quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ifá não é loteria.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

As apostas para a loteria já estão abertas.

Graças a Olodumare, ifá, Soponan e Osun, posso escolher quem eu atendo, procuro dedicar, o meu tempo para os orisás, baseado no que eu acredito, não no que as pessoas me pedem se fosse assim passaria grande parte do meu tempo fazendo união.

 Se Orisá fizesse alguém rico, não existiria católicos, religião não é loteria, assentamento não é investimento.
Se você faz parte do grupo que esta buscando dinheiro ou sacanagem, não me procure, faço religião.
Fui procurado por um rapaz que  mentia que estava incorporado, para agarrar as clientes, ele pediu um ebó para ter mais pessoas em sua casa.

 Fui procurado por moça que saia com o namorado uma vez por semana, enquanto seu marido ficava em casa, ela me pediu para fazer um ebó que ela não fosse descoberta.

Fui procurado por uma advogada que me pediu encarecidamente que eu fizesse um ebó para que ela conseguisse um cliente que fosse um traficante famoso.

Fui procurado  por um babalorisa que era casado e tinha caso com todos seus filhos de santo, enquanto jurava amor para sua esposa, ele pediu um ebó, para que seu segredo não fosse descoberto.

Fui procurado por um delegado, que veio me perguntar se no próximo dia o assalto, que seus amigos iam fazer daria certo, ele queria um ebó para o roubo ter sucesso.

Fui procurado por uma mulher que era apaixonada pelo genro, mantinha um caso com ele, enquanto ele vivia com sua filha, ela pediu um ebó, para que todos pudessem viver harmoniosamente, na mesma casa.
Os homens parecem que perderam a razão, todo o tipo de loucura é demonstrado em seus anseios mais íntimos, exteriorizados como pedido de ajuda, devaneios, ou surtos psicóticos não sei mas, exteriorizados, ouvi muitos.
Minha paciência terminou, estudei meio século, li mais de três mil livros, passei por mais de trinta iniciações distintas, viajei por vários países, investi a minha vida na religião.

Chega!

Minha paciência terminou, não faço religião para ficar rico, sou rico por que faço religião.
Não faço religião para ganhar dinheiro, tenho profissão e formação.

Não busco resultados mágicos, e não tenho mais paciência para ouvir tantas tolices.

Já fui procurado por pessoas que querem fazer um pacto com o diabo, para ficar ricas.

 já fui procurado por pessoas que acreditam que embaixo da roupa de egungun não tem ninguém.

 Já fui procurado por pessoas que cultuam ajé para ficar milionários.

Já fui procurado por todos os tipos de malucos, chega!

Quem quiser ficar rico, que procure outro, a religião que eu pratico não é essa.

Quem quiser enganar os outros não me procure.

Quem quiser fazer ebós a distancia para economizar a passagem de avião não me procure.

Quem pensa que orisá enriquece, por favor, não me procure.

Explico para os menos avisado, que ser rico, depende muito de orí, Odu, dedicação, trabalho e capacidade.

Deixo aqui um conselho:

Estude muito, trabalhe muito, se dedique ao que você busca, com toda as suas forças.

Só assim você terá resultados.

Quem quiser ficar rico, o governo federal informa:


 As apostas para a loteria já estão abertas.




quarta-feira, 24 de julho de 2013

Isso não é ifá!


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Com o inverno chegando, os dias de frio, assustam os prováveis iniciados que adiam os seus rituais, me sobra tempo para estudar e olhar a net.

Para a minha surpresa, vejo coisas que nunca imaginei ver, vejo palavras de baixo calão, postadas por supostos possuidores de ifá.

Ifá para mim não é isso, isso não é ifá.

Um Babalawo é um símbolo de honestidade, respeito e sabedoria, isso é Ifá!

Esse ifá, de Babalawos que curtem fotos de homens nus, não é ifá, um religioso, tem que ter uma postura religiosa, a sua preferencia sexual é um problema exclusivo dele, quem se diz sacerdote, tem que ter postura de sacerdote, tem que agir como sacerdote, isso não é ifá.

Todo dia vejo discussões sobre fundamentos, isso não é nada diante do caráter da postura e da personalidade, que não excita que não muda de opinião conforme muda o vento, um Babalawo é um exemplo para a comunidade, é uma pessoa digna, isso que estou vendo não é ifá.

Se isso é ifá, fui iniciado em algo bem diferente, fui iniciado por uma pessoa que me respeita, e que eu mesmo a distancia o respeito muito, toda a vez que seu odu aparece, coloco minha cabeça no chão e peço pela saúde de meu Oluwo, o que estou vendo não é ifá.

As pessoas misturam ifá com divergências pessoais, isso não é ifá.

As pessoa querem muito ganhar dinheiro, se dizem de ifá, mas colocam comidas do candomblé diante dos orisás, fazem ebós, afro brasileiros, isso não seria problema, se as pessoas não mentissem que isso é ifá, esse ifá, eu não quero.

O que esta aparecendo na internet, homens velhos mentindo, e jovens se aventurando em algo que desconhecem, me da à certeza, isso não é ifá.

Ifá é puro, é real, é universal, em cada odu, tem uma arrumação de Esu, um Oriki, para louvar, cada orisá, uma cantiga, alguns awures, vários iseguns e inúmeros conhecimentos, que devem ser aplicados no dia a dia.
Um Babalawo sabe rezar de acordo com os orisás, e a arrumação própria de esu, egungun, iya mi, egbe orun, oro, e outras divindades correspondentes.

O que estou vendo na net, não é ifá, vejo curiosos, inventando, criando, fazendo experiências na vida das pessoas, isso não é ifá.

Esse ifá, eu não quero, eu não pratico, e eu não acredito e não respeito, isso não é ifá.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

 Ifá me mantenha no caminho da paz.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

O Araba me explicou algo que não consigo entender no meu odu Ogbe Obara.

Os ciúmes, a calúnia e a inveja prejudicam o meu equilíbrio.
Ifá me perdoe, mas, conviver com tantos ciúmes tanta inveja tantas mentiras é muito difícil.

Ifá me perdoe, mas, eu sou somente um homem tentando ser melhor.

Ifá, estou cansado de ser imitado, estou cansado de ser copiado, estou cansado de não poder ser somente eu, um sacerdote.
Ifá me perdoe, mas, estou conversando com você, por que você é meu amigo.

Ifá será que vou ter que pagar esse preço por ser quem eu sou, por ser um sacerdote que quer muito acertar, Ifá?

Ifá me ajude a ser forte me ajude a ser valente, me ajude a ser eu mesmo, não deixe Ifá que as pessoas me transformem em um homem que eu não quero ser.

Ifá me faça, em meu melhor, não deixe que tudo de pior que existe em mim brote, nas noites de magia e vingança, ifá me afaste do meu pior.

Ifá me mantenha no caminho da paz.

Será que todas as pessoas que querem fazer o seu melhor tem que passar por tudo isso Ifá?

Se eu acerto, alguém me condena, se eu erro alguém me condena, mas essas mesmas pessoas me copiam, essas mesmas pessoas copiam meus textos e não colocam o meu nome, porque Ifá?

Porque Ifá as pessoas tem esse comportamento, por que Ifá temos que pagar esse preço?

Sou somente mais um querendo acertar.

Ifá me mantenha no caminho da paz.

Araba Awodiran Agboola

Ogbe gbaragada Telegan Loku
Ifa s'ohun gbogbo bronzeado o ku telenu
Adifa divertido Edu omo agbapalapa
Omo agbohun rere Lori ara ganhou
Ara t'Edu nda ko lee baje
Pipele ni npele


tradução

Ogbe Obara se torna famoso, enquanto os menores de empreendedores continuam a perseguir suas sombras.

Ifa fez tudo, enquanto as fofocas seguem os estúpido invejosos.

Adivinhação para odu Ogbe Obara , o mestre de excelência que realiza maravilhas,
um legado de Orunmila nunca pode ser destruído.

Ele continuará a se multiplicar.


terça-feira, 9 de julho de 2013

INTERNET



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

A internet me ensinou uma coisa, por mais que você escreva sempre vai ter alguém que vai dizer que não entendeu; alguém que vai escrever que não é bem assim e que tudo é bem diferente de tudo que você postou.

Mesmo quando você posta um vídeo coma áudio bem claro, alguém vai dizer é parece que é, mas, tenho dúvidas.

A covardia faz com que o homem não consiga admitir quando está errado, tudo é bem simples é só dizer errei, mas parece que as pessoas se confundem com orisas, se sentem orisas e como tal, não aceitam os seus erros, afinal eles são divindades.

Pessoas fazerem coisas que não tem explicação, mas, sempre alguém justifica, na minha família é diferente.
Diferente, errado é errado, diferente é diferente, uma coisa não justifica a outra, somente justifica para aqueles que não tem coragem de assumir que erraram.

Uma coisa que sempre me chamou a atenção na internet é o fato que as pessoas por mais que tentem ser diferentes sempre se mostram exatamente como elas são.

Vejo alguns perfis de sacerdotes que o sujeito passa o tempo todo curtindo foto de pessoas sem roupa, não entendo isso, não entendo o porquê do perfil religioso, será que as pessoas não entendem que assim comprometem uma religião com essa postura.

Vejo tantas coisas estranhas no facebook, quando eu fico on aparece dez pessoas querendo me vender de tudo, da cura de várias doenças até a solução para os problemas que você não tem.

A internet me ensinou muito, me ensinou que por mais que eu tenha recebido uma boa educação e tenha conhecimento da minha função, sempre vai existir alguém que vai me confundir com elementos da pior espécie.

Estamos vivendo um período da história que o honesto é confundido com o ladrão que o dedicado é confundido com o relapso, que o sacerdote é confundido com o criminoso.

A internet tem me ensinado muitas coisas, uma delas é que qualquer sujeito que não foi iniciado, pode se achar no direito de contestar a sua formação de décadas de estudo e trabalho.

Na internet você vê de tudo, tem louco se dizendo vidente, tem negociante comercializando até a alma, pior é que o povo acredita em tudo que é escrito.

No facebook, eu vejo cada produção mirabolante, alguns rituais simples, produzidos parecem espetáculos de teatro, as roupas, é um grande desfile, tudo é fantasia, tem até um pessoal que faz números de magica que conseguem enfiar facas nos olhos, colocam fogo no corpo, e as pessoas acreditam que eles estão possuídos por orisa.

No facebook, homem tira a camisa, mulher tira a saia, e maconha vira pé de samambaia.

Cada um acredita naquilo que quer acreditar, tem gente que contesta o óbvio, tem gente que contesta vídeo, alegando que o som está baixo, o povo acredita no que quer acreditar ou no que o SEU ENTELECTO ENFEZADO PERMITE.






quinta-feira, 4 de julho de 2013

Mulheres de Osun e o Ajé de Oxe.







Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola



A Dama do Lotação é um filme brasileiro de 1978 do gênero drama erótico, dirigido por Neville de Almeida, de uma história de Nélson Rodrigues, com a atriz Sonia Braga, o filme é a quarta maior bilheteria da história do cinema brasileiro, com 6 508 182 espectadores.

No filme os personagens Solange e Carlos se conhecem desde a infância e se casam. Na noite de núpcias, Solange resiste ao seu marido, que, impaciente, acaba estuprando-a. Solange fica traumatizada e, apesar de desejar Carlos, não quer mais nada com ele. Para se satisfazer, ela começa a fazer sexo com homens que não conhece, que encontra na lotação ou na rua.

Esse filme fala de um problema que é muito comum, o ajé de oxe como é chamado o fato das mulheres de Osun que se apaixonam por homens de caráter duvidoso, drogados ladrões, serviçais pedreiros, mecânicos, garçons, sem desmerecer qualquer profissão, mas essa é a descrição.

Mulheres que muitas vezes tem um bom parceiro, muitas vezes um homem de boa aparência e de boa condição financeira e intelectual, mas que infelizmente se envolvem com o pior tipo de gente, mulheres que se sentem atraídas por usuários de drogas, marginais, aquele tipo de homem que é comum nos bares na noite metidos a espertos com uma aparência que qualquer um identifica menos elas, elas não enxergam ou por opção ou por falta de formação, mas nas casas de orisa, se fala do famoso ajé de oxe.

Para nós que já trabalhamos com religião há muito tempo essa situação em nada se pode dizer que tenha alguma coisa com Osun, acreditamos que essa questão tem uma explicação psicológica e não religiosa.
Uma mulher como a personagem do filme precisa trabalhar muito bem a sua cabeça para ultrapassar a questão do estrupo, no caso da personagem ela busca homens de condição inferior porque eles a  valorizam e a tem como superior, isso é uma necessidade de afirmação comum em pessoas que sofreram algum trauma.
A mulher termina saindo com pessoas de condição financeira ou moral inferior  pois nessas pessoas ela encontra uma valorização irreal que faz com que ela se sinta muito valorizada em sua tentativa de compensar o insucesso de um relacionamento frustrante.

A forma mais comum de tratar questões relativas a comportamentos dessa natureza nas casas de orisa é o carinho e a franqueza, jamais um sacerdote deve atribuir qualquer tipo de comportamento que possa se dizer condenável a um grupo de pessoas que foram iniciadas a qualquer orisa.

Falar das mulheres de Osun é muito mais difícil que se imagina, falar das mulheres de Osun é falar das mães, das filhas, das namoradas, das professoras, das médicas, das enfermeiras, é falar de amor.

A pessoa que acredita em arquétipos em nossa religião está fadada ao insucesso, uma pessoa não tem características de um Orisa e sim de um Odu, qualquer especulação nesse sentido é irreal.

Dizer que todo filho de Ogum, é valente ou que todo filho de Sango adora o poder é dizer que todas as pessoas como o mesmo nome se comportam de forma idêntica.

Falar de um ser humano é muito mais complexo que se imagina, mas para disfarçar a falta de conhecimento é mais fácil usar frases feitas, regras criadas por pessoas que não tem informação, pois se a tivessem não criariam regras para definir o ser humano.

Eu já vi de tudo, pessoas que ocupam cargos pelo Orisa que carregam, a pergunta é esse Orisa está certo?
Então a questão é bem simples, se você não sabe o que dizer feche a boca e não fale besteira, se o homem ficasse calado diante do que não conhece aprenderia muito, se não aprendesse pelo menos evitava o fato de ser tratado como ridículo.

Recebi o apelido de Baba Osun pelo amor e respeito que tenho com esse Orisa, ver pessoas despreparadas falando besteiras é muito difícil, temos que ter uma paciência que não possuímos isso é impossível.



domingo, 30 de junho de 2013

Orunmila essa é a doença da moda ?


Autor:Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Hoje à tarde eu ia escrever para o blog, mas pensei hoje é domingo vou conversar com meus awos (iniciados para Babalawo em minha casa) dei um passeio pelo face e tudo estava lá bem claro o assunto para o blog.

Depois de alguns minutos tudo estava esclarecido, descobrir um foco da epidemia do face se alastrando em grande velocidade, a doença é terrível.
Os sintomas:

 Primeiro a figura visita paginas e paginas fazendo perguntas e somando informações.
Segundo a pessoa se convence que sabe tudo.

Terceiro ela entra em depressão porque ninguém a considera como conhecedora do assunto.
Quarto ela se recupera e cria o seu próprio sistema (a sua própria religião).
Normalmente tem um nome meio estranho:

Rty/original, dissidentes de tal, curiosos e furiosos, loucos por dinheiro, ou mentirosos e furiosos, agressivos sem saber, independentes da loucura.

O sintoma MAIS TERRIVEL quando a doença está em um estágio avançado, o maluco arruma seu próprio Orisa ou Ifá, nesse momento a doença está avançadíssima e a única saída é internar em um hospício.

Parece que algumas pessoas que não foram iniciadas tem em comum um sintoma muito comum quando infectados por essa doença, escrevem tudo que é besteira dizendo que foi Ifá quem falou.

Uma moça do Rio de Janeiro Já consultou com três iniciados meus, mas não pagou nenhum, fez o mesmo comigo, só esse mês atendi mais de vinte pessoas que queriam saber algo urgente que seu problema era o maior existente na face da terra, desculpe não inclui esse sintoma, sempre o Problema do sujeito é o mais difícil de resolver, ninguém consegue resolver o problema da figura.

Se o sujeito saísse um pouco do face à coisa toda seria mais fácil.

Nesse período que venho observando essa doença já vi de tudo, Oluwo que fez o seu próprio Osun, Babalawo com quatro meses de iniciado iniciar outra pessoa, vi até uma moça que um dia depois do começo dos rituais de iniciação postou versos de Ifá e fez uma analise, vi Babalawo que aprendeu fazer ebó riru no youTube.

Eu acho que a justiça vai ter que começar a aplicar a vacina, processando alguns doentes (falsos sacerdotes).

O sujeito consulta com três ou quatro pessoas e começa a atender em casa, no Rio de Janeiro tem até um cabeleireiro  que diz ser iniciado por mim, só que eu nunca vi o sujeito, deve ter sido em sonho.

A doença da moda é ser alto suficiente, quase uma divindade, ou melhor, superior às divindades.



quinta-feira, 30 de maio de 2013

O encontro com o Orisa





Autor: Iya Apetebi Ifakemi Agboola


Quando eu era criança, ouvia vozes, via espíritos e tudo isso me deixava assustada, mantinha segredo das minhas visões, por vergonha, sobre isso nada falava.

Fui com minha família na igreja católica, mas parecia que algo estava faltando.

Então, conheci a Umbanda, e descobri que tinha um guia de frente, ficava imaginando como e quem ele era.

A Umbanda é linda cheia de vida e amor caridade e luz, mas meu caminho só estava começando.

Com o passar do tempo fiquei sabendo que existia orisás, e a sua importância.
 Quando imaginava o meu Orisa, inexperiente, pensava sou de Yemonja, ela é linda mora no mar.

 Sou filha de Yemonja  a mulher linda que tem os cabelos lisos e negros, conforme tinha  conhecido nas lendas.

 O tempo passava e em minha mente a visão do meu Orisa se alterou, o conhecimento aumentava as informações se somavam e  também mudava a minha opinião, agora conversando com outras pessoas me via filha de Oya. A mulher guerreira que tem os filhos como sua grande paixão,  sentia que é assim o  meu orisá, assim eu pensava, assim eu acreditava, Orisa mãe capaz de fazer qualquer coisas pelos filhos.

Foi quando descobri que existia o pai e a mãe de cabeça, um segundo Orisa, Ogun, o guerreiro, vencedor de demanda, fiquei na dúvida seria  Sango, o rei, aquele que faz a justiça?

Imaginei, viajei no meu pensar, quantas lendas eu li, e em quantas delas me imaginei, guerreira, mulher mãe, Orisa.

 Sonhos coloridos, sonhei com o aroma das comidas baianas, e em cada sonho em uma ilusão  me coloquei servindo meu Orisa.

Fui deusa das cachoeiras, dos oceanos, dos raios, me vesti de armadura, fui valente fui Ogun, fui o rei, a própria voz do trovão, fui Oya apaixonada, que descobriu o rosto do senhor das palhas, Soponnan.

Em quanto lia as lendas, escutava as histórias, em minha mente a paixão pelo Orisa me aproximava mais dessa religião.

A curiosidade que foi despertada em mim, era agora de verdade  conhecer  o meu Orisa, os meus “pais de cabeça”, assim eu dizia.

Eu pensava que quem poderia me ajudar fosse um vidente, que olhando para mim ele conseguiria enxergar os meus Orisas, estava muito enganada.

O tempo passou e o conhecimento aumentou um pouco, descobri que eu não ia precisar andar o Brasil inteiro  em busca do tal vidente, tudo era mais simples que eu pensava.

 A necessidade me fez buscar novos conhecimentos, além da Umbanda.
Fui então consultar os Orisas.

Na casa de um sacerdote então, tudo  começa com a consulta ao jogo de búzios, é claro que vem a curiosidade louca de saber quem afinal são os meus orisas “ donos da cabeça”.

Não foi suficiente uma só consulta,conheci algumas pessoas e com elas consultei.

 Descobri que era mais fácil do que eu imaginava, jogar búzios, bastava saber matemática, isso mesmo, não precisava ser vidente, imaginei que.
 eu mesma poderia fazer aquilo.

Tudo era bem simples, uma soma com a data de nascimento e uma cruz, e ali estava o resultado, a resposta para os meus problemas, tudo sobre os meus orisás, tudo sobre a minha vida, estava tudo bem claro.

 Não era tão fácil assim, no meu caso que tenho nove na soma da data de nascimento era complicado  saber quem vai responder, oya, yemonja, sango, continuei na dúvida.
No fim  ficou entre Oya e Yemonja, uma parte da minha curiosidade estava sendo resolvida, eu imaginei que tudo estava certo.

Eu na época não percebi que essa  coisa tão simples de continhas fosse dar tantos problemas.

Então levada por uma necessidade, em busca de uma solução para um problema de saúde fui iniciada no Orisa.

Através da numerologia, e da data de nascimento foi encontrado finalmente o meu tão sonhado Orisa,Oya,´minha linda mãe.

 Com a feitura,  adoeci, a situação complicou e fiquei no terreiro apenas três meses, eu era vista como um problema sem solução.

Com a feitura a solução virou o problema principal e a minha saúde piorou, começou uma nova busca, agora mais do que nunca encontrar as respostas certas era fundamental.

Consultei com varias pessoas  até que conhecer a Religião Tradicional Yoruba, descobri que os Orisás nascem de um odu, descobri que um odu é composto por vários Orisas, descobri  que além de Oya, devo cultuar Iya mi,Osun,Sango, Obatala ,descobri que nossa religião é simples e que o Orisa não usa saia de armação, descobri tantas coisas, obtive mais informação.

Descobri que para saber um orisá não se soma a data de nascimento e muito menos se faz uma cruz.

Descobri que ninguém tem um casal de orisás e sim um odu onde é cultuado vários Orisás.

Descobri que em nossa religião existe uma literatura, os versos de ifá, nos versos tudo sobre o orisás é explicado, e a orientação para o dia a dia  por Ifá nos é dada.  

Hoje entendo porque existe uma quantidade enorme de pessoas com o Orisa  trocado, isso me deixa triste mas, cada um com sua cruz, se você acredita que Odu é assim, que com a data de nascimento você encontra o Orisa, siga fazendo a cruzinha, cada um com a sua cruz!




Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda?

  Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda? Quando me pediram para escrever sobre a Umbanda e o Ifá, pensei muito antes de aceit...