quinta-feira, 2 de junho de 2016

IFÁ É PARA TODOS.






Origem do Projeto.

No dia 14 de fevereiro de 2012, conversando com minha Ìyá apetebi, durante uma viagem realizada de São Paulo a Porto Alegre, nasceu à ideia de criação do projeto IFÁ É PARA TODOS.

Naquele momento, percebemos que por uma questão histórica: o Brasil não tinha um número suficiente de Sacerdotes de Ifá para orientar e divulgar o Culto a Òrúnmìlà e aos Òrìsàs. Não em conformidade com a prática religiosa no território Yorùbá.

A comercialização de negros escravizados na África para o Novo Mundo era uma prática bem conhecida na época da colonização, porém, havia uma seleção dos escravos a serem comerciados. Os comerciantes negros sabiam da sabedoria e poder de liderança dos Sacerdotes de Ifá e os temiam. Quando um deles era identificado, não permitiam, em hipótese alguma, que embarcassem.

É preciso ressaltar que o colonialismo foi, também, uma dominação epistemológica: uma relação extremamente desigual entre saber e poder que suprimiu muitas formas de saber, próprias dos povos e nações colonizadas, inclusive a dos povos escravizados como os Yorùbás. No entanto, como na maioria das vezes em que há um plano de aniquilar conhecimentos, essa dominação fez surgir muitos outros saberes. Esses povos escravizados acabaram por gerar práticas que hoje se diferenciam, e muito, das que seguiram fazendo nas terras Africanas.

Numa tentativa de fazer emergir, nesse Brasil laico, os saberes desses povos da pré-colonização, o Projeto IFA É PARA TODOS tem como objetivo principal a difusão e o fortalecimento, no Brasil e nos quatro cantos do Planeta, da Religião Tradicional Yorùbá, também conhecida como Culto a Òrúnmìlà ou Culto a Ifá. Uma religião com mais de 12.000 anos de existência, originada na Nigéria e trazida, em parte, ao Brasil, pelos nossos ancestrais africanos vindos como escravos.


O Projeto IFA É PARA TODOS é, acima de tudo, um projeto que pensa contrário à ideia de que Menos é Melhor. Para nós, quanto mais iniciados, Bàbàláwos e Ìyánifás haja, melhor será o futuro de uma religião tão perseguida por preconceitos e concepções equivocadas. A sobrevivência de nossa religião depende de seus devotos.



segunda-feira, 9 de maio de 2016

Nota de falecimento




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola 

Faleceu hoje finalmente depois de agonizar por muito tempo a vergonha dos políticos brasileiros, faleceu o respeito que os brasileiros mantinham por seus representantes, faleceu um sonho que ainda pudesse haver homens dignos ligados a politica.

Quando se opôs a decisão do parlamento o deputado Waldir Maranhão matou milhares de brasileiros que serão vitimados por assaltantes e assassinos nas ruas confiantes que nesse país não existe justiça.

Houve uma época no Brasil que ladrões e assassinos cometiam seus crimes escondidos na escuridão da noite, hoje eles desfilam nos telejornais e nas colunas sociais se divertindo com a ingenuidade de parte do nosso povo.

As crianças e os adolescentes brasileiros estão sendo criados assistindo esse circo em que tudo se pode e a ninguém se respeita.

 O futuro do nosso país esta comprometido pela falta de vergonha e de caráter de pessoas que seguem usando de malandragem.

Animais travestidos com colarinhos brancos continuam covardemente se alimentando no seio da nação, como víboras traiçoeiras esperam o melhor momento para atacar, rastejantes envenenadores do país.

A podridão da latrina na capital da nação poluiu de tal forma os céus de nosso país que impossibilitou a visão de dias melhores.

Respirar ares de liberdade tão contaminados pela impunidade e a falta de justiça social indignam homens de bem.

Vivemos um momento que pessoas honestas fogem da politica dando espaço para vermes ocuparem o congresso.

A falta de homens dignos dispostos a enfrentar os saques da nação contribuiu para o total discreto de nossos governantes.

É chegada a hora de expor a nossa opinião, de exigir respeito a um povo que sempre foi ordeiro e gentil, é chegada a hora de homens e mulheres de bem, dizerem um basta à corrupção.

A quase total extinção de seres pensantes com disposição para enfrentar os maus feitores foi construída por uma educação que valoriza a capacidade de pensar e substitui a logica por um conceito pré-estabelecido do que nunca foi verdade tornando o errado certo.
Infelizmente oque dizer de grande parte de um povo que se omiti as decisões da nação, a indiferença ao ocorrido no meio politico, implica em uma coautoria da barbárie.

 Homens de bem devem deixar claro aos nossos governantes que a festa terminou que eles devem tirar suas mascaras porque todos já conhecem seus rostos.

Autor: Bàbàláwo Ifagbaiyin Agboola



Iniciação em òrìsà e Ifá.




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Infelizmente já não me surpreende mais o grande número de pessoas que se afastam do culto a òrìsà, a grande maioria delas tenta de toda forma encontrar uma solução para os seus problemas, porém depois de muito tentar, terminam se afastando de seus sacerdotes e muitas vezes até mesmo da religião.

Em quase a totalidade dos casos, podemos observar dois fatores específicos que contribuem para que o fato acima descrito aconteça.

 O primeiro é o quase total desconhecimento da verdadeira proposta religiosa do culto á òrìsà.
 O segundo o despreparo e a falta de critério de muitos dos sacerdotes.

No passado postamos um texto chamado “Religião de regras,” na tentava de explicar muitas das falhas ocorridas ao longo do tempo em nossa religião. Nesse texto vamos seguir um raciocínio paralelo na tentativa de evidenciar as falhas que constatamos no dia a dia, e também considerando as experiências adquiridas no atendimento de ex- praticantes do culto ao òrìsà em varios estados de nosso país.

A grande maioria das pessoas entra para a religião buscando solução para problemas muitas vezes incluídos em uma demanda ansiosa por respostas que nunca vão ser encontradas.

 O sagrado pode ser acessado, mas jamais vai ser desmistificado sem estudo e dedicação, a falta de cultura e o desconhecimento implicam diretamente na exacerbação do inimaginável como solução.

A máxima de que se não há uma resposta, se inventa uma, contribui para o descredito de muitos dos sacerdotes ocasionando diretamente o afastamento de milhares de adeptos.

Relativo aos dois elementos citados acima como desencadeadores dos fatos em andamento abordarei cada situação há seu tempo iniciando pelos fatos que comprometem o desenvolvimento da relação iniciado e iniciador pelo iniciado ou adepto.
Sempre considerando a boa vontade para explicar os temas em discussão, embora não tenhamos a intenção de figurar como donos da verdade. A nossa opinião é fundamentados naquilo que acreditamos sempre dispostos a ouvir outras opiniões.

Iniciado ou adepto:

- A expectativa criada em nossa religião para as soluções divinas não são sentidas no catolicismo, nem no judaísmo e nas demais religiões, seria porque o nosso Deus é mais poderoso que o das demais religiões?

 Ou seria que na mente de nossos adeptos foi criada uma ilusão sobre a temática da influencia divina em nosso dia a dia?

É bem verdade que Deus é um só, então prefiro considerar a incapacidade de raciocínio de nossos adeptos gerada por uma quase total falta de informação, implicando diretamente na decepção e no afastamento.

Se Deus e os òrìsàs estivessem a nossa disposição para resolver todas as nossas dificuldades nas áreas sentimentais, financeiras e emocionais, a pergunta que faço é, qual seria o motivo para vivermos?
Quando você sabe o que esperar da sua fé a decepção com o divino não existe, a felicidade se acentua e o destino é visto com a certeza que a quase totalidade dos acontecimentos foram escolhas nossas.

A força superior pode ser invocada, ela nos ouve e nos responde, infelizmente na grande maioria das vezes não escutamos a sua voz.

O iniciador (sacerdote):

Abordaremos a questão do sacerdócio nesse texto exclusivamente ao tocante do conhecimento e do preparo do oficiante dos rituais, considerando que a ética já foi abordado por nós no texto, “A ética e o sacerdócio”.

Vamos analisar a iniciação como fato isolado do elemento gerador do afastamento dos adeptos de nossa religião considerando o relato dos mesmos, embora em nossa opinião, tais fatos se originem em uma gama bastante variada de implicações.

Tomaremos como exemplo uma iniciação no òrìsà Ògún.

Partindo do principio que a teologia yoruba explica que os òrìsàs se originam dos odus supondo que o iniciador esteja se orientando pelos versos de ifá, sendo assim haveria inúmeras formas de acesso ao mesmo òrìsà, contida em odus com conteúdos diferenciados.

Sendo assim se o iniciador acessar o òrìsà Ògún no odu Iwori méjì, o conflito armado envolvendo a vida do iniciado poderá se tornar uma constante em seu dia a dia.

Já sem o devido preparo a mesma iniciação do òrìsà Ògún no odu Ògúndá Òfún, implicará em situações que poderão atrair o ilícito para o caminho do iniciado.

Por outro lado uma iniciação do òrìsà citado acima no odu Ògúndá Ìrosùn se bem aplicada devera implicar diretamente em prosperidade e ascensão do adepto.

A quantidade de odus que podem ser usados para culto do mesmo òrìsà é muito grande e a sua variação implica em situações recorrentes na vida do iniciado, positivas ou até mesmo negativas.
Imaginem que se em uma consulta o odu é fator determinante, o que dizer de uma iniciação, somente um profundo conhecimento sobre Ifá pode indicar o caminho a seguir.

Vamos observar os resultados diferentes de uma mesma iniciação em pessoas diferentes sem que tenhamos uma explicação logica.
Considerando o quase total desconhecimento sobre odu em nosso país, isso explicaria o grande numero de decepções com as iniciações.

O mesmo òrìsà que é positivo para Pedro pode não ser para João, as mesmas condições oferecidas para João podem ser insuficientes para o Orí de Pedro.

Imaginemos então a mesma iniciação no òrìsà Ògún, por despreparo ser constituída tomando como base o odu Ògúndá Iwori que fala da fúria desses òrìsà, o desconhecimento e o despreparo poderiam ser catastróficos.
Na verdade se diminuirmos os anseios dos iniciados lhes oferecendo mais informações e capacitarmos os iniciadores, o fluxo de abandono da nossa religião em quase a sua totalidade será contido.
 Essa é a razão porque insisto em uma divulgação da palavra de Òrúnmìlà por bons sacerdotes.

Bàbàláwos bem preparados podem reverter o processo de esvaziamento das casas de òrìsàs, para isso é necessário o entrosamento entre adeptos e os sacerdotes de ifá e òrìsà, sem isso jamais vamos poder explicar para a população aquilo que elas anseiam dos òrìsàs.

Sem um profundo estudo dos versos de ifá tentar justificar o que se desconhece é menosprezar os anseios daqueles que tem fé.





quarta-feira, 27 de abril de 2016

O dinheiro sujo na religião.





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

A verdade é que a nossa sociedade esta amedrontada qualquer mal intencionado para calar um opositor necessita apenas colocar um revolver na mão direita de um jovem viciado e uma pedra de crack na mão esquerda, a vida em nosso país perdeu o valor.

Dizer a verdade é caretice e aquele que se dispõe a abordar as questões que envolvem essa sociedade doente é tachado como chato e improprio, além de correr risco de morte.

Estamos cercados de máfias, é a máfia do combustível o cartel da TV por assinatura e até mesmo a máfia dos transportes, sem falar nas máfias partidárias e religiosas.

Será que tem alguém que acredita que o minúsculo Vaticano consegue manter milhares e milhares de igrejas no mundo todo?

Será que tem alguém que acredita que aquele idiota que usa uma tornozeleira eletrônica construiu um império se dizendo evangélico, com doações?

A realidade é muito diferente do que esta sendo demonstrado, o modelo econômico religioso que ai esta não tem como se manter.

A igreja católica mantém o discurso romântico que devemos fazer caridade e ajudar aos necessitados enquanto seus sacerdotes desfrutam do bom e do melhor, sabe-se lá com dinheiro vindo não sei de onde.

Se as religiões afro-brasileiras abordarem esse discurso quem iria sustentar os sacerdotes considerando que só três por cento da população brasileira tem um bom poder aquisitivo. Noventa e sete por cento dos adeptos seriam mantidos com que renda?

Outro modelo econômico religioso em questão é o suposto evangélico, se o percentual das pessoas que contribuem com o dizimo é quase inexistente de onde vem o dinheiro que mantem as obras faraônicas?

Esse modelo transportado para as religiões afro brasileiras afastariam definitivamente os adeptos que em uma concepção obtusa acreditam que a caridade deve ser mantida.

O nosso povo esta perplexo diante de uma realidade que estampa em cada esquina um delinquente armado dando proteção aos pontos de vendas de drogas.

Em minha mais recente viagem pelo Brasil dirigi aproximadamente vinte mil quilômetros e não encontrei nenhuma barreira policial nas estradas, será que isso é uma orientação dos nossos governantes?

A nossa policia conta tempo para aposentadoria por não ter apoio da lei para exercer a sua função.
Homens honestos abandonam a politica e o narcotráfico financia jovens bacharéis e futuros governantes.

A inversão de valores colocou atrás das grades os homens honestos que se abrigam diante do desmando institucionalizado.

Por mais difícil que seja a participação dos religiosos, compreenda-se, representantes de Deus, jamais deveria ser objeto de desconfiança da nossa sociedade, no entanto o que se vê é bem ao contrario, supostos pastores agora políticos partidários negociam a impunidade com seus apoios.

Em todos os seguimentos assistimos a degradação e os temerários se calam contribuindo para que os marginais se agigantem diante de pessoas de bem, mesmo no ifá é conhecida à contribuição de alguns supostos sacerdotes com o crime organizado.

O apodrecimento dos esteios que sustentam a sociedade, impuseram um novo sistema econômico religioso adotado pela grande maioria que termina originando uma multidão de descrentes, diante dos fatos estampados em nosso dia a dia, golpistas travestidos de religiosos cada vez ganham mais espaços.

Os pastores viraram lobos e começaram a comer o rebanho criando uma imagem de sacerdotes bem sucedidos que só despertam os olhares daquele que não tem caráter.

E enquanto isso tudo fizer parte do nosso da nossa historia a população vai ver os justos com os mesmos olhos que vê os marginais.





terça-feira, 26 de abril de 2016

Ifá é o discernimento.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

É interessante a velocidade do pensamento e a capacidade que temos de nos deslocarmos no espaço e no tempo, no pensar em segundos, nos deslocamos do presente para o passado e de um extremo do planeta a outro. Mesmo assim a capacidade de deslocamento em direção ao futuro com exatidão das previsões, ainda é um sonho da maioria dos seres humanos.

Em quase a totalidade das religiões dispondo de previsões pretenderem antecipar-se aos problemas é quase impossível, com exceção das religiões espiritualistas. Esses segmentos considerados espiritualizados em quase todas as manifestações beneficiam se dessa capacidade, proporcionando uma melhor qualidade de vida para seus adeptos.

A UNESCO considera o Oraculo de Ifá o mais preciso método para prever o futuro de toda a história da humanidade.

Seria maravilhoso se fosse possível disponibilizar todos esses benefícios para a população indistintamente.

Em meus pensamentos busco formas de ampliar o acesso das pessoas a esse Oraculo, algumas pessoas podem achar que é demagogia, mas o trabalho que estamos desenvolvendo confirma essa preocupação.

O projeto Ifá é para todos já iniciou mais de mil e setecentas pessoas e viajamos divulgando ifá quase duzentos mil quilômetros, mesmo assim fico pensando que devem existir outras formas de facilitar o acesso das pessoas á informação contida no oraculo de ifá.

Essa situação que vivo entre o compromisso de zelar pelo sagrado e a necessidade de popularizar o Ifá me tira o sono há bastante tempo. A necessidade de selecionar aquilo que pode ser divulgado e aquilo que deve ser considerado segredo é um exercício a beira do abismo. A plateia oposicionista aguarda ansiosa por um deslize, são eles os mais fervorosos leitores.

Eu acredito que ifá facilita a vida dos seres humanos proporcionando um conforto para quem necessita tomar decisões, implicando diretamente em um dia a dia mais tranquilo.

Uma pessoa iniciada em ifá nos dias de hoje tem muito mais informações que pessoas iniciadas a trinta, quarenta, cinquenta e até cem anos atrás.

A internet ampliou as informações sobre ifá, divulgando informações das mais diversas regiões do território yoruba, coisa que no passado era quase impossível para a maioria dos Bàbàláwos acessar um conjunto tão diversificado de autores.

Antigamente um bom sacerdote tinha em sua memória pouco mais de uma dúzia de versos sobre um odu, nos dias de hoje além dessa informação comum a formação de um Bàbàláwo, o acesso á literatura de respeitados escritores aumenta as informações disponíveis beneficiando diretamente o iniciado.

É fácil encontrar quase uma centena de versos de ifá confiáveis para cada odu, isso tudo massificado traria uma melhora na qualidade de vida da população.

 Imaginemos a seguinte hipótese:

 Com a diminuição da ansiedade referente ás questões futuras o consumo de remédios diminuiria e os gastos com saúde teriam uma queda acentuada, possibilitando a aplicação desses recursos em benfeitorias para a população, como eu disse no começo desse texto os pensamentos se deslocam no tempo e no espaço com muita facilidade, infelizmente coloca-los em pratica é um pouco mais difícil.

Para as pessoas que não conhecem ifá, esse texto pode parecer uma utopia, mas em outros países esse tipo de experiência já vem sendo feito em pequenos grupos há bastante tempo, não como experiência no sentindo amplo da palavra, mas sim como pratica religiosa, trazendo enormes benefícios para os praticantes.

Se uma pessoa tem uma grande quantidade de informação sobre a sua pessoa e sobre o seu futuro o viver evidentemente é facilitado, considerando é claro que as informações sejam colocadas em pratica.

O sonho da terra prometida tão comum ás outras religiões a meu ver em nossa crença é palpável e de fácil assimilação.

O beneficio da palavra não é para quem escuta e sim para quem a pratica.


 Enquanto a religião orientar o homem a seguir no sentido sul e a ganância o desvia- lo para o norte, o beneficio do sentir teológico e da aplicação filosófica no dia a dia fica imperceptível, Resta clamar a população por discernimento.



domingo, 17 de abril de 2016

A intimidade inoportuna.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

As razões que me fazem argumentar sobre esse tema se justifica por minha condição de sacerdote e de homem de bem que acredita que o respeito é bom e que todos merecem ser respeitados.

 Sendo assim explanarei o meu pensar partindo do principio que entorno de cada pessoa assim como entorno de cada residência  deva existir um terreno particular que não deve ser invadido. Nesse texto denominarei esse terreno como intimidade.

 A intimidade inoportuna é a intimidade inexistente, ou inconsistente, é a pressuposta proximidade visando benéficos diversos do suposto ou da imagem do suposto amigo.

O fato de uma pessoa ter um perfil público na rede social não permite determinadas aproximações, o contato da rede não tem a intimidade que imagina um contato não é um amigo, e um amigo nem sempre é intimo.

A tomada de intimidade na rede social só é aceitável nos meios menos esclarecidos que desconhecem os bons modos e a educação mínima em relações interpessoais.

A rede social tem inúmeras coisas boas, mas a falta de bom senso de alguns termina prejudicando aquilo que deveria ser uma forma de aproximar as pessoas.

A aproximação, ou o contato não implica em ser intimo, a intimidade só existe em um relacionamento constante e próximo e isso em hipótese alguma se resume a internet.

A intimidade consistente é mantida em uma relação continua e harmoniosa, só a intimidade consistente permite determinadas aproximações.

Uma pessoa que tem um perfil respeitável e familiar na internet espera de seus contatos uma consideração que impossibilita determinadas intimidades.

É comum ver na internet alguém que não tem contato intimo com uma pessoa tomar a liberdade de fazer comentários, muitas vezes sem nenhum sentido.

Muitas vezes assisto peritos em odontologia opinar em pagina de ginecologia, médico otorrino opinar em textos sobre o aspecto jurídico, boêmios e supostos poetas que se tem como espertos escreverem sobre a vida das pessoas.

A falta de noção de poucos incomoda a intimidade de muitos, a falta de percepção do todo prejudica á aproximação inibi a naturalidade e ativa o sentido de preservação.

A nossa sociedade vem assistindo a falta de respeito de nossos lideres e de muitas autoridades de nosso país e isso da á errada impressão para os menos esclarecidos que existe liberdade para tudo, mas isso não é verdade.

Toda pessoa que acreditar que sua intimidade foi invadida tem o direito de se proteger ou se assim desejar  procurar as autoridades com a intenção de responsabilizar criminalmente o importuno.

Acredito que comentários importunos devem ser sim respondidos, o direito de resposta deve ser garantido a quem foi ofendido, uma ação implica diretamente em uma reação mesmo que muitas vezes ela não seja visível ela deve ser sentida.

A liberdade deve ser mantida coberta pelo manto do respeito e do discernimento entre o certo e o errado.

Toda postagem na rede social pode ser apreciada, porem para comentar ou opinar é necessário bom senso, o fato de uma Postagem estar publica, não quer dizer que não tem um autor que merece respeito.

Na rede social existe varios tipos de postagens:

Formais de cunho s familiares que e só a família deveria comentar.

Formais e intimas que só os mencionados poderiam comentar.

Formais e pessoais que somente os íntimos deveriam comentar.

Profissionais que só deveriam ser comentadas por pessoas que desenvolvem a mesma função.

E as informais que deveriam poderiam em tese ser comentadas por contatos.

É estranho que tudo isso aconteça, que a falta de noção contamine as relações, embora nossa sociedade viva cercada de grades em suas residências enquanto muitos bandidos permanecem livres pelas ruas.

Não é de estranhar que em nossa sociedade exista tais aberrações onde pessoas de bem sintam sua intimidade prejudicada, enquanto a falta de cultura e a ignorância alimentam os importunos.

Enquanto as autoridades não regulamentam de fato as relações nas redes sociais vamos conviver com nossas famílias expostas a contatos indesejáveis e impróprios, que fazem questão de se mostrarem por ciúmes, inveja ou ignorância.





sexta-feira, 15 de abril de 2016

Ifá é liberdade.




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.


Gostaria de convidar os meus amigos para refletir sobre o artigo 5º da constituição do nosso país, é interessante que alguns líderes religiosos não percebam que é necessário cumprir a lei para desenvolver um trabalho apreciável na religião.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

Se você não permite que um iniciado em sua casa se afaste ou que ele busque outra casa para consultar algo não esta bem, a pessoa deve ter liberdade para sair pela mesma porta que entrou, não conheço nenhum verso de ifá que obrigue um iniciado a seguir seu iniciador em caso de não haver mais um relacionamento equilibrado.

Se os nossos filhos que acompanhamos desde antes do nascimento não somos proprietários, o que dizer de “filhos” de religião?

Essas pessoas que muitas vezes nos procuram em um momento difícil de suas vidas, tem uma forma própria de ver a vida e a religião, então como vamos controla-las?

É impossível, é inadequado e sem sentido.

Muitas vezes alguém que chegou a sua casa desempregado e que agora esta em uma situação financeira privilegiada muda completamente o foco, a pedida já não é mais a mesma e deixamos de ser útil, a pergunta é temos o direito de impedir essa mudança?

Conheci muitos jovens que entraram na religião porque queriam uma namorada ou ser aprovado no vestibular, hoje são ótimos profissionais e esqueceram os òrìsàs e as pessoas que os iniciaram, será que isso motiva o sacerdote para uma vingança?

Não vejo com bons olhos as pessoas que se afastam das casas que os serviram e saem falando mal de seus sacerdotes, assim como abomino as historias de alguns sacerdotes fazendo alusão a detalhes da vida intima de alguém por eles iniciado.

Se a louça rachou não é necessário quebrar o restante, você pode colar e usar de outra forma bem diferente.

 Porque o amigo íntimo de ontem deve ser o inimigo de amanha?

Coisas da relação humana que de forma desumana presenciamos no dia a dia, o homem virar animal e considerar que se você não esta a favor dele certamente esta contra, esquece ele que o ar que ele respira não tem proprietário e o mesmo sol que o ilumina pode queimar a pela de outra pessoa.

A verdade é que é muito dura você vê que seu filho está adulto e que começa a tomar decisões sem pedir a sua opinião, se isso acontece em nossas casas porque não aconteceria nas casas de religião, temos que saber entender as necessidades das pessoas, elas mudam como muda o vento.

Uma pessoa que tenha um problema afetivo hoje e que todo dia me procura para se lamentar se iniciada no òrìsà certo pode viver um grande amor para toda vida, porque ela iria continuar se lamentando se esta feliz?

 O entender é parte do querer bem, o compreender é irmão gêmeo da aceitação, sem aceitação não existe entendimento.

Há muitos anos, em uma conversa com mãe Edelsuita, comentei com ela que algumas pessoas tinham saído de minha casa, ela calmamente me disse meu filho somos como postos de gasolina, as pessoas chegam com o tanque vazio, abastecem e seguem a viagem. Em um primeiro momento a frase me chocou, hoje tenho certeza que tudo que ela me disse esta certo.

Soube que em alguns lugares as pessoas pedem uma importância em dinheiro para entregar os òrìsàs que elas já receberam para assentar, se a pessoa não deve nada, porque ela teria que pagar para ser liberada?

 Será que isso é uma indenização para o ego do sacerdote?

Será que esse dinheiro consegue afastar a tristeza de quem se vê sozinho?

A solidão é um monstro cruel que quando domesticado serve para fortalecer o pensar, ampliar o querer e apurar o sentir.

Devemos aprender a viver com lembranças, porém com esperanças renovadas. Quem vive no passado se atrapalha com o presente, mas quem esquece as experiências comete os mesmos erros.

Viver é se equilibrar, entre o querer e o poder!

Se você apertar muito o pássaro entre as suas mãos nunca sentira a alegria de ver o seu voo.

“Filho é um ser que Deus nos emprestou para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isso mesmo! Ser mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.”

José Saramago


Essa argumentação é adequada à realidade da religião em nosso país, no território yoruba nada disso acontece por questões filosóficas, sociais e culturais, a hipótese do afastamento da casa a qual alguém foi iniciado não existe.



Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda?

  Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda? Quando me pediram para escrever sobre a Umbanda e o Ifá, pensei muito antes de aceit...