sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O verdadeiro amor


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Um dia desses sai com um amigo e quando passamos por uma loja ele me mostrou uma moça muito bonita e percebi que ele se sentiu atraído por ela, ele não parava de olhar para a moça mesmo tendo um compromisso com outra pessoa.

 Eu disse a ele que ele deveria se separar e tentar uma aproximação com a moça da loja.

 Falei para o jovem rapaz, o amor é lindo demais para suportar inseguranças e incertezas.

 Vá em busca do verdadeiro amor, quando você amar de verdade você só vai enxergar a pessoa amada, não vai existir lembranças do passado e nem atrações repentinas porque o seu coração vai estar ocupado com o verdadeiro amor.

 A vida é uma só e tudo passa muito rápido para quem está com dúvidas, se entregar ao verdadeiro amor é fundamental, busque a felicidade.






terça-feira, 11 de agosto de 2015

O maior Bàbàláwo da história.

The biggest story of Bàbàláwo



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola


O Araba Akano Fasina Agboola, em 1935 consultou ifá e foi orientado a mudar se de Osogbo para a cidade de Lagos dando assim inicio a uma página importante da história de ifá no mundo.

O Araba Akano mudou se para o bairro conhecido como Ebute Metta, em Lagos, esse valoroso sacerdote fez mais de 2000 iniciações, tornando se assim o maior Bàbàláwo da história.

O saudoso Araba tinha como odu Ogbe Alara, ele era filho carnal do Oluwo Ifasina do odu Ogbe Di, ele era neto do Oluwo Ifagbemi do odu Ogbe Meji e bisneto do Oluwo Fatoki do odu Ogbe Sa.
O Araba tinha dez mulheres e mais de trinta filhos, com a esposa a Iyanifa Mojisola Olasinde Agboola teve varios filhos todos iniciados em Ifá, entre eles o Oluwo Oyeniyi Awolola e o Araba Awodiran Agboola.

Os Bàbàláwos da família Agboolà hoje atendendo na Nigéria, Inglaterra, Estados Unidos, Brasil, Venezuela, Mexico, Espanha e Uruguai seguem dando continuidade ao trabalho iniciado na cidade de Osogbo, pelo saudoso Arabá Akano.

Muitos dos sacerdotes mais importantes do ifá na Nigéria receberam instruções do Arabá Akano entre seus discípulos estão alguns Arabás de outras famílias.

O projeto Ifá é para todos do Bàbàláwo Ifágbaíyin Agboolà tem como sua missão primeira fortalecer a religião tradicional yoruba no Brasil, divulgando o culto do Òrìșà Òrúnmìlà.

O nosso projeto já fez iniciações em três países e em treze estados do território nacional, tornando assim acessível para pessoas de baixa renda os ensinamentos de ifá a iniciação.

Dia 12 de agosto faz 1260 dias que começou o projeto Ifá é para todos, nesse período viajamos 133 mil quilômetros e fizemos 1457 iniciações, para a honra de nosso ancestral, Akano Fasina Agboola.

O projeto ifá é para todos teve inicio no dia 14 de fevereiro do ano 2012, a ideia do projeto visa baixar os custos das iniciações de adultos e iniciar crianças gratuitamente, garantindo assim que em um futuro tenhamos ótimos sacerdotes de ifá em nosso país.

*Dados fornecidos pelo Araba Awodiran Agboola






quinta-feira, 30 de julho de 2015

O equívoco da fé




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.

Particularmente acredito que o esvaziamento das casas de orixás não se deve a falta de fé e sim ao equivoco da fé.

Equivocadamente o nosso povo foi ensinado a acreditar nos orixás somente quando tudo está indo bem.

Na verdade existe uma enorme variante em cada questão entre a resposta positiva e a negativa, mas nos foi ensinado a acreditar no orixá quando tudo está correndo bem e os resultados são positivos.

Chegamos ao ponto de acreditar que o orixá deva fazer tudo que queremos, na data e local por nós escolhidos, na verdade somos tão poderosos que damos ordens para os orixás baseados no equívoco da fé ou no excesso de ignorância.

Quando as coisas não acontecem da forma que queremos mudar de casa ou de família de axé é a opção mais usada, esquecem os menos avisados que existem várias implicações nesses afastamentos já que seguimos uma religião Yoruba temos que ter a consciência que no território Yoruba o homem nasce e vive uma vida inteira pertencendo a uma única casa.

Qual seria a explicação para essa enorme variante na forma de agir que difere tanto os nossos iniciados dos iniciados em terras nigerianas?

A explicação para esse fato que implica no entra e sai das casas de axé é a forma equivocada que nos foi mostrado o orixá, o orixá no Brasil é um super herói que é retratado com uma musculatura excepcional e uma beleza indescritível. Esse exemplo de perfeição ao nosso ver nada mais é que um secretario de luxo que obedece sem replicar, em nada retratando o orixá.

Esse enorme absurdo nos levou a acreditar que a nossa religião é a melhor porque nos possibilita emprego, dinheiro, poder e amor.
Se fosse assim jamais um babalorixá ou um babalawo adoeceria ou teria problemas financeiros.

A pergunta é seguinte:

- Porque em todas as outras religiões não existe essa forma de imaginar as divindades?

O equívoco da fé é o retrato do equívoco da educação como um todo, nos países menos esclarecidos as pessoas são criadas para respeitar os ditames religiosos sem nenhum questionamento, mas se o educador não é bem educado o reflexo é visto no iniciado ignorante.

Oxum não é a mulher maravilha e Ogun não é o super homem, é difícil acreditar, mas é mais ou menos esse o conceito que nos foi passado, com um agravante, os nossos super heróis são escravizados e não tem vontade própria, são obrigados a fazer tudo que pedimos ou deixamos de acreditar neles.

Se isso continuar assim os filhos dos filhos serão reflexos da ignorância que se viveu no passado. A insistência na falta de informação perpetuará o equívoco, prejudicará o presente, desmoralizará o passado e aniquilará o futuro.

Cabe a nós mudarmos essa história com simplicidade e honestidade, orientando os iniciados para que não se equivoquem dando ordens aos orixás. Ensinar religião é como alimentar alguém, a escolha do alimento é que vai implicar em um futuro saudável, se você não orientar corretamente o iniciado, as expectativas não serão correspondidas e a decepção certamente vai acontecer.

As pessoas precisam entender que se elas em um passado foram atendidas em suas preces e hoje não o são, isso não deve implicar em afastamento da sua fé.

Se um iniciado nega o seu nome ele está negando a sua iniciação e está negando a proteção dos antepassados daquela família.

Isso é bem claro, pois se um babalawo jura segurando o ekodide e quebra o juramento o ekodide não tem nenhum sentido, e a sua iniciação deixa de existir. Se ele não usa o nome familiar porque os antepassados daquela família deveriam ouvi-lo em suas orações?

Se um iniciado em orixá quebra um juramento de respeito a sua família e o culto a orixá é familiar, como pode ele seguir invocando aquela mesma divindade, se não pertence mais a aquela família?

As implicações são muitas e os equívocos se multiplicam, fruto da falta de informações corretas, iniciados mudam de casa em busca dos resultados milagrosos e dá resposta dos super heróis.

Acreditar é preciso, mas ter lucidez é fundamental!



segunda-feira, 13 de julho de 2015

A floresta da sagrada ignorância


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
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Na mesma proporção que nasce novas arvores na floresta amazônica, nascem pseudos escritores e sacerdotes no facebook.
A ignorância é tanta que a paciência se esgota e a tolerância fica minimizada.
Em um país que é comum ver cartazes nas ruas que dizem “extraiu dente e corto cabelo”, ver pessoas que nada sabem, sobre um assunto, escrever sobre ele já se tornou comum.
Essa semana eu vi um texto na internet onde as pessoas voltam a falar nos mesmos assuntos, como a floresta sagrada (igbodu) e itefa, são escritas tantas besteiras que fica claro que eles não são iniciados.
Por alguma razão que eu desconheço alguns atos dá iniciação em ifá são comentados sem nenhum conhecimento, essas pessoas não podem ter sido iniciadas em ifá, considerando o que elas escrevem, exemplo:
1- Vejo ser dito que não existe itefa sem palmeira, sem arvores, é evidente que existe inúmeros atos no itefa que é usada a palmeira, só quem não fez itefa que não sabe disso.
2- Se fala muito da floresta sagrada, só quem não conhece ifá poderia descrever um itefa sem o uso da mais importante arvore da floresta sagrada, o orixá Opa Osun (a arvore genealógica do babalawo).
3- Inúmeros atos em um itefa são feitos diante da arvore genealógica e o igbodu, tem os seus segredos, na realidade só quem não foi submetido a um itefa pode escrever tantas besteiras.
O mesmo acontecia há algum tempo atrás, quando se dizia que não se poderia fazer babalawos no Brasil.
Acontece que sacerdotes que foram trazidos a algum tempo atrás para o Brasil e que eram instruídos a dizer que não se poderia fazer babalawos fora da Nigéria, depois de algum tempo os mesmos voltaram ao nosso país por sua conta e iniciaram babalawos.
É só em nosso país que acontece isso, não são exaltados os bons sacerdotes de ifá, por razões obvias, a negativa da hierarquia dificulta o relacionamento de uma estrutura sadia, fariseus e filisteus se misturam e a regra do faz tudo ganha espaço.
É comum ver um ógberi (ignorante), dizer que é de ifá, quando é conveniente para ele, mas quando não é conveniente ele usa uma outra estratégia, diz que é de candomblé, por essa razão é que em nossas andanças encontramos tantos absurdos, até ojugbo de Iya mi sendo feito em ninho de passarinho, imaginem isso.
Entre tantos absurdos que eu vi, tem fariseu escrevendo que se cultua antepassados do candomblé em Opa Osun, só para esclarecer, em Opa Osun os únicos antepassados que são cultuados são os sacerdotes de ifá daquela família a qual o iniciado pertence.
Esses mesmos fariseus usam roupas de babalawo, dizem que são babalawos, mas sobre ifá mesmo eles não sabem nada.
Resolvemos escrever esse texto para ajudar identificar a floresta sagrada para que as pessoas não confundam com a sagrada floresta da ignorância.
É fácil identificar a questão de onde fazer um itefa em fotos das várias famílias de ifá na Nigéria a disposição na rede social, uma pessoa observadora que tenha mais de um neurônio vai ver que os igbodus são construídos nas residências dos babalawos, que se assemelham muito as casas existentes no Brasil.
Recomendo aos nossos leitores que leiam em nosso blog o texto que tem por título (O Babalawo brasileiro).
Enquanto isso convenientemente Fariseus se misturam com Filisteus.
Ika Ofun - Não queiram ser uma coisa que vocês não são.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Ifá, Orunmila fala!



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.

Se no odu otura ìwòrì está bem claro que um Bàbàláwo não deve fazer uma iniciação em ifá sozinho, como é que alguns babalawos no Brasil viajam sozinhos fazendo itefas e itelodus?

Se no odu otura ìwòrì diz que um Bàbàláwo não pode comercializar as coisas de ifá como é que alguns babalawos vendem roupa, obi e orobo?

Se ifá indica no odu ose Irete que o Bàbàláwo deve fazer a iniciação diante de Opa Osun, como é que pessoas que não foram iniciados nesse orixá podem iniciar em ifá?

Se no odu Ìká Òfún diz que só podemos dar o que temos, como pode um Bàbàláwo que não tem Iya odu e não é iniciado em Ogun usar o obé?

Esses são alguns questionamentos que nos fazem pensar sobre o ifá que é praticado em nosso país.

O fato é que o território Yoruba está longe do nosso país dificultando a comunicação, sendo assim por falta de informação as pessoas que faziam parte do culto ao orixá afro brasileiro terminam improvisando dando origem a uma grande mistura.

Considerando que todos os ensinamentos estão contidos nos versos de ifá, o iniciado deve estudara palavra de Orunmila.

Nesse texto vamos divulgar alguns versos de Ifá e a sua utilidade:

Ogbè Méjì – Fala sobre respeito a figura materna.
Ìretè Méjì - Fala sobre o uso Ewé Tete.
Òtúá Méjì – Fala sobre o uso da esteira para adivinhação.
Òyèkú Méjì – Fala que o homem deve ter somente uma mulher.
Ìwòrì Ogbè – Fala da criação dos Ikins.
Òdí Méjì – Fala da necessidade de ouvir os outros.
Òbàrà Méjì – Fala de lavar a cabeça com folhas para obter bons resultados.
Ògúndá Méjì – Fala que o homem obtém reconhecimento com seu trabalho.
Òtúrúpòn Méjì – Fala sobre o uso da Ewé gbegi e da necessidade de alimentar o ifá constantemente.
Ogbe Otura – Fala sobre a hierarquia no ifá.
Ogbe Ose – Fala sobre o uso do ekodide.
Oyeku Ogbe – Fala da necessidade de consultar o Bàbàláwo.
Oyeku Owonrin – Fala que o adultério levará a morte.
Oyeku Ogunda – Fala que fazendo o ebó a pessoa supera o problema.
Oyeku Oturupon – Fala sobre a necessidade de perdoar.
Oyeku Otura – Fala que a pessoa tem a sorte dupla.
Oyeku Ose – Fala da saudação aos babalawos.
Iwori Odi – Fala sobre o sexo dos bichos a serem sacrificados.
Iwori Okanran – Fala que a pessoa mente ao Bàbàláwo / Iyanifa
Iwori Osa – Fala da falta de caráter.
Iwori Irete – Fala da necessidade de dar esmolas e ter bom caráter para evoluir.
Iwori Ose – Fala que quem tem bom caráter será recompensado.
Iwori Ofun – Fala que a pessoa deve respeitar quem merece.
Odi Oyeku – Fala que a pessoa deve ter uma postura digna.
Odi Obara – Fala que a pessoa deve manter algumas coisas privadas.
Odi Otura – Fala que a pessoa deve consultar antes de casar.
Odi Ofun- Fala sobre a necessidade de ebó.
Ìrosùn Obara – Fala sobre a necessidade de estudar.
Ìrosùn Ogunda – Fala que não se deve pedir coisas negativas a Exu.
Ìrosùn Osa – Fala que a pessoa deve ter Iniciação para ter sucesso.
 Ìrosùn Ika – Fala de prestigio, fama e reconhecimento.
Ìrosùn Oturupon – Fala sobre animais de uma única cor para sacrificar em ebós para adquirir prestigio.
Ìrosùn Irete – Fala sobre iniciação em ifá, Itefa.
Ìrosùn Ose – Fala sobre a necessidade de consultar ifá.
Ìrosùn Ofun – Fala sobre a necessidade de lavar o ori com Omiero.
Owonrin Ogbe – necessidade de agradar Exu.
Owonrin Odi – Fala de fazer caridade para prosperar.
Owonrin Ìrosùn – Fala de alimentar o ori para ter sucesso.
Owonrin Osa – Fala em fazer ebó para obter êxito na vida sentimental.
Owonrin Ika – Fala sobre examinar tudo com muito cuidado para ter sucesso.
Obara Odi – Fala que a promiscuidade prejudica.
Obara Osa – Fala sobre inadimplência.
Obara Oturupon – Fala sobre problemas para concepção.
Obara Ose – Fala que aquele que não cumpre as regras não evolui.
Okanran Ogbe – Fala sobre iniciação em ifá.
Okanran Owonrin – Fala sobre o pagamento do Bàbàláwo, nesse odu o Bàbàláwo deve doar grande parte do dinheiro recebido.
Okanran Obara – Fala sobre perda de bens.
Okanran Ogunda – Fala da criação do mundo, Odu que Orunmila veio a terra.
Ogunda Ogbe – Fala da mulher que manda no marido.
Ogunda Owonrin – Fala sobre inveja.
Ogunda Oturupon – Fala sobre boa sorte, riqueza, abundancia.
Ogunda Okanran – Fala sobre comercio improdutivo.
Ogunda Ose – Fala que as crianças não devem ser castigadas.
Osa Iwori – Fala sobre a necessidade de usar obi.
Osa Obara – Fala sobre a necessidade de mudar-se para ter sucesso.
Osa Okanran – Fala sobre pessoa deve construir uma casa sozinha para ter felicidades.
Osa Otura – Fala sobre dizer sempre a verdade.
Osa Ofun – Fala da necessidade de manter os ewos.
Ika Odi – Fala sobre desobediência e o desrespeito aos mais velhos.
Ika Okanran – Fala sobre maus mau hábitos.
Ika Osa – Fala sobre covardia.
Ika Oturupon – Fala sobre tocar Iroke para afastar coisas ruins.
Ika Ofun – Fala sobre as regras do iniciado.
Oturupon Oyeku – Fala sobre convidar as pessoas a vir em casa para progredir.
Oturupon Ìrosùn – Fala sobre problemas conjugais.
Oturupon Obara – Fala sobre manter o corpo saudável.
Oturupon Ogunda – Fala sobre a necessidade de educar os filhos.
Oturupon Osa – Fala sobre problemas com filhos.
Oturupon Otura – Fala sobre a criação do calendário, que a semana Yoruba tem quatro dias.
Oturupon Ose – Fala sobre o uso da pimenta para afastar a morte.
Otura Ogbe – Fala sobre a impotência masculina, odu que oferece milho como ebó.
Otura Owonrin – Fala sobre a reencarnação.
Otura Osa – Fala sobre não pode fazer sociedade com alguém.
Otura Oturupon – Fala sobre Ewó bebida alcoólica, impedimento de dendê a Obàtálá uso do pano branco em ebó, Ewó de emu (vinho de palma).
Otura Ose – Fala sobre tomar banho com ose Dudu em forma de ebó.
Irete Ogbe – Fala de dar mel ao ifá.
Irete Oyeku – Fala de soltar os animais do ebó.
Irete Ogunda – Fala sobre usar nos ebós banana, banha de ori e camarão.
Irete Osa – Fala do uso do mel nos ebós.
Ose Ogbe – Fala sobre o uso da roupa branca.
Ose Oyeku – Fala sobre a necessidade de lavar os olhos para entrar em um lugar sagrado.
Ose Iwori – Fala sobre a menstruação.
Ose Odi – Fala sobre não poder ter compaixão com o inimigo.
Ose Owonrin – Fala sobre o uso das cinzas nos ebós.
Ose Obara – Fala sobre o uso de bagre em Ifá.
Ose Okanran – Fala sobre o uso de efun e o osun nos ebós.
Ose Ogunda – Fala sobre o uso das penas de agbe, aluko, odire nos ebós.
Ose Oturupon – Fala sobre o sacrifício dos igbins nos ebós.
Ose Otura – fala sobre o uso de Ewé abamoda, o uso do dedo mediano para marcar odu.
Ofun Ìrosùn – Fala sobre o sacrifício de mel.
Ofun Ogunda – Fala sobre o uso de carnes nos ebós.
Ofun Ika – Fala sobre colocar roupas novas após o banho.
Ofun Oturupon – Fala sobre o uso búzios para ebó.
Ofun Irete – Fala sobre o uso da agua nos ebós.
Ofun Ose – Fala sobre o uso de folhas de ifá embaixo do travesseiro como ebó.

Espero ter contribuído com os estudos de nossos irmãos, em nosso blog temos outros textos que falam sobre esses assuntos, não deixem de ler o texto que tem como título (religião tem regras) é um bom material de estudos.

Ifá gbe wa o







sexta-feira, 19 de junho de 2015

Orixá

Orixá


Autor: Olúwo Ifagbaiyin Agboola

Durante anos os orixás foram cultuados com base no folclore e na superstição dos que se diziam conhecedores, o desastre aconteceu e a migração dos adeptos dos terreiros para as igrejas eletrônicas se tornou um grande problema.

Graças ao bom senso de uns poucos, bons, sacerdotes nossa religião não desapareceu embora o impacto tenha sido devastador.

 A internet nos salvou de um colapso ainda maior, as redes sociais possibilitaram que nos reuníssemos em comunidades e grupos e que tenhamos nos organizado, mesmo sabendo que falta muito temos que reconhecer esse fato, houve uma movimentação que começou lá atrás com o instinto Orkut.

Antes da rede social eram poucos os eventos que os sacerdotes de nossa religião se encontravam, sacerdotes de vários estados raramente se conheciam e o relacionamento ficava circunscrito ao âmbito familiar, a rede social e a internet contribuíram para a organização e a mobilização de nosso povo, embora as igrejas eletrônicas continuem patrocinando a chamada caça às bruxas.

 A falta de união nos prejudicou muito, mas a falta de conhecimento nos prejudicou ainda mais, a falta de resposta para os nossos adeptos construiu uma ponte que beneficiou muito aqueles que lavam dinheiro com as igrejas eletrônicas e prometiam mundos e fundos.

Hoje os iniciados já não aceitam ouvir historinhas do chapeuzinho vermelho, aumentou o número de pessoas que se interessam por filosofia e teologia, as exigências aumentaram, mas o número de sacerdotes que se preparou foi muito pequeno. A necessidade do aprimoramento do nosso povo esbarra na falta de liderança nacionais, se tivéssemos representantes fortes e reconhecidos nacionalmente a história seria outra.

Assistimos todos dias notícias negativas sobre o nosso povo, as boas notícias não são divulgadas e infelizmente todos perdemos com isso, a união poderia mudar tudo isso.

Quando imaginamos que estamos nos aproximando de uma valorização de nossos líderes alguns deles despreparados prejudicam a imagem do grupo, casos de pedofilia e ocorrências policiais das mais diversas são fatos que prejudicam a nossa religião e nos envergonham.

Na cidade de Nova York quando foi constatado que a má administração prejudicava o município, imediatamente foi criado o curso de administração municipal capacitando os pré candidatos à prefeitura. Em nosso país a administração municipal continua na mão de pessoas completamente despreparadas e a inversão de valores elege nas urnas médicos, engenheiros, dentistas como administradores municipais.

Na nossa religião não é diferente caciques de terreiros de umbanda se dizem Bàbáláwos e supostas videntes se articulam como Ìyálòrìşàs de, com isso a falta de qualificação prejudica a nossa imagem.

Existem casos de pessoas que incorporam com orixás, caboclos e exus em um só dia, misturando religiões tão diferentes, essa confusão prejudica a todos, essa mistura pode alimentar o ego de alguns despreparados, mas no fundo todos estamos sendo prejudicados, e a nossa imagem serve até de inspiração em programas humorísticos.

Nas delegacias esse povo que prejudica nossa religião já é conhecido há muito tempo, alguns agridem seus iniciados, outros tem seus nomes associados a práticas terríveis, então porque razão eles continuam com as casas cheias de adeptos?

 Será que a impunidade alimenta a falta de caráter e o despreparo?

Existem algumas situações que são prejudiciais a todos os adeptos do culto a orixá, então porque são poucos aqueles que se indignam com esse circo de horrores em nome das divindades?

A indignação deveria ser uma epidemia, as barbaridades cometidas por alguns deveriam indignar a todos, mas muito se calam, por que?

Por que olhamos para o nosso umbigo como se fosse o centro do mundo?

 O cabrito que apodrece na encruzilhada cheira mal para todos, as garrafas nas esquinas podem cortar os pneus de qualquer um, a notícia no programa policial envergonha a todos, o escândalo sexual prejudica a imagem de todos.

 Porque poucos se indignam?

Eu tenho certeza, vai chegar um tempo que Bàbáláwos não vão ter ligação com o tráfico, vai chegar um tempo que Bábálòrìşàs não vão se reunir para orgias sexuais em terreiros, vai chegar um tempo que os chefes de terreiros não vão abusar sexualmente de jovens inocentes, em fim a mudança vai acontecer.

 Sempre que nos deparamos com essas situações uma pergunta deve ser formulada, o orixá quer isso de nós?

O orixá quer que em um momento de dor de uma família aquele que se diz sacerdote exija uma fortuna para efetuar rituais fúnebres?

 Será que no momento de dor da falta de um ente querido um diálogo sobre milhares de reais de pagamento de um ritual deve ser mantido?

Será que o orixá se sente homenageado quando o sacerdote exige de seus iniciados joias finíssimas em ouro como presente de aniversário?

Quando o dito sacerdote depois de uma noite de orgias chega de helicóptero bêbado no terreiro, isso é culto a orixá?

Será que o orixá se presta para as procissões públicas onde o sacerdote mostra o seu carro novo, recebido como pagamento de um ẹbợ?

Até quando dementes invocaram os nomes dos orixás em seus delírios?

Durante anos nos foi passado a imagem que o orixá tudo aceita Hoje a internet nos conecta com a verdade, e rituais constituídos de simplicidade e bondade contradizem as criações mirabolantes por nós presenciadas.

 Informações do território Yorùbá terminam estarrecendo aqueles que buscam a verdade.

Se na raiz existe tanta simplicidade como é que os descendentes podem criar tantos artifícios?

O orixá não quer isso, o orixá é sabedoria, simplicidade e bondade.

O orixá quer que sejamos saudáveis, felizes e honestos.

O orixá nos quer íntegros, responsáveis, sinceros, não existe mais espaço para a mentira e a ilusão.

O acara, o akasa e a carne de cabrito já não são servidos em nossas mesas, foram substituídas por trufas, maionese e estrogonofe.

 As casas de orixá estão sendo decoradas com finíssimas obras de arte, se foi a época que o couro do cabrito era fixado na parede para secar.

 O tempo está passando muito rápido, é chegada a hora da mudança, ou capacitamos nosso pessoal ou vamos desaparecer.

Vamos expulsar esse povo que nos envergonha, chegou a hora de exigir honestidade e dignidade de nossos sacerdotes.







quarta-feira, 3 de junho de 2015

O sacerdócio e a verdade.


Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

A honestidade é uma qualidade de ser verdadeiro, não mentir, não fraudar, não enganar, e deveria ser a principal característica de um sacerdote.

Quando uma pessoa procura uma casa de religião para consultar, é isso que ela espera, mas muitas vezes termina pagando para ouvir mentiras, e ser iludida conforme o interesse de quem está manipulando o oraculo.

 É difícil acreditar que alguém use o nome de um Orisa em seu próprio benefício, mas isso está se tornando muito comum, em nome dos Orisas atos são proferidos e verbas são liberadas, documentos são assinados, acordos são ignorados, pessoas são iludidas.

O indivíduo que é honesto procura agir dentro de uma lógica que implica em manter uma postura digna, coerente com a pratica religiosa que professa.

A obediência incondicional às regras existentes, dentro e fora da religião, faz de um sacerdote um exemplo de comportamento, um elemento em permanente destaque, então olhe bem meu colega, a onde você pisa e por onde você transita.

Não acorde reclamando porque que a vida não lhe sorri, sem antes examinar o seu comportamento, e as suas atitudes.

Não existem um procedimento para burlar a verdade, mudar a realidade, os Orisas jamais mentem, pode até acontecer uma interpretação errada do sacerdote, mas nunca um erro do Orisa, o Orisa não erra e não mente.

Exercer o sacerdócio com honestidade em caráter amplo é muito difícil, mas é o mínimo que o Orisa espera de você.

 Para muitos, a pessoa honesta é aquela que não mente, não furta, não rouba, que respeita os outros, mas isso só não basta, você deve ser confiável, deve fazer tudo que os Orisas indicam, sem criar artifícios que lhe beneficiem.

Se você não consegue ser honesto e conviver com a verdade, não acredite que possa enganar os Orisas, você engana as pessoas, mas os Orisas jamais serão enganados, você está mentindo, mas a verdade sempre aparece.

Não estou aqui para julgar ninguém, mas acredito que usar uma pele de cordeiro durante o dia e se transformar em fera durante a noite, não é o caminho.

Para ser um sacerdote, você precisa ser verdadeiro, precisa acreditar e praticar tudo aquilo que você indica para as pessoas, caso contrário nada tem sentido.

Não julgue as pessoas como idiotas, toda pessoa merece o seu respeito, todos temos um Ori e um Orisa, se você não sabe o que dizer fique calado, mas não minta em nome dos Orisas.

Você mentindo está ofendendo os Orisas, está ofendendo seus antepassados. Faça somente o que você está habilitado para fazer, diga somente o que os Orisas estão lhe mostrando, não invente nada, não minta, não crie.

 Isso é o mínimo necessário para você se dizer um sacerdote, é o que as pessoas esperam de você, quando lhe procuram para uma consulta, honre a sua religião, honre o seu Orisa.

  Aquele que fala em nome dos Orisas tem obrigação de dizer sempre a verdade!


Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda?

  Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda? Quando me pediram para escrever sobre a Umbanda e o Ifá, pensei muito antes de aceit...