terça-feira, 26 de junho de 2012


Orunmila, homem é responsável por seus atos! 




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Você conhece aquela pessoa que fala mal de todo mundo?
 Bem ele certamente vai falar mal de você também, no meu caso prefiro manter distancia desse tipo de gente, parece simplista, mas é objetivo, com esse comportamento evito inúmeros problemas.

 Procuro estudar bastante Ifá e sei a respeito da força da palavra, isso está contido nos versos do Odu Osetura, o homem deveria medir cada palavra que é pronunciada, ele desconhece a força da verbalização.

A vida moderna e a procura desesperada por uma posição social melhor, fez do homem uma fera que luta sem medir esforços para atingir seus objetivos.



Ultrajante, desmedido e temeroso é o comportamento daquele que para ganhar espaço tenta fazer seu nome roubando o espaço do outro.

Nas grandes empresas isso é parte do dia a dia, mas na religião, essa aberração, deve ser repelida de todas as formas, tal comportamento vindo de um sacerdote, é inaceitável.

Outro dia em um contato nas redes sociais, me foi proposto por uma senhora que eu a atendesse sem que um amigo meu que é seu sacerdote soubesse, imagine o dialogo, tal senhora me disse que dinheiro não tem marca, que se eu não a atendesse outro a atenderia.

Disse a ela, para a minha formação tal hipótese estava descartada, ela tentou argumentar que ele (seu sacerdote) se mudou para longe e que certamente não ficaria sabendo, respondi a ela que eu estava sabendo, que os Orisas sabiam, a resposta dela foi que talvez eu tivesse medo dele, depois, ela me perguntou se eu não gostava de dinheiro, resolvi dar por encerrada a conversa.


 Para algumas pessoas esse comportamento de respeitar o outro é antiquado, eu prefiro definir tal comportamento como adequado, e não antiquado, o homem é responsável por seus atos e alimenta o seu dia a dia com suas atitudes.

Para algumas pessoas a palavra respeito não existe, esquecem elas que o Orisa tudo sabe e tudo vê, que jamais um sacerdote deve desrespeitar o outro, mesmo que a sua formação seja diferente, todos devem ser respeitados, todos merecem consideração; o comportamento ético e humano exige de nós uma postura digna.

Você já viu um padre falando mal de outro padre, isso você não vai ver, é uma questão comportamental, faz parte de uma formação acadêmica, social, mas sobre tudo humana, a convivência em sociedade nos exige buscar formas continuas de polimento e enriquecimento cultural para que possamos desenvolver a nossa função com dignidade, respeito e ética.

Tudo aquilo que não queremos para nós não devemos desejar para outrem.

Lembro-me de um dialogo que mantive na casa do meu Oluwo no dia que o conheci, estava lá uma senhora Umbandista que se atendia com ele há bastante tempo, e quando ela saiu eu perguntei a meu Oluwo, qual era a sua opinião a respeito dela pertencer à outra religião, a resposta foi a seguinte em suas palavras em um português meio atrapalhado (os espirito que ela cultua são muito bons, ele a trouxe aqui no lugar certo, para Ifá tratar o seu problema, que ele naquele momento não conseguiam resolver, toda a religião, bom, devemos respeitar, religião de brasileiro, bom).

Fui alertado por minha filha que um sacerdote de São Paulo copiou o meu blog na integra e assinou cada postagem como se fosse dele, fico me perguntando que tipo de criação esse moço deve ter recebido.




O homem está seguindo por um caminho bastante tortuoso, quando a educação não é recebida em casa, a vida se encarrega de educar o individuo, e isso às vezes é bem dolorido.

Qualquer dia desses a população carcerária de nosso país vai atingir níveis insuportáveis para a nossa sociedade, seria muito mais fácil investir em escolas e na melhora do ensino que construir novos presídios.

A falta de formação somada à falta de educação gera a besta que nada respeita e nada teme; o fim desse tipo de gente que faz da sua vontade, a lei, é sempre igual.

 Quando nos ajoelhamos aos pés de Olodumare, Àjàlá (escolhemos o nosso Ori), o nosso destino, sabemos que uma parte dele pode ser mudada (ÀKÚNLÈYÀN, livre arbítrio); com boa vontade podemos melhorar nossa qualidade de vida temos que ter iniciativa, podemos melhorar nossa educação e a nossa formação pode ser aperfeiçoada.

 O homem veio a terra para evoluir, isso depende muito de suas atitudes e de seu comportamento, para atingir esse objetivo, contamos com a orientação de Ifá.

 Eleri Ipin, a testemunha na hora da escolha do nosso destino. ele é o único que pode nos mostrar o caminho certo a ser seguido.


 Esse é a função de Orunmila, determinada por Olodumare (Deus), acompanhar o desenvolvimento humano, ele é o único que pode nos mostrar o caminho certo a ser seguido.
A composição do Orí àpéré, destino escolhido por nós, sob a ótica da Religião Tradicional Yoruba e suas consequências:
 A falta de evolução pessoal e o não cumprimento do seu destino certamente impede que o individuo venha ser cultuado como antepassado após sua morte, isso se torna evidente, pois quem gostaria de homenagear um espirito, que não buscou sua evolução, um espirito que não contribui em nada durante a sua vida na terra.

AKUNLEYAN é a parte do destino que cada um escolhe por vontade própria, livre arbítrio.

AKUNLEGBA é a parte do destino o qual está adicionada como complemento de AKUNLEYAN.

AYANMO é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado.
 Por exemplo: Pais, sexo etc...

 Ìwà Rere quer dizer, bom caráter, um dos principais requisitos para se tornar digno de ser cultuado por seus descendentes após sua morte.

Apari-Inu representa o caráter à natureza humana, Ori Apere representa o destino.
Um indivíduo pode vir para a terra com um bom destino, mas se ele vem com mau caráter, à probabilidade de cumprimento, do seu destino é comprometida.

Isso é o que popularmente se chama de pobre de espirito, a sabedoria popular é fantástica também existe uma frase que diz, o castigo deve ser adequado ao caráter do culpado.

Iwà nikàn l'ó sòroo!

 Caráter é tudo do que se precisa!

segunda-feira, 11 de junho de 2012


IFÁ,  UNESCO-ONU



 Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola


O Òpelè-Ifá  é um colar aberto composto de um fio trançado de palha-da-costa ou fio de
algodão, que tem pendentes oito metades de fava de opele, é um instrumento divinatório dos tradicionais sacerdotes de Ifá.
Existem outros modelos mais modernos de Opele-Ifá, feitos com correntes de metal .
O jogo de Opele-Ifá é o mais praticado por ser a forma mais rápida, pois a pessoa não necessita perguntar em voz alta, o que permite o resguardo de sua privacidade, também de uso exclusivo dos Babalawos, com um único lançamento do rosário divinatório aparecem 2 figuras que possuem um lado côncavo e outro convexo, que combinadas, formam o Odú.

Consulta com Ikins

O Jogo de Ikin é utilizado em cerimônias relevantes de forma obrigatória, ou igualmente de modo usual, vai de cada Babalawo o seu uso, sendo uso restrito e exclusivo dos mesmos babalawo. O jogo compõe-se de 16 nozes de um tipo especial de dendezeiro Ikin, são manipuladas pelo babalawo com a finalidade de se configurar o signo do Odú a ser interpretado e transmitido ao consulente. São colocados na palma da mão esquerda, e com a mão direita rapidamente o babalawo tenta retirá-los de uma vez com um tapa na mão oposta, no intuito de se obter um número par ou ímpar de ikins em sua mão. Caso não sobre nenhum ikin na mão esquerda, a jogada é nula e deve ser repetida. Ao restar um número par ou ímpar de ikins em sua mão, se fará dois ou um traço da composição do signo do odu que será revelado polo sistema oracular. A determinação do Odú é a quantidade de Ikin que sobrou na mão esquerda. O mesmo será transcrito para o Opon Ifá sobre o pó do Iyerossún que deve ser riscado sobre o Iyerossún que está espalhado no Opon-Ifa, para um risco usa o dedo médio da mão direita e para dois riscos usa dois dedos o anular e o médio da mão direita. Deverá repetir a operação quantas vezes forem necessárias até obter duas colunas paralelas riscadas da direita para a esquerda com quatro sinais, formando assim a configuração do signo de Odu.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Parte superior do formulário
Ifá diz em Òkànràn Obara 





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola  
     

Egungun falou! 


Há uma herança ancestral na casa desta pessoa. Ifa envia-lo para não permitir que a cultura não morra.

­­- Relativamente a esta pessoa está olhando são os mesmos valores tradicionais que têm sido abandonadas em que deve andar e investigar para não se preocupar com isso novamente no futuro.

Agogo sékété, Olóbà o sacerdote da casa,
adivinhação Olóbà lançado para o topo
Ele foi convidado para realizar tal que seu sacrifício não morreria antigo monumento.
Como é que este monumento não morreria?
Ele foi convidado a realizar o sacrifício
Eles disseram que quando se fica velho e mais velhos
ele subiria para atender seus antepassados.


São os mesmos pais que foram inicialmente, conhecidos, que se faria.
Sem ir para sua família.
ele enviou de volta.

Ele foi convidado a realizar o sacrifício.
Ele deve observar a prática de seus pais, e que tenha seguido, desde a criação.

A mascara estão na casa de Olóbà (egungun).
Todas as divindades pertencentes à casa de Olóbà,
todos os pais são reverenciados na casa de Olóbà.


Eles o aconselharam a não permitir a prática de morrer.
Eles fizeram o sacrifício.
Suas coisas foram bem sucedidos.
Vida e afins.

Ele estava dançando, em seguida, e foi alegria
Ele estava elogiando seu babalawo
Sua babalawo estava elogiando Ifa
Ele disse que era exactamente como o seu babalawo tinha dito.

Agogo sékété, Olóbà o sacerdote da casa,
Adivinhação Olóbà lançado para o topo
Ele foi avisado para fazer o sacrifício
Ele foi convidado a realizar o sacrifício para que o seu antigo monumento não morreria.

Todos ouviram do sacrifício e eles fazem.
Por favor, não deixá-lo morrer!!!
As máscaras na casa de Olóbà(egungun).
Por favor, não deixá-lo morrer!!!
Divindades da casa de Olóbà.
Por favor, não deixá-lo morrer!!!
Todos hereditária importante na Olóbà casa.

Por favor, não deixá-lo morrer!!!  EGUNGUN...
 Ayo Salami

segunda-feira, 30 de abril de 2012


 A lua, o sol, a verdade e Ifá.




Autor:Babalawo Ifagbaiyin Agboola

A honestidade, o sacerdócio e a verdade.

A honestidade é uma qualidade de ser verdadeiro, não mentir, não fraudar, não enganar, e deveria ser a principal característica de um sacerdote.
Quando uma pessoa procura uma casa de religião para consultar, é isso que ela espera, mas muitas vezes termina pagando para ouvir mentiras, e ser iludida conforme o interesse de quem está manipulando o oraculo.
 É difícil acreditar que alguém use o nome de um Orisa em seu próprio beneficio, mas isso está se tornando muito comum, em nome dos Orisas atos são proferidos e verbas são liberadas, documentos são assinados, acordos são ignorados, pessoas são iludidas.
O indivíduo que é honesto procura agir dentro de uma lógica que implica em manter uma postura digna, coerente com a pratica religiosa que professa.
A obediência incondicional às regras existentes, dentro e fora da religião, faz de um sacerdote um exemplo de comportamento, um elemento em permanente destaque, então olhe bem meu colega, a onde você pisa e por onde você transita.
Não acorde reclamando porque que a vida não lhe sorri, sem antes examinar o seu comportamento, e as suas atitudes.
Não existem um procedimentos para burlar a verdade, mudar a realidade, os Orisas jamais mentem, pode até acontecer uma interpretação errada do sacerdote, mas nunca um erro do Orisa, o Orisa não erra e não mente.
Exercer o sacerdócio com honestidade em caráter amplo é muito difícil, mas é o mínimo que o Orisa espera de você.
 Para muitos, a pessoa honesta é aquela que não mente, não furta, não rouba, que respeita os outros, mas isso só não basta, você deve ser confiável, deve fazer tudo que os Orisas indicam, sem criar artifícios que lhe beneficiem.

Se você não consegue ser honesto e conviver com a verdade, não acredite que possa enganar os Orisas, você engana as pessoas, mas os Orisas jamais serão enganados, você está mentindo, mas a verdade sempre aparece.
Não estou aqui para julgar ninguém, mas acredito que usar uma pele de cordeiro durante o dia e se transformar em fera durante a noite, não é o caminho.
Para ser um sacerdote, você precisa ser verdadeiro, precisa acreditar e praticar tudo aquilo que você indica para as pessoas, caso contrário nada tem sentido.
Não julgue as pessoas como idiotas, toda pessoa merece o seu respeito, todos temos um Ori e um Orisa, se você não sabe o que dizer fique calado, mas não minta em nome dos Orisas.
Você mentindo está ofendendo os Orisas, está ofendendo seus antepassados. Faça somente o que você está habilitado para fazer, diga somente o que os Orisas estão lhe mostrando, não invente nada, não minta, não crie.
 Isso é o mínimo necessário para você se dizer um sacerdote, é o que as pessoas esperam de você, quando lhe procuram para uma consulta, honre a sua religião, honre o seu Orisa, seja digno de seus antepassados, seja honesto.                                                                                                                         Aquele que fala em nome dos Orisas tem obrigação de dizer sempre a verdade!
Hoje dia 01 de maio, o Osalá do falecido pai Romário esta completando 86 anos, essa é uma maneira de homenagear um dos mais honesto e verdadeiro sacerdote da história de nossa religião.
“Meu pai, jamais abrace a arvore do esquecimento, jamais se esqueça das pessoas que te louvam.”
Wúre Baba...


segunda-feira, 19 de março de 2012


O primeiro Bàbàláwo da historia no Sul do Brasil





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Durante essa  semana em uma conversa  com um jornalista bastante conhecido, na cidade de Porto Alegre, fui surpreendido quando ele me perguntou: 

Como o senhor se sente,  sendo o primeiro Bàbàláwo da historia no sul do Brasil?

A pergunta foi um motivo para  escrever esse texto, sabemos, que durante a historia existiram inúmeros Babalorisas e Iyalorisas  africanos ,que foram trazidos como escravos para o Rio Grande do Sul.
                                                                                                                                A não venda de Bàbàláwos como escravos, se justificava,  os mercadores que trouxeram os cativos  para o Brasil, em grande maioria, temiam a presença de um líder, entre o grupo  a ser transportados.
  
É verdade também,  que o conhecimento dos Bàbàláwo impunha medo aos traficantes da época. Um Bàbàláwo  poderia criar sérios problemas se fosse cativo, para o seu proprietário.

Não existe nenhum documento que prove a presença de um Bàbàláwo entre os escravos trazidos para o Sul, em toda a  historia.

Ao publicar esse texto, minha intenção, não é buscar a luz da fama e sim  esclarecer e contribuir com a historia do culto aos Orisas no Rio Grande do Sul.

Ser o primeiro,  Bàbàláwo, o primeiro Ojé  e o primeiro Ogboni, consagrado em terras Yorubas ,tendo sido iniciado no culto aos Orisas, conhecido como  Batuque, me torna uma pessoa em destaque.

O fato de ser aceito, em vários seguimentos religiosos  distintos em território Yoruba, me envaidece, mas aumenta muito a minha responsabilidade.

Quando estive em Osogbo, diante de Osun, vivi a maior emoção da minha vida.
Para mim que fui criado, no batuque, e após a  morte do meu Babalorisa, (Romario de Osalá), tomei obrigações na nação de ketu.
                                                                                                                                 Jamais imaginei,  estar em terras africanas, diante de minha família, como um Bàbàláwo, foi uma grande honra.
                                                                                                                          Ser o primeiro sacerdote no Rio Grande do Sul, consultando Ifá com Opele, me exigiu anos de estudos e dedicação.

 Fui iniciado em  Ifá,  há quase vinte anos, levado por minha mãe Edelzuita de Osalá (Asé Gantois), na casa do falecido Bàbàláwo Rafael Zamoura, e lá foi  constada a necessidade da minha iniciação em Ifá. 
                                                                                                                                  Posteriormente passei a fazer parte da família Agboolà, da cidade de Lagos, Nigéria.

Consagrado como Bàbàláwo, pelo Oluwo Oyeniyi  Agboolà, fazer parte  dessa família, é uma grande honra, maior ainda é a responsabilidade, que exige um comportamento exemplar, um sacerdote de Ifá, deve manter uma postura digna do seu cargo.



terça-feira, 13 de março de 2012

Ifá e o homem, o sacerdote e o Deus.


Ifá e o homem, o sacerdote e o Deus.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Quando uma pessoa procura um sacerdote, muitas vezes espera encontrar um Deus, e muito raramente aceita que ele seja um homem, ela procura milagres,e o mais fácil, o óbvio, parece uma tolice e não uma solução.

Confundir o sacerdote com um Deus é comum, mas a não aceitação do sacerdote como homem, isso sim me causa estranheza.

Para um grande número de pessoas é difícil separar, o sacerdote, do homem e entender que ele tem a sua vida particular.

A  curiosidade e muitas e a maldade, contribuem para uma enorme confusão, algumas pessoas não conseguem entender que o sacerdote, também adoece, ama, e tem problemas como todo ser humano.

È comum ouvir a frase absurda “se ele não tem nem para ele, como é que ele vai me ajudar a adquirir alguma coisa.” A incapacidade ou a ignorância, não permite que as pessoas compreendam que cada ser humano tem um Odu, e um destino, e que isso não implica diretamente na capacidade ou no discernimento do sacerdote  na hora de analisar o problema do consulente.

Vamos analisar a seguinte hipótese: Um Babalorisa com um baixo poder aquisitivo, pode dar um bori em uma pessoa com muito dinheiro?

Bem algumas cabeças, não pensantes, acreditam que se isso acontecer a pessoa que tem muito dinheiro pode ter prejuízos, na verdade, a falta de conhecimento provoca tais equívocos.

Cada pessoa tem seu próprio Odu,e seu destino, se uma pessoa que tem muito dinheiro, tomar um bori,com um milionário ou com alguém sem dinheiro, não há diferença,no aspecto financeiro.

Tudo que existe na terra nasce de um Odu, alguns Odus beneficiam mais a situação financeira, como o caso do Odu Ogbe Meji, que é o Odu mais rico que existe. 

Mas em contrapartida,um sacerdote nascido  em outro Odu como um caminho de Oturupon, a capacidade de cura é maior; então é bem possível que essa pessoa regida pelo Odu Ogbe Meji, com muita sorte, em um determinado momento de sua vida vai precisar muito da pessoa regida por Otutupon, para lhe fazer um ebó para combater uma enfermidade.

Se não existir a pessoa com o poder de cura, com o asé , para afastar a doença, o bem nascido, regido por um belo Odu, pode perder a sua vida e deixar de encontrar a cura para o seu problema.

 E como dizem os antigos, “o caixão não tem gavetas" e todo o seu dinheiro não vai resolver o seu problema da saúde.

Na cultura Yoruba somente Osetura tem o privilégio de chegar aos pés de Olodumare, carregando as nossas súplicas; na religião tradicional não se invoca Deus a todo momento, é diferente das outras religiões, para isso temos os Odus e Orisas.

E os sacerdotes são homens escolhidos pelos Orisas para estabelecer essa ligação, entre o divino e o profano.


Em nosso país um Babalawo, ou um Babalorisa em razão do sincretismo religioso Yoruba cristão, enfrenta um grande número de proibições que em território Yoruba seriam motivo de riso.

Então o tal preceito parece até coisa de maluco, imagine que existe casas que não permite que uma mulher mantenha relações sexuais com seu marido noventa dias depois e ser iniciada para seu Orisa.

As pessoas que inventaram tais regras, eu não sei nem como descreve-las, na verdade eu sei, mas por respeito ao leitor não o farei nesse espaço.

Em fim poderia ficar aqui escrevendo uma semana ou mais sobre tais questões, fruto da maldade, ou da falta de conhecimento, mas prefiro definir isso como parte de um elo perdido, que hoje graças a Olodumare pode ser reconstituído.

Ifá é aquele que tudo vê e que tudo sabe, vamos deixar nas mãos dele o esclarecimento dos menos favorecidos.

Confundir um  sacerdote com um Deus, é esperar dele milagres, um homem não faz milagres, nem realiza graças, isso é tarefa das divindades. Conforme o merecimento de cada um,as coisas podem ou não acontecer, acreditar no contrario,é o mesmo que acreditar que nossa senhora é Osun.

Eu não sei quem é mais errado, o que promete, ou o que acredita em milagres.O homem e o sacerdote nunca podem ser confundidos com Deus.

sábado, 28 de janeiro de 2012


Mitos, ritos e Orunmila lll


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

21-É necessário ser feito para Orisa para ser iniciado no culto de Iya mi?
Na verdade existe só uma indicação forma para  ser iniciado em Iya mi, Ifá é quem  indica essa iniciação.
Normalmente isso acontece quando aparece na consulta a Ifá um determinado odu.

22-Todo mundo pode ser inciado no culto de iya mi?
Como expliquei na pergunta anterior, não é toda pessoa que pode ser iniciada no culto a Iya mi, tanto homens como mulheres necessitam indicação de Ifá para essa iniciação.

23-Existe qualidade de orisa?
Não existe qualidade de orisa, ou caminho de Orisa;no Brasil se usa muito essa expressão, mas na verdade toda Osun é uma só, o rio Osun em Osogbo é um só, existe sim várias denominações para o mesmo Orisa.

24-Como fico sabendo se preciso ser feita para o Orisa?
Somente existe uma maneira de saber se você precisa ou não ser feita ou iniciada para um Orisa,em uma consulta a Ifa ou através do merindilogun.

25-Preciso esperar sete anos para jogar os búzios?
Essa pratica foi inventada em alguns lugares do Brasil,em nenhum outro lugar do mundo existe isso;na religião tradicional o (jogo de búzios) Merindilogun é preparado no exato momento da feitura do Orisa.
 Deve existir sim a autorização para atendimento, se a pessoa não estiver preparada para isso, o jogo deve ser usado para um contato pessoal do iniciado com seu Orisa.
A autorização para atender outras pessoas varia de pessoa para pessoa, eu mesmo conheço pessoas com mais de trinta anos de feito que não sabe jogar.

26- Quantos anos são necessários para abrir uma casa de culto afro?
Cada pessoa é uma história diferente, existem pessoas que nunca poderão abrir uma casa porque não nasceram para isso.
A dedicação e o conhecimento devem servir de base para essa autorização acontecer.  

27- Dentro do barracão é verdade que os abikus tem apenas que ser confirmado no santo e não raspados?
Na verdade,isso é só mais um mito que existe,muitas pessoas que nasceram abiku e foram raspados,continuam suas vidas normalmente.
As pessoas abikus podem ser feitas,iniciadas e confirmadas,tudo depende da indicação de ifá.

28- Iya mi só poder ser cultuada por filhas de Osun?
Não existe isso como eu já expliquei,todas as pessoas pode cultuar as Iya mi,isso sim depende de uma indicação de ifá,a pessoa sendo feito de Osun ou de Obatalá não faz diferença.


29-Como possa saber se sou abiku?
Somente através de uma consulta a Ifa,ou Merindilogun.

30-O que fazer se fui feita no Orisa errado?
Não existe uma maneira de consertar isso fazendo outro Orisa na verdade tudo isso é bem mais simples que parece, constatado o erro a principal atitude é tratar os dois Orisas em igualdade, o (orisá) que deveria ter sido feito e o outro (orisá) que foi feito, devem ser cultuados de forma bem semelhante.
É claro que existem  algumas particularidades para manter isso tudo em harmonia. 

Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda?

  Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda? Quando me pediram para escrever sobre a Umbanda e o Ifá, pensei muito antes de aceit...