ikin na mão esquerda, a jogada é nula e deve ser repetida. Ao restar um número par ou ímpar de ikins em sua mão, se fará dois ou um traço da composição do signo do odu que será revelado polo sistema oracular. A determinação do Odú é a quantidade de Ikin que sobrou na mão esquerda. O mesmo será transcrito para o Opon Ifá sobre o pó do Iyerossún que deve ser riscado sobre o Iyerossún que está espalhado no Opon-Ifa, para um risco usa o dedo médio da mão direita e para dois riscos usa dois dedos o anular e o médio da mão direita. Deverá repetir a operação quantas vezes forem necessárias até obter duas colunas paralelas riscadas da direita para a esquerda com quatro sinais, formando assim a configuração do signo de Odu.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Parte superior do formulário
Ifá diz em Òkànràn Obara 





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola  
     

Egungun falou! 


Há uma herança ancestral na casa desta pessoa. Ifa envia-lo para não permitir que a cultura não morra.

­­- Relativamente a esta pessoa está olhando são os mesmos valores tradicionais que têm sido abandonadas em que deve andar e investigar para não se preocupar com isso novamente no futuro.

Agogo sékété, Olóbà o sacerdote da casa,
adivinhação Olóbà lançado para o topo
Ele foi convidado para realizar tal que seu sacrifício não morreria antigo monumento.
Como é que este monumento não morreria?
Ele foi convidado a realizar o sacrifício
Eles disseram que quando se fica velho e mais velhos
ele subiria para atender seus antepassados.


São os mesmos pais que foram inicialmente, conhecidos, que se faria.
Sem ir para sua família.
ele enviou de volta.

Ele foi convidado a realizar o sacrifício.
Ele deve observar a prática de seus pais, e que tenha seguido, desde a criação.

A mascara estão na casa de Olóbà (egungun).
Todas as divindades pertencentes à casa de Olóbà,
todos os pais são reverenciados na casa de Olóbà.


Eles o aconselharam a não permitir a prática de morrer.
Eles fizeram o sacrifício.
Suas coisas foram bem sucedidos.
Vida e afins.

Ele estava dançando, em seguida, e foi alegria
Ele estava elogiando seu babalawo
Sua babalawo estava elogiando Ifa
Ele disse que era exactamente como o seu babalawo tinha dito.

Agogo sékété, Olóbà o sacerdote da casa,
Adivinhação Olóbà lançado para o topo
Ele foi avisado para fazer o sacrifício
Ele foi convidado a realizar o sacrifício para que o seu antigo monumento não morreria.

Todos ouviram do sacrifício e eles fazem.
Por favor, não deixá-lo morrer!!!
As máscaras na casa de Olóbà(egungun).
Por favor, não deixá-lo morrer!!!
Divindades da casa de Olóbà.
Por favor, não deixá-lo morrer!!!
Todos hereditária importante na Olóbà casa.

Por favor, não deixá-lo morrer!!!  EGUNGUN...
 Ayo Salami

segunda-feira, 30 de abril de 2012


 A lua, o sol, a verdade e Ifá.




Autor:Babalawo Ifagbaiyin Agboola

A honestidade, o sacerdócio e a verdade.

A honestidade é uma qualidade de ser verdadeiro, não mentir, não fraudar, não enganar, e deveria ser a principal característica de um sacerdote.
Quando uma pessoa procura uma casa de religião para consultar, é isso que ela espera, mas muitas vezes termina pagando para ouvir mentiras, e ser iludida conforme o interesse de quem está manipulando o oraculo.
 É difícil acreditar que alguém use o nome de um Orisa em seu próprio beneficio, mas isso está se tornando muito comum, em nome dos Orisas atos são proferidos e verbas são liberadas, documentos são assinados, acordos são ignorados, pessoas são iludidas.
O indivíduo que é honesto procura agir dentro de uma lógica que implica em manter uma postura digna, coerente com a pratica religiosa que professa.
A obediência incondicional às regras existentes, dentro e fora da religião, faz de um sacerdote um exemplo de comportamento, um elemento em permanente destaque, então olhe bem meu colega, a onde você pisa e por onde você transita.
Não acorde reclamando porque que a vida não lhe sorri, sem antes examinar o seu comportamento, e as suas atitudes.
Não existem um procedimentos para burlar a verdade, mudar a realidade, os Orisas jamais mentem, pode até acontecer uma interpretação errada do sacerdote, mas nunca um erro do Orisa, o Orisa não erra e não mente.
Exercer o sacerdócio com honestidade em caráter amplo é muito difícil, mas é o mínimo que o Orisa espera de você.
 Para muitos, a pessoa honesta é aquela que não mente, não furta, não rouba, que respeita os outros, mas isso só não basta, você deve ser confiável, deve fazer tudo que os Orisas indicam, sem criar artifícios que lhe beneficiem.

Se você não consegue ser honesto e conviver com a verdade, não acredite que possa enganar os Orisas, você engana as pessoas, mas os Orisas jamais serão enganados, você está mentindo, mas a verdade sempre aparece.
Não estou aqui para julgar ninguém, mas acredito que usar uma pele de cordeiro durante o dia e se transformar em fera durante a noite, não é o caminho.
Para ser um sacerdote, você precisa ser verdadeiro, precisa acreditar e praticar tudo aquilo que você indica para as pessoas, caso contrário nada tem sentido.
Não julgue as pessoas como idiotas, toda pessoa merece o seu respeito, todos temos um Ori e um Orisa, se você não sabe o que dizer fique calado, mas não minta em nome dos Orisas.
Você mentindo está ofendendo os Orisas, está ofendendo seus antepassados. Faça somente o que você está habilitado para fazer, diga somente o que os Orisas estão lhe mostrando, não invente nada, não minta, não crie.
 Isso é o mínimo necessário para você se dizer um sacerdote, é o que as pessoas esperam de você, quando lhe procuram para uma consulta, honre a sua religião, honre o seu Orisa, seja digno de seus antepassados, seja honesto.                                                                                                                         Aquele que fala em nome dos Orisas tem obrigação de dizer sempre a verdade!
Hoje dia 01 de maio, o Osalá do falecido pai Romário esta completando 86 anos, essa é uma maneira de homenagear um dos mais honesto e verdadeiro sacerdote da história de nossa religião.
“Meu pai, jamais abrace a arvore do esquecimento, jamais se esqueça das pessoas que te louvam.”
Wúre Baba...


segunda-feira, 19 de março de 2012


O primeiro Bàbàláwo da historia no Sul do Brasil





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Durante essa  semana em uma conversa  com um jornalista bastante conhecido, na cidade de Porto Alegre, fui surpreendido quando ele me perguntou: 

Como o senhor se sente,  sendo o primeiro Bàbàláwo da historia no sul do Brasil?

A pergunta foi um motivo para  escrever esse texto, sabemos, que durante a historia existiram inúmeros Babalorisas e Iyalorisas  africanos ,que foram trazidos como escravos para o Rio Grande do Sul.
                                                                                                                                A não venda de Bàbàláwos como escravos, se justificava,  os mercadores que trouxeram os cativos  para o Brasil, em grande maioria, temiam a presença de um líder, entre o grupo  a ser transportados.
  
É verdade também,  que o conhecimento dos Bàbàláwo impunha medo aos traficantes da época. Um Bàbàláwo  poderia criar sérios problemas se fosse cativo, para o seu proprietário.

Não existe nenhum documento que prove a presença de um Bàbàláwo entre os escravos trazidos para o Sul, em toda a  historia.

Ao publicar esse texto, minha intenção, não é buscar a luz da fama e sim  esclarecer e contribuir com a historia do culto aos Orisas no Rio Grande do Sul.

Ser o primeiro,  Bàbàláwo, o primeiro Ojé  e o primeiro Ogboni, consagrado em terras Yorubas ,tendo sido iniciado no culto aos Orisas, conhecido como  Batuque, me torna uma pessoa em destaque.

O fato de ser aceito, em vários seguimentos religiosos  distintos em território Yoruba, me envaidece, mas aumenta muito a minha responsabilidade.

Quando estive em Osogbo, diante de Osun, vivi a maior emoção da minha vida.
Para mim que fui criado, no batuque, e após a  morte do meu Babalorisa, (Romario de Osalá), tomei obrigações na nação de ketu.
                                                                                                                                 Jamais imaginei,  estar em terras africanas, diante de minha família, como um Bàbàláwo, foi uma grande honra.
                                                                                                                          Ser o primeiro sacerdote no Rio Grande do Sul, consultando Ifá com Opele, me exigiu anos de estudos e dedicação.

 Fui iniciado em  Ifá,  há quase vinte anos, levado por minha mãe Edelzuita de Osalá (Asé Gantois), na casa do falecido Bàbàláwo Rafael Zamoura, e lá foi  constada a necessidade da minha iniciação em Ifá. 
                                                                                                                                  Posteriormente passei a fazer parte da família Agboolà, da cidade de Lagos, Nigéria.

Consagrado como Bàbàláwo, pelo Oluwo Oyeniyi  Agboolà, fazer parte  dessa família, é uma grande honra, maior ainda é a responsabilidade, que exige um comportamento exemplar, um sacerdote de Ifá, deve manter uma postura digna do seu cargo.



terça-feira, 13 de março de 2012

Ifá e o homem, o sacerdote e o Deus.


Ifá e o homem, o sacerdote e o Deus.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Quando uma pessoa procura um sacerdote, muitas vezes espera encontrar um Deus, e muito raramente aceita que ele seja um homem, ela procura milagres,e o mais fácil, o óbvio, parece uma tolice e não uma solução.

Confundir o sacerdote com um Deus é comum, mas a não aceitação do sacerdote como homem, isso sim me causa estranheza.

Para um grande número de pessoas é difícil separar, o sacerdote, do homem e entender que ele tem a sua vida particular.

A  curiosidade e muitas e a maldade, contribuem para uma enorme confusão, algumas pessoas não conseguem entender que o sacerdote, também adoece, ama, e tem problemas como todo ser humano.

È comum ouvir a frase absurda “se ele não tem nem para ele, como é que ele vai me ajudar a adquirir alguma coisa.” A incapacidade ou a ignorância, não permite que as pessoas compreendam que cada ser humano tem um Odu, e um destino, e que isso não implica diretamente na capacidade ou no discernimento do sacerdote  na hora de analisar o problema do consulente.

Vamos analisar a seguinte hipótese: Um Babalorisa com um baixo poder aquisitivo, pode dar um bori em uma pessoa com muito dinheiro?

Bem algumas cabeças, não pensantes, acreditam que se isso acontecer a pessoa que tem muito dinheiro pode ter prejuízos, na verdade, a falta de conhecimento provoca tais equívocos.

Cada pessoa tem seu próprio Odu,e seu destino, se uma pessoa que tem muito dinheiro, tomar um bori,com um milionário ou com alguém sem dinheiro, não há diferença,no aspecto financeiro.

Tudo que existe na terra nasce de um Odu, alguns Odus beneficiam mais a situação financeira, como o caso do Odu Ogbe Meji, que é o Odu mais rico que existe. 

Mas em contrapartida,um sacerdote nascido  em outro Odu como um caminho de Oturupon, a capacidade de cura é maior; então é bem possível que essa pessoa regida pelo Odu Ogbe Meji, com muita sorte, em um determinado momento de sua vida vai precisar muito da pessoa regida por Otutupon, para lhe fazer um ebó para combater uma enfermidade.

Se não existir a pessoa com o poder de cura, com o asé , para afastar a doença, o bem nascido, regido por um belo Odu, pode perder a sua vida e deixar de encontrar a cura para o seu problema.

 E como dizem os antigos, “o caixão não tem gavetas" e todo o seu dinheiro não vai resolver o seu problema da saúde.

Na cultura Yoruba somente Osetura tem o privilégio de chegar aos pés de Olodumare, carregando as nossas súplicas; na religião tradicional não se invoca Deus a todo momento, é diferente das outras religiões, para isso temos os Odus e Orisas.

E os sacerdotes são homens escolhidos pelos Orisas para estabelecer essa ligação, entre o divino e o profano.


Em nosso país um Babalawo, ou um Babalorisa em razão do sincretismo religioso Yoruba cristão, enfrenta um grande número de proibições que em território Yoruba seriam motivo de riso.

Então o tal preceito parece até coisa de maluco, imagine que existe casas que não permite que uma mulher mantenha relações sexuais com seu marido noventa dias depois e ser iniciada para seu Orisa.

As pessoas que inventaram tais regras, eu não sei nem como descreve-las, na verdade eu sei, mas por respeito ao leitor não o farei nesse espaço.

Em fim poderia ficar aqui escrevendo uma semana ou mais sobre tais questões, fruto da maldade, ou da falta de conhecimento, mas prefiro definir isso como parte de um elo perdido, que hoje graças a Olodumare pode ser reconstituído.

Ifá é aquele que tudo vê e que tudo sabe, vamos deixar nas mãos dele o esclarecimento dos menos favorecidos.

Confundir um  sacerdote com um Deus, é esperar dele milagres, um homem não faz milagres, nem realiza graças, isso é tarefa das divindades. Conforme o merecimento de cada um,as coisas podem ou não acontecer, acreditar no contrario,é o mesmo que acreditar que nossa senhora é Osun.

Eu não sei quem é mais errado, o que promete, ou o que acredita em milagres.O homem e o sacerdote nunca podem ser confundidos com Deus.

  Oito bilhões de Deuses    Imaginem oito bilhões de deuses em um conflito incessante. Pensar nessa possibilidade nos remete a uma ideia de ...