ÓDALÈ (Traidor)
Autor: Olúwo
Ifagbaiyin
A traição ao
logo da história se tornou um crime menor, mas embora a sociedade moderna tenha
aprendido a conviver com essa situação esse fato não minimiza a brutalidade do
traidor.
Os Yorùbás
denominam esse tipo de pessoa como Odale (pessoa falsa, aquele a quem não se
deva confiar), esse fato é muito interessante porque as pessoas não trazem escrito
em suas faces que serão traidores mas quando estudamos a filosofia Yorùbá
aprendemos que todo ser humano antes de nascer escolhe o seu destino. Sendo
assim o traidor escolhe trair mas também escolhe sofrer, sofrer com uma doença
ou muitas vezes se tornando uma vítima da traição.
Se não fosse
assim também haveria uma outra situação que os Yorùbás definem como elemento
claro em sua filosofia, o traído não deve se preocupar com o traidor porque o Òrìsà
Èşù se encarrega do ajuste de contas com essas pessoas.
Já os
iniciados em Ifá tem além de Èşù a proteção contra os traidores na Ira de Òrúnmìlá
(Ajagunmale)
Òrúnmìlá
odeia a traição e cobra de seus iniciados a busca pelo aprimoramento do caráter, essa busca caracteriza a razão da iniciação e durante o Itefá são
feitos alguns juramentos que jamais devem ser esquecidos.
Para os
iniciados em Ifá o pesadelo de trair é a convivência com a dor da insatisfação
e a insegurança com o sagrado.
A sociedade
Ogboni tem como pilar central da relação entre seus membros o repudio aos
traidores e trata essas pessoas como elementos inferiores, pessoas desprezíveis.
O destino
dessas pessoas é observado pelo òrìsà Edan representante de Ile (Mãe terra) na
relação interpessoal com severidade.
Não é difícil
imaginar o destino de um traidor na religião tradicional Yorùbá se ele encontra
em seu destino a oposição de Èşù, Òrúnmìlá e Edan.
Nenhum comentário:
Postar um comentário