sábado, 16 de setembro de 2017

ÓDALÈ (Traidor)

ÓDALÈ (Traidor)


Autor: Olúwo Ifagbaiyin

A traição ao logo da história se tornou um crime menor, mas embora a sociedade moderna tenha aprendido a conviver com essa situação esse fato não minimiza a brutalidade do traidor.

Os Yorùbás denominam esse tipo de pessoa como Odale (pessoa falsa, aquele a quem não se deva confiar), esse fato é muito interessante porque as pessoas não trazem escrito em suas faces que serão traidores mas quando estudamos a filosofia Yorùbá aprendemos que todo ser humano antes de nascer escolhe o seu destino. Sendo assim o traidor escolhe trair mas também escolhe sofrer, sofrer com uma doença ou muitas vezes se tornando uma vítima da traição.

Se não fosse assim também haveria uma outra situação que os Yorùbás definem como elemento claro em sua filosofia, o traído não deve se preocupar com o traidor porque o Òrìsà Èşù se encarrega do ajuste de contas com essas pessoas.

Já os iniciados em Ifá tem além de Èşù a proteção contra os traidores na Ira de Òrúnmìlá (Ajagunmale)

Òrúnmìlá odeia a traição e cobra de seus iniciados a busca pelo aprimoramento do caráter, essa busca caracteriza a razão da iniciação e durante o Itefá são feitos alguns juramentos que jamais devem ser esquecidos.

Para os iniciados em Ifá o pesadelo de trair é a convivência com a dor da insatisfação e a insegurança com o sagrado.

A sociedade Ogboni tem como pilar central da relação entre seus membros o repudio aos traidores e trata essas pessoas como elementos inferiores, pessoas desprezíveis.

O destino dessas pessoas é observado pelo òrìsà Edan representante de Ile (Mãe terra) na relação interpessoal com severidade.

Não é difícil imaginar o destino de um traidor na religião tradicional Yorùbá se ele encontra em seu destino a oposição de Èşù, Òrúnmìlá e Edan.






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