Pobres daqueles não conhecem Orunmila.
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Como vivemos em uma democracia é natural que temos ou mais
cedo ou mais tarde em qualquer profissão aceitar ou pelo menos tentar entender
as criticas.
O mais difícil das criticas é a exteriorização muitas vezes
de um conhecimento hipotético, traduzindo isso, é ouvir alguém falar sobre o
que você domina com total desconhecimento.
O termo crítica provém do grego kritikē (κριτική), que
significa (a arte de) "discernir", "separar",
"julgar". É um ato do espírito que preserva o que merece ser afirmado
e põe em dúvida a pretensão daquilo que pode ir além do seu domínio de
aplicação e, portanto, não merece ser afirmado (Dicionário Etmológico Online).
Imaginem Euryclides de Jesus Zerbini o grande cirurgião do
coração recebendo criticas de um perito em prospecção de petróleo ou Edson
Arantes do Nascimento (Pelé), recebendo criticas da sua habilidade enquanto
jogador de futebol de um cantor de rock. Guardando as devidas proporções é mais
ou menos isso que vejo acontecer com o nosso trabalho.
Em alguns momentos de nossa trajetória enquanto sacerdotes
somos surpreendidos por algumas afirmações que provocam risos, professores, jornalistas
e escritores não iniciados já tentaram fazer uma analise do nosso trabalho e do
nosso projeto (Ifá é para todos), nos últimos três anos iniciamos quase mil e
quinhentas pessoas, escrevemos mais de seiscentos textos e obtivemos
aproximadamente oito mil fotos que documentam a nossa iniciativa é muito
desconcertante ouvir criticas de alguém que não é iniciado.
Seria muito engraçado se não fosse ridículo assistir pessoas
que nunca iniciaram ninguém comentar sobre o nosso desempenho enquanto
sacerdote, nos cinquenta quatro anos que estamos na religião conseguimos alguns
milhares de fotos do nosso trabalho, só no facebook disponibilizamos mais de
seis mil fotos, e um sujeito que não tem foto nem da iniciação dele que ele diz
ter feito tenta crescer na nossa sombra.
Um itelodu (a feitura de um Bàbàláwos) tem mais de cinquenta
rituais, cada um deles descrito em um odu imaginem uma pessoa que não é
iniciada em ifá escrever um texto comentando sobre a área do iodou e sua
localização, assim como os rituais que se desenvolvem em seu interior, do fundo
do coração, é de sentir pena dessas pessoas, pobres desavisados.
Pensando em orientar esse tipo de critico disponibilizarei parte
de alguns textos que escrevi, se esse pessoal estudar bastante dentro de alguns
anos vamos poder debater sobre o que hoje eles ignoram.
*Existe algumas coisas que devem ser esclarecidas, uma
pergunta frequente é relativa a preceito, sexo e pecado, no Odu Oworin Ofun,
fala que o sacerdote não deve fazer sexo com sua esposa naquele dia, ele está comprometidas
com os rituais, todos as orientações de comportamento podem ser encontradas nos
versos de Ifá, no Odu Osa Otura, fala que devemos sempre falar a verdade, no
Odu Ogundakete, diz que não devemos roubar.
Um texto de Ifá muito conhecido do Odu Osetura, fala da
importância das mulheres, do respeito que os homens devem manter por suas
esposas, filhas e por suas mães, outro texto do Odu Ofun Meji, diz que o
iniciado em ifá deve ver Iya Odu e se tornar um Bàbàláwo, já no Odu Ogbe Meji,
fica claro que a principal esposa de Òrúnmìlà só pode ser cultuada por quem
passou por um ritual chamado Ipanadu (cerimonia que o awo se torna um Bàbàláwo,
momento que apaga se a luz para ver Odu).
No Odu Ogbe Yonu,fala sobre a relação financeira homem e a
família da esposa diz que até o casamento todas as despesas da mulher devem ser
mantidas pela família, mas depois do casamento o marido não deve deixar que a
mulher passe necessidades, a manutenção da casa é responsabilidade daquele que
assumiu a relação diante da família.
Ainda no Odu Ogbe Yonu, vamos encontrar dados referentes ao
casamento de um Bàbàláwo, nesse Odu diz que não deve haver a separação e nem o
adultério, que as pessoas deveriam antes de assumir uma relação pensar
bastante, fala ainda que aquele que escolheu viver com uma única mulher deve
respeita-la e protege-la, ainda nesse Odu vamos encontrar uma advertência
contra o uso de magia maléfica contra o cônjuge, nesse caso Ifá vai se lançar
em sua defesa e não sabemos o que pode acontecer; nesse Odu diz que o Bàbàláwo
deve ter uma postura digna e não deve se envolver com outras mulheres, a
punição para o sacerdote que não cumprir essa orientação diz Ifá: (que ele nuca
vai atingir o sucesso em seu trabalho).
Obs: Com respeito ao numero de esposas o Bàbàláwo deve
seguir a orientação do seu odu e buscar uma forma de respeitar a cultura local,
podemos tomar como exemplo o odu Oyeku Meji a onde ifá diz:
Que aquele nascido sobre esse signo só pode ter uma esposa,
é evidente que também podemos considerar a leis de cada país, no Brasil é crime
manter se casado com mais de uma pessoa.
O Odu Ogbeyonu, fala da punição do Bàbàláwo, que desejar a
mulher de outro Awo, diz Ifá (aquele Bàbàláwo ou iniciado em Ifá que deitar com
a mulher de outro awo, não deve ver outro amanhecer).
No Odu Ogbe Meji, a necessidade do comportamento digno é
enfatizada, de tal forma que a punição seria o infortúnio, a falta de sucesso e
o total esquecimento, o abandono do sacerdote, suas orações não devem ser
ouvidas, essa é uma das punições mais temidas, a relação homem Òrìṣà deixa de
existir.
No Odu Obara Egutan Encontramos em detalhes, a relação de um
Bàbàláwo, com a sua Apetebi, nesse verso de ifá diz (a escolha da esposa de um Bàbàláwo
é apontada por Ifá quando ela nasce), existe vários Odus que indicam essa
relação, assim como também existe uma identificação bem clara nos versos de Ifá
sobre quem deve se tornar um Iniciado e quem deve se tornar um Bàbàláwo, ver
Odu: Ogbe Meji, Oturupon Meji, Irete Meji, Iwori Meji etc.
No Odu Oworin Sindin, aparecem algumas indicações sobre a
necessidade do homem cumprir o seu destino, assim como no Odu ogbe Ogunda, fala
do cuidado com o Ori e a relação do homem com o destino por ele escolhido,
tendo como testemunho Orunmila, isso nos remeti a uma reflexão encontrada no
Odu Ogbe Meji (nem um homem deve se comprometer com um Òrìṣà antes de conhecer
o seu destino) essa afirmação indica claramente que o homem deve conhecer a
indicação de Ifá para ter uma orientação sobre a sua vida religiosa, não é o
homem que escolhe o Òrìṣà é Ifá quem indica os Òrìṣà que devem ser cultuados.
No Odu Obara Kosun, fala da punição violenta caso o iniciado
não respeite o seu sacerdote e vice versa, o respeito deve ser mantido a
qualquer custo assim como a segurança da egbe (família) o sacerdote deve usar
todos os recursos que possui para proteger a sua família, dele será cobrado à
omissão.
Ainda no Odu Obara Kosun, Ifá alerta sobre o uso do Opele,
quem pode usar e sobre a remuneração, aquele que não usar o Opele com dignidade
jamais vai ver o sucesso, nesse verso ifá deixa claro que um sacerdote não pode
mentir e usar um instrumento de consulta em seu beneficio, jamais será aceito
qualquer tipo de mentira usando o nome de Ifá.
O Odu Ogbe Alara, fala de Iwa (caráter) a indicação é clara
nesse odu, a necessidade de manter uma postura reta, faz parte do dia a dia do
iniciado, temos a obrigação diante dos Òrìșàs, de manter um comportamento que
honre toda nossa família e nossos antepassados, independente de nossa idade, a
juventude não é desculpa para o erro a pouca idade, é característica que indica
a inocência e não a má conduta, fica bem clara no verso do Odu Ofun Oṣé, que
diz (é preferível um sacerdote jovem e honesto que um velho sem caráter).
Nos versos de Ifá vamos encontrar inúmeras recomendações de
comportamento, inclusive referente à higiene, no Odu Oṣé Odi, consta uma
relação bem clara sobre a necessidade de se manter limpo e com o corpo asseado,
ainda nesse Odu diz Ifá (o homem tem responsabilidade com seus filhos até que
possam se manter, encontrar uma ocupação e ter sua renda, é responsabilidade
dos pais manter os filhos menores).
O Odu Obara Kosun, em seus textos indica que a pessoa que
foi iniciada no culto aos Òrìșàs ou no culto a Ifá deve fazer oferendas às
divindades e manter os seus assentamentos em ordem, limpos o Oṣé (limpeza
semanal) é responsabilidade do iniciado e não do sacerdote.
Ainda falando do comportamento de um Bàbàláwo, diz Ifá no
verso do Odu Ofun Gbadara, as coisas de Ifá não devem ser comercializadas por
um Bàbàláwo, (um Bàbàláwo não deve ser um comerciante), nesse mesmo Odu diz
(aquele que lhe prestou um favor, lhe deu uma ajuda deve ser recompensado) todo
trabalho espiritual tem que ser remunerado, se não for assim como o sacerdote
vai poder manter os seus assentamentos e continuar atendendo as necessidades
dos que o procuram.
O Odu Ofun Nagbe, fala da prosperidade do Sacerdote fala que
aquele que trabalha corretamente terá uma vida tranquila, assim como aquele que
possui Ikin nunca lhe faltara o alimento (Odu Idin Ka).
Um verso do Odu Ogunda Ogbe, orienta sobre o dia do Oṣé
semanal, um dia da semana devem ser reservados para cuidar dos Òrìșàs, nesse
dia os assentamentos dos Òrìșàs devem ser limpos, já no Odu Okanran Obara a
orientação é sobre o assentamento de Egúngún, diz Ifá (aquele para quem aparece
esse Odu deve manter viva a imagem de seus antepassados, essa pessoa deve ser
iniciada no culto a Egúngún e deve honrar todos de sua família, com um
assentamento que deve ser mantido sempre limpo e bem cuidado, é obrigação dessa
pessoa escolher um sucessor que ira manter esse assentamento para que esse
culto não deixe de existir.
No Odu Iwori Meji, fala sobre fazer magias para quem não tem
como se defender, sobre o uso do conhecimento de um sacerdote contra quem não
merece tal atitude, diz Ifá (aquele que ataca um inocente a maldade e a
destruição voltariam para prejudica-lo).
No Odu Osa Meji, está bem claro que não devemos julgar o
nosso semelhante, só Ifá pode saber o futuro de cada pessoa diz Ifá: (um Orí
coroado não pode ser reconhecido por um ser humano, só Ifá identifica o Orí que
será beneficiado), não devemos menosprezar ninguém.
O Odu Oturupon Ofun, fala sobre o suicídio, não é permitido
a ninguém essa pratica só Ifá sabe e pode mudar o dia da morte, ainda nesse Odu
diz Ifá: à longevidade não é encantamento, devemos nos afastar de tudo que
possa diminuir o tempo de nossa vida, devemos fazer tudo para alcançar a
longevidade.
No Odu Ogbeyonu, Ifá é bem claro não devemos ser arrogantes
dentro da relação afetiva, devemos buscar o companheirismo como forma de
melhorar os relacionamentos.
Em Ika Ogunda, ifá fala sobre a necessidade de orar para
obter sorte e prosperidade, o homem deve manter suas orações, como forma de
disciplina e humildade, nesse Odu assim como no Odu Ogbe Ogunda, diz: o horário
de fazer as orações preferencialmente pela manhã logo que acordamos.
O Odu Osetura, diz não devemos nos exibir, devemos manter
uma vida regrada e sem exageros, um homem não deve discriminar uma mulher e uma
mulher não discriminar um homem, um velho jamais deve ser discriminado por
jovem da mesma forma que um jovem não deve ser discriminado por um mais velho,
o respeito deve existir indiferente da idade ou sexo.
No Odu Otura Irete, Ifá diz: (a bondade deve ser cultivada
como forma de gratidão) a bondade deve ser praticada, não devemos ser ingratos,
só Ifá sabe se não vamos necessitar em um futuro da ajuda de quem nos
beneficiou no passado, não devemos desfazer de quem um dia nos ajudou.
O Odu Otura Ofun, deixa bem claro a necessidade de manter os
ebós indicados por Ifá, se uma pessoa consulta, toma conhecimento do problema e
não fazer os ebós indicados a responsabilidade deixa de ser do sacerdote.
No Odu Òtúrúpon`Otúa, fala sobre a necessidade do sacerdote
estudar e ter conhecimento para honrar seus antepassados com sua capacidade,
diz Ifá: é responsabilidade do iniciado, assim como do sacerdote o aprendizado,
a capacitação daquele que abre as portas para o atendimento é uma
responsabilidade assumida diante de Ifá, todo ato praticado dentro da casa de Òrìṣà
tem que seguir a orientação dos versos de Ifá; no Odu Iwori Otura, fala sobre a
disciplina dos estudos e a educação do iniciado em Ifá deixando bem claro que
devemos nos dedicar para obter uma educação adequada. O Odu Irete Ofun, fala do
estado de perfeição e o alinhamento com Olódùmarè se não somos perfeitos
devemos buscar a melhor forma de se assemelhar com a perfeição.
O Odu Iwori Ofun, fala do respeito que temos que manter por
todas as pessoas, se queremos ser respeitados, devemos respeitar todas as
pessoas sempre, a vida é um benefício recebido das mãos de Olódùmarè cabe a nós
tornar digno o viver.
- Se no odu otura ìwòrì está bem claro que um Bàbàláwo não
deve fazer uma iniciação em ifá sozinho, como é que alguns Bàbàláwos no Brasil
viajam sozinhos fazendo itefas e itelodus?
Se no odu otura ìwòrì diz que um Bàbàláwo não pode
comercializar as coisas de ifá como é que alguns Bàbàláwos vendem roupa, obi e Orobó?
Se ifá indica no odu ose Irete que o Bàbàláwo deve fazer a
iniciação diante de Opa Osun, como é que pessoas que não foram iniciados nesse
orixá podem iniciar em ifá?
Se no odu Ìká Òfún diz que só podemos dar o que temos, como
pode um Bàbàláwo que não tem Iya odu e não é iniciado em Ògún usar o obé?
Esses são alguns questionamentos que nos fazem pensar sobre
o ifá que é praticado em nosso país.
O fato é que o território Yoruba está longe do nosso país
dificultando a comunicação, sendo assim por falta de informação as pessoas que
faziam parte do culto ao orixá afro brasileiro terminam improvisando dando
origem a uma grande mistura.
Considerando que todos os ensinamentos estão contidos nos
versos de ifá, o iniciado deve estudara palavra de Òrúnmìlà.
Nesse texto vamos divulgar alguns versos de Ifá e a sua
utilidade:
Ogbè Méjì – Fala sobre respeito a figura materna.
Ìretè Méjì - Fala sobre o uso Ewé Tete.
Òtúá Méjì – Fala sobre o uso da esteira para adivinhação.
Òyèkú Méjì – Fala que o homem deve ter somente uma mulher.
Ìwòrì Ogbè – Fala da criação dos Ikins.
Òdí Méjì – Fala da necessidade de ouvir os outros.
Òbàrà Méjì – Fala de lavar a cabeça com folhas para obter
bons resultados.
Ògúndá Méjì – Fala que o homem obtém reconhecimento com seu
trabalho.
Òtúrúpòn Méjì – Fala sobre o uso da Ewé gbegi e da
necessidade de alimentar o ifá constantemente.
Ogbe Otura – Fala sobre a hierarquia no ifá.
Ogbe Ose – Fala sobre o uso do ekodide.
Oyeku Ogbe – Fala da necessidade de consultar o Bàbàláwo.
Oyeku Owonrin – Fala que o adultério levará a morte.
Oyeku Ogunda – Fala que fazendo o ebó a pessoa supera o
problema.
Oyeku Oturupon – Fala sobre a necessidade de perdoar.
Oyeku Otura – Fala que a pessoa tem a sorte dupla.
Oyeku Ose – Fala da saudação aos babalawos.
Iwori Odi – Fala sobre o sexo dos bichos a serem
sacrificados.
Iwori Okanran – Fala que a pessoa mente ao Bàbàláwo /
Iyanifa
Iwori Osa – Fala da falta de caráter.
Iwori Irete – Fala da necessidade de dar esmolas e ter bom
caráter para evoluir.
Iwori Ose – Fala que quem tem bom caráter será recompensado.
Iwori Ofun – Fala que a pessoa deve respeitar quem merece.
Odi Oyeku – Fala que a pessoa deve ter uma postura digna.
Odi Obara – Fala que a pessoa deve manter algumas coisas
privadas.
Odi Otura – Fala que a pessoa deve consultar antes de casar.
Odi Ofun- Fala sobre a necessidade de ebó.
Ìrosùn Obara – Fala sobre a necessidade de estudar.
Ìrosùn Ogunda – Fala que não se deve pedir coisas negativas
a Exu.
Ìrosùn Osa – Fala que a pessoa deve ter Iniciação para ter
sucesso.
Ìrosùn Ika – Fala de
prestigio, fama e reconhecimento.
Ìrosùn Oturupon – Fala sobre animais de uma única cor para
sacrificar em ebós para adquirir prestigio.
Ìrosùn Irete – Fala sobre iniciação em ifá, Itefa.
Ìrosùn Ose – Fala sobre a necessidade de consultar ifá.
Ìrosùn Ofun – Fala sobre a necessidade de lavar o ori com
Omiero.
Owonrin Ogbe – necessidade de agradar Exu.
Owonrin Odi – Fala de fazer caridade para prosperar.
Owonrin Ìrosùn – Fala de alimentar o ori para ter sucesso.
Owonrin Osa – Fala em fazer ebó para obter êxito na vida
sentimental.
Owonrin Ika – Fala sobre examinar tudo com muito cuidado
para ter sucesso.
Obara Odi – Fala que a promiscuidade prejudica.
Obara Osa – Fala sobre inadimplência.
Obara Oturupon – Fala sobre problemas para concepção.
Obara Ose – Fala que aquele que não cumpre as regras não
evolui.
Okanran Ogbe – Fala sobre iniciação em ifá.
Okanran Owonrin – Fala sobre o pagamento do Bàbàláwo, nesse
odu o Bàbàláwo deve doar grande parte do dinheiro recebido.
Okanran Obara – Fala sobre perda de bens.
Okanran Ogunda – Fala da criação do mundo, Odu que Orunmila
veio a terra.
Ogunda Ogbe – Fala da mulher que manda no marido.
Ogunda Owonrin – Fala sobre inveja.
Ogunda Oturupon – Fala sobre boa sorte, riqueza, abundancia.
Ogunda Okanran – Fala sobre comercio improdutivo.
Ogunda Ose – Fala que as crianças não devem ser castigadas.
Osa Iwori – Fala sobre a necessidade de usar obi.
Osa Obara – Fala sobre a necessidade de mudar-se para ter
sucesso.
Osa Okanran – Fala sobre pessoa deve construir uma casa
sozinha para ter felicidades.
Osa Otura – Fala sobre dizer sempre a verdade.
Osa Ofun – Fala da necessidade de manter os ewos.
Ika Odi – Fala sobre desobediência e o desrespeito aos mais
velhos.
Ika Okanran – Fala sobre maus mau hábitos.
Ika Osa – Fala sobre covardia.
Ika Oturupon – Fala sobre tocar Iroke para afastar coisas
ruins.
Ika Ofun – Fala sobre as regras do iniciado.
Oturupon Oyeku – Fala sobre convidar as pessoas a vir em
casa para progredir.
Oturupon Ìrosùn – Fala sobre problemas conjugais.
Oturupon Obara – Fala sobre manter o corpo saudável.
Oturupon Ogunda – Fala sobre a necessidade de educar os
filhos.
Oturupon Osa – Fala sobre problemas com filhos.
Oturupon Otura – Fala sobre a criação do calendário, que a
semana Yoruba tem quatro dias.
Oturupon Ose – Fala sobre o uso da pimenta para afastar a
morte.
Otura Ogbe – Fala sobre a impotência masculina, odu que
oferece milho como ebó.
Otura Owonrin – Fala sobre a reencarnação.
Otura Osa – Fala sobre não pode fazer sociedade com alguém.
Otura Oturupon – Fala sobre Ewó bebida alcoólica,
impedimento de dendê a Obàtálá uso do pano branco em ebó, Ewó de emu (vinho de
palma).
Otura Ose – Fala sobre tomar banho com ose Dudu em forma de
ebó.
Irete Ogbe – Fala de dar mel ao ifá.
Irete Oyeku – Fala de soltar os animais do ebó.
Irete Ogunda – Fala sobre usar nos ebós banana, banha de ori
e camarão.
Irete Osa – Fala do uso do mel nos ebós.
Ose Ogbe – Fala sobre o uso da roupa branca.
Ose Oyeku – Fala sobre a necessidade de lavar os olhos para
entrar em um lugar sagrado.
Ose Iwori – Fala sobre a menstruação.
Ose Odi – Fala sobre não poder ter compaixão com o inimigo.
Ose Owonrin – Fala sobre o uso das cinzas nos ebós.
Ose Obara – Fala sobre o uso de bagre em Ifá.
Ose Okanran – Fala sobre o uso de efun e o osun nos ebós.
Ose Ogunda – Fala sobre o uso das penas de agbe, aluko,
odire nos ebós.
Ose Oturupon – Fala sobre o sacrifício dos igbins nos ebós.
Ose Otura – fala sobre o uso de Ewé abamoda, o uso do dedo
mediano para marcar odu.
Ofun Ìrosùn – Fala sobre o sacrifício de mel.
Ofun Ogunda – Fala sobre o uso de carnes nos ebós.
Ofun Ika – Fala sobre colocar roupas novas após o banho.
Ofun Oturupon – Fala sobre o uso búzios para ebó.
Ofun Irete – Fala sobre o uso da agua nos ebós.
Ofun Ose – Fala sobre o uso de folhas de ifá embaixo do
travesseiro como ebó.
* Falar sobre Iya mi é transitar pelos textos dos odus Osá
meji, Ose Oyeku, Irete meji, Ogbe Sa e Irete Owonrin e Irete Ogbe, embora Iya
mi se faça se presente em todos os odus.
Exu, Orunmila e Iya mi respondem nos duzentos e cinquenta e
seis odus, porém em alguns é exaltada a necessidade de pactuar com Iya mi de
forma a criar uma aproximação do indivíduo com a informação e a ritualística
considerando que a energia já o acompanha desde o nascimento.
Vejo constantemente supostos conhecedores falando mal de
Orixá e de determinados odus um desses é Osá meji famoso entre os incultos como
odu negativo, é por essa razão que vamos começar falando do aspecto positivo
contido nesse odu e no culto a Iya mi Osoronga.
No odu Osá meji, Iya mi Odu quando chega a terra age sem
limites desrespeitando os Orixás a ponto de vestir a roupa de Egúngún, nesse
odu Iya mi encontra dificuldade para dançar com a roupa de Egúngún e Ọbàtálá
introduz em uma incisão do tecido com uma rede para que permita a ela conseguir
enxergar.
É evidente que posterior a essas confusões algo tinha que
ser feito e Iya mi deveria ser acalmada então após uma consulta a Òrúnmìlà, Ọbàtálá
é aconselhado a dividir seu alimento com Iya mi. A água do igbin (omi ero),
oferecida para Iya odu que imediatamente adota como o seu principal alimento, o
igbin, com esse ato Ọbàtálá acalma Iya Odu.
O trabalho de um Bàbàláwo é interpretar os versos de ifá,
considerando o citado acima estamos falando de um convívio harmonioso entre um
personagem masculino e um feminino, a água do igbin é conhecido como a água que
acalma, sendo assim esse odu fala de um período de paz e prosperidade.
Já no odu Irete Owonrin, Obàtálá tenta ludibriar Iya mi se
negando a pagar um tributo para a grande mãe ancestral, Iya mi com habilidade
percebe a armação e se antecipa ao embuste criado.
Interpretando essa passagem do Odu Irete Owonrin percebemos
que Iya mi só quer o que é dela por direito deixando bem claro que ela não se
antepõe aos Orixás ou aos seres humanos.
Em uma linguagem popular se fomos comparar o Orun a uma
empresa usando assim uma didática de fácil assimilação o processo seria composto
da seguinte forma:
- Olódùmarè seria o equivalente ao presidente da empresa,
que teria imediatamente dois diretores de total confiança.
- Orunmila seria o equivalente a um diretor administrativo
que identifica e orienta a questão.
- Iya mi seria o equivalente a um diretor executivo com a
função de dar andamento as orientações
fornecidas por Orunmila, sendo assim o destino por nós
escolhido diante de Ajala antes de vir para terra é testemunhado por Orunmila e
informado a Iya mi.
-Iya mi não interfere na escolha de nosso destino, ela segue
as orientações de Orunmila liberando os seus assistentes (ajoguns), para
executarem o trabalho.
Os ajoguns, iku(morte), arun (doença), ejo (problemas),etc,
são liberados por Iya mi em quase a totalidade das situações correspondendo a
uma escolha feita por nós mesmos, não é Iya mi que é ruim ou perversa ela
exerce uma função assim como os demais Orixás.
As pessoas iniciadas em Orixá não podem ser sepultadas em
gavetas o ideal é que seus corpos sejam restituídos a terra, sendo assim o
ajogun iku(morte), não é ruim, ele exerce uma função determinada por Iya mi
porém em data quase sempre escolhida por nós.
No odu Ogbe Yonu, Orunmila orienta os Orixás para oferecerem
efun e osun, além de várias folhas para Iya mi Osoronga, Iya mi se compromete a
não atacar os filhos dos Orixás.
No odu Ogbe Sa, Iya mi se compromete com Orunmila em fazer o
bem quando chega a terra, ela diz a Orunmila, que seus filhos vão ter
prosperidade e felicidade.
No odu Irete meji Orunmila viaja para a cidade de Ota e
descobri o segredo das Iya mi, ele oferece o prato predileto delas e eles se
tornam amigos.
No odu Irete Ogbe, Iya Odu se torna a esposa de Orunmila que
reconhece o poder de Iya quando ela invoca o pássaro Aragamágo como sendo muito
superior ao seu.
No odu Ose Oyeku Orunmila orienta Ogun, Obaluaye, Oduduwa e
Obàtálá para que façam oferenda para Iya mi que reconhece os mesmos como
filhos.
A figura materna de Iya mi é confirmada em vários versos de
ifá, uma mãe tem o dever de zelar pelos seus filhos, não tem o dever de
agradá-los, nem tudo que uma mãe faz é compreendido por seus descendentes.
Iya mi é uma mãe zelosa e poderosa que habita dentro de cada
um de nós, em nossas vísceras ela pode se manifestar de maneira positiva ou
negativa. Iya mi pode criar um mal-estar para impedir que a pessoa saia de casa
e seja vítima de algo que não faça parte de seu destino, o problema intestinal
certamente vai ser visto de forma negativa, mas será necessário para manter a
pessoa longe do perigo.
A igreja católica ao longo da história combateu a figura
feminina por temer a capacidade que só as mulheres têm, que é abrigar uma nova
vida dentro delas, as mulheres são muito superiores aos homens em vários
sentidos, essa é a verdadeira razão do combate histórico a figura feminina. Iya
mi foi uma das vítimas desse processo histórico.
Para cultuar Iya mi é necessário amar e respeitar a figura
feminina, respeitar as mães, as irmãs, as filhas, respeitar a natureza e o
poder de criação, Iya mi é a própria vida, é quem nos gerou, é quem nos abrigou
no passado, é que nos abriga no presente, é com certeza quem vai nos abrigar em
um futuro quando passarmos dessa para uma outra.
Algumas pessoas em seu odu de nascimento necessitam se
aprofundar no culto a Iya mi, mais do que outras, isso se deve a própria
história de cada odu e ao destino escolhido pela pessoa, de qualquer forma o
culto a Iya mi pode ser praticado por qualquer um, agradar aos nossos
antepassados femininos é muito mais fácil do que parece. Para agradar Iya mi
temos que estar em harmonia com a natureza e com os nossos semelhantes, a
essência do culto a Iya mi é a força feminina maternal que gera e mantém a
vida, manter a vida é como amamentar o recém-nascido, é conservar a essência e estimular
o desenvolvimento do que temos de melhor.
Iya mi é a força da vida é a capacidade de criar, é a
capacidade de amar, é a manutenção da vida, é o leite que alimenta o
recém-nascido é o desenvolvimento sadio é a evolução, é a capacidade de renovar
como forma de perpetuar a vida.
Em uma arvore grande e sadia podemos observar centenas de
galhos como extensão do tronco, podemos ver milhares de folhas e frutos como
extensão dos galhos, os frutos dentro deles têm centenas de sementes que
geraram outras arvores.
É esse ciclo da vida
que representa Iya mi a arvore é só um exemplo, quando estamos diante de uma
mulher gravida esse mesmo ciclo pode ser observado, assim é a história, nada
acontece sem essas senhoras.
Me causa espanto a falta de conhecimento sobre Iya mi, eu
acredito que com o passar do tempo muito desses mitos devem desaparecer.
Quando se fala de iniciação em ifá estamos falando de um dos
momentos mais importantes da vida espiritual de qualquer pessoa, a cerimonia do
itefa é constituído de cinquenta e quatro atos que tem como finalidade
principal esclarecer as dúvidas sobre o destino do iniciado.
O Itefa esclarece facilitando o dia a dia proporcionando
informações para que o iniciado esteja alinhado com o destino por ele escolhido
antes do seu nascimento.
A iniciação em ifá é muito discutida por pessoas que não
foram iniciadas, então o que dizer desses comentários, o ideal seria que as
pessoas escrevessem sobre aquilo que de fato elas conhecem.
A preparação de um itefa normalmente leva vários dias, a
compra dos animais e do material que será utilizado na iniciação é orientada
pelo Oluwo, o critério no momento da compra dos materiais sempre deve ser que
sobre material, ao invés de faltar, a sobra facilita assim as indicações ainda
desconhecidas no decorrer dos rituais.
Obs: Quando o
material é comprado em parte antecipadamente, o assentamento do orixá ire é
facilitado após a indicação do odu de nascimento, assim como a preparação do
igba ori se necessário.
Parte da lista de um Itefa:
2-bodes
1-cabra
6- galinhas
6-galos
20-igbins
4-pombos
1-galinha de angola
50-obi
100-orobo
10-efun
30-osun
2-eku eda
4-eja aro
Tecido branco para roupa 10m.
Ikin em quantidade a ser definida pelo Oluwo.
10- iyerosun
10-odidi atare
1-vasilha para Ifá
1-Vasilha para Exu.
500g de búzios
1-kg de Sabão da costa
1 –Idé Ifá
1-yangui
1-ileke Ifá
8-litros de gim ou vodca
6- litros de dendê
1-litro de mel
1-cabaça
Obs: Não vamos fornecer a lista completa nesse texto por
acreditar que seja desnecessário a divulgação. A parte da lista divulgada já
vai dar uma ideia para o leitor, ou seja, isso vai auxiliar para que ele não
seja enganado por pessoas que se dizem sacerdotes.
Ainda considerando a
compra dos materiais com fartura, é importante salientar que antes do início do
itefa é feito uma consulta a Orunmila que vai orientar os ebos que antecedem o
itefa, (sempre é feito ebo riru) e outros ebos.
1-No início do itefa existem algumas cerimonias que não
devem ser divulgadas, um exemplo é o primeiro ato que jamais poderá ser
revelado, essa cerimônia acontece em uma mata.
Esse ato é dirigido pelo Oluwo mas podem participar o ojugbona do
iniciado.
2-Preparação do caminho por onde vai passar o iniciado com
ofertas a terra em número ímpar de um lado do caminho e em outro em número par.
3-Preparação do sabão de Opa Osun.
4- Alimentar opa Osun.
5-Consulta a Ifá para a entrada do iniciado
6-Ebó de entrada.
7-Preparação das folhas para a entrada do iodou.
8-preparação do Yangui do Exu do iniciado.
9-Preparação do material que será utilizado no itefa e sua
conferencia.
10-Preparação das aves que devem ser carregadas pelo
iniciado.
11-Inicio da caminhada em direção ao igbodu.O Oluwo
segurando em sua mão Opa Osun começa as orações louvando os orisas, é feita a
apresentação do novo membro da família para os antepassados.
Após a oração inicial através de Opa Osun é feita a
invocação dos antepassados pedindo permissão para conduzir o awo, até o iodou.
Obs :Nesse texto vamos para facilitar a compreensão
nomearemos o iniciado como awo.
O awo será conduzido em uma caminhada precedida por seu
Oluwo, a sua Iya apetebi e seu ojugbona, a Iya apetebi carrega o yangui de Exu
em sua cabeça, enquanto o awo que está vendado carrega os animais e todos os
materiais para a iniciação.
Obs: A Iya apetebi normalmente é a esposa do Bàbàláwo,
embora nesses rituais a figura da Iya apetebi possa ser representada por uma
outra mulher, que não seja a esposa do Bàbàláwo.
A Iya apetebi não necessita ser iniciada para participar dos
atos iniciais do itefa, como os descritos até o decimo quinto ato que
normalmente são públicos.
12-Na entrada do iodou do lado esquerdo é feita a consulta a
Iya Odu antes da entrada do awo para o iodou com obi e orobo. Do lado direito é
colocada a vasilha contendo o Yangui do Exu que será assentado para o iniciado
que permanece vendado.
13-Retirada da venda.
Alguidar com agua um omi ero para lavar olhos de todos que
vão entrar no iodou, nesse alguidar será preparado as folhas de tètè, òdóndú,
rínrín e um igbin, tc.
14-O material do
itefa é levado para dentro do iodou.
15- O Opa Osun é fixado na terra dentro do iodou para
testemunhar todo processo.
16-Alimentar Iya Odu para pedir permissão para começar os
rituais dentro do Igbodu.
17- Raspagem da cabeça do awo
Obs: Os atos do decimo ao vigésimo não podem ser divulgados.
21- Preparação do solo para extrair o odu de nascimento, o
awo senta atrás do Oluwo segurando na cintura ou nos ombros ou nas costas de
seu Oluwo.
Obs: Os atos do vigésimo segundo ao vigésimo terceiro não
podem ser divulgados.
24- Ritual aos pés de Opa Osun o odu de nascimento do
iniciado será revelado.
Obs: Somente após saber o odu é que os ikins serão
alimentados, evidentemente porque o assentamento de Orunmila é feito com o odu
do iniciado, cabe dizer que anteriormente a isso existe a preparação dos ikins,
porém é importante ressaltar que o Exu do iniciado assim como como o seu iba
ori só serão alimentados a partir da apuração do odu.
Obs: No momento que é apurado o odu do awo se ele vier em
ibi ele deverá ser transformado em ire com o ebo riru antes do awo levantar da
esteira.
Ori, Exu pessoal e Orunmila são assentados com o odu de
nascimento extraído no itefa, se não for assim o compromisso de cumprir o
destino escolhido pelo iniciado antes de nascer jamais será realizado.
Se o awo já tiver Exu assentado antes do Itefa esse não pode
ser aproveitado para o itefa, nem a vasilha de Orunmila usada no isefa pode ser
aproveitada para o itefa. A vasilha anterior assim como o Exu foram preparados
com outro odu que não o odu de nascimento do awo assim como ileke ifá que deve
ser novo.
Obs: Os atos do vigésimo ao vigésimo sexto, não podem ser
divulgados.
27-Banho do awo.
28-Pintura do Awo
Obs: Os atos vigésimo nono ao trigésimo quarto não podem ser
divulgados.
35-No segundo dia, o iniciado recebe mais informações sobre
o seu odu, tomando conhecimento de seus ewos e recebendo o seu nome.
Obs: Os atos do trigésimo sexto ao quadragésimo não podem
ser divulgados.
41-No terceiro dia o Oluwo com Opa Osun, lidera uma nova
caminhada para levar o carrego do iniciado para o Rio, na volta do carrego Opa
Osun, será fixado na terra, agora em frente à casa.
Obs: Os atos do quadragésimo segundo ao quadragésimo terceiro
não podem ser divulgados.
44-Odu pada odo, na volta do rio é feito uma nova consulta a
Orunmila que deve ser seguida dos ebos correspondentes ao novo caminho do awo,
(quase sempre é feito ebo riru).
48-Ainda no terceiro dia o ifá será alimentado novamente.
Obs: Os atos do quadragésimo nono não podem ser divulgados.
50-A iniciada dança,
canta e festeja o seu odu durante a sua apresentação para o egbe.
Obs: Os atos do quinquagésimo primeiro não podem ser
divulgados.
52-Feita as cerimonias do terceiro dia, do sétimo dia e do
decimo sétimo dia, diante de Opa Osun é retirado o ekodide.
Obs: No ato citado acima quando o itefa é feito para
Babalorisa é diferente do que é feito para um Babalawo.
A retirada do ekodide encerra o itefa que em razão do odu
poderá ou não dar início ao itelodu, com o início do itelodu as cerimonias tem
um novo caráter com Iya odu reconhecendo seu filho, esse ato é o quinquagésimo,
enquanto a preparação do solo do início a um processo e o reconhecimento de Iya
odu encerra a feitura.
Obs: No ato citado acima quando o itefa é feito para Iyanifa
é diferente do que é feito para um Bàbàláwo.
Tanto nos casos de Babalawos s como Iyanifas e omo orisas as
cerimonias podem levar de três a dezesseis dias.
Babalawos e Iyanifas e sacerdotes do culto de orisa tem a
sua cabeça raspada nessas cerimonias.
Das mais de cinquenta cerimonias que constitui todo processo
até o itelodu duas são diferentes para omo orixá e uma é diferente para Iyanifa.
54-Em caso de Itelodu, o awo será reconhecido por Iya Odu.
Todos esses ensinamentos que estou divulgando aqui foram
recebidos de meu Oluwo Oyeniyi Awolola Agboola e do Araba Awodiran Agboola, os
rituais de iniciação em nossa casa reproduzem na integra os rituais de
iniciação de nossa família na cidade de Lagos Nigéria.
*Qualquer pessoa com um pouco de bom senso vai entender que
por razões obvias divulguei aqui somente vinte e sete atos dos cinquenta e
quatro atos que constituem a cerimonia de um itefa e um Itelodu.
O importante para mim é divulgar em principio informações
que possibilitem as pessoas em geral ter uma noção do que consiste um itefa.
Considerando que
ultimamente tem aumentado muito o número de pessoas enganadas por falsos
sacerdotes.
Um Bàbàláwo ou uma Iyanifa não incorporam espíritos.
Um Bàbàláwo ou uma
Iyanifa não comercializam materiais de asé.
Um Bàbàláwo ou uma Iyanifa só iniciam as pessoas depois de
vários anos de estudo.
Um Bàbàláwo ou uma Iyanifa só iniciam em Ifá com a autorização
de seu Oluwo.
Um Bàbàláwo ou uma Iyanifa não mentem e não enganam as
pessoas, esses sacerdotes devem ser modelos de retidão e bom caráter para as
suas comunidades.
Um Bàbàláwo ou uma Iyanifa não usam drogas e não podem ter
envolvimento com coisas que constituam uma infração as leis de seu país.
Orunmila não pactua com traidores.
O awo que trilha o caminho da verdade jamais está sozinho, a
minha verdade pode lhe incomodar muito, mas tenha a certeza que a sua mentira
me incomoda muito mais. Eu não sou o dono da verdade mas também não sou um
mentiroso, sendo assim Ajagunmale é aquele que vai nos julgar.
Esse texto foi motivado pela indignação de saber que pessoas
dizem ser aquilo que na verdade elas não são, existem muitas pessoas se
beneficiando do desconhecimento do público em geral, usando o nome de Orunmila
em seu próprio benefício.
O certo é que o tempo
para a falta de informação está terminando.
Espero ter contribuído com os estudos de nossos irmãos, em
nosso blog temos outros textos que falam sobre esses assuntos, não deixem de
ler o texto que tem como título (religião tem regras) é um bom material de
estudos.
Obs: Esses textos não são frutos de pesquisas na internet
são conhecimentos obtidos junto ao Araba de nossa família e do meu Oluwo.
Em nosso blog disponibilizamos mais material de estudo para
que os nossos críticos se capacitem.
Ifá gbe wa o