O Oluwo Ifagbaiyin criou o Projeto Ifá é para todos que fez mais de três mil iniciações. Celular/watsap 011-95478 5170 Email aworoase@hotmail.com
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
A bifurcação
da estrada
Autor: Ifagbaiyin
Agboola
Á historia da religião afro-brasileira em nosso país foi
marcada ao longo do tempo por lutas, glorias e honras, situações que afastaram
muitas pessoas de nossa fé.
O sexo, o dinheiro, a depravação e a falta de caráter de
alguns sacerdotes prejudicaram muito a nossa religião, mas isso não foi suficiente
para vencer a fé, o respeito e o amor á ancestralidade.
Os aspectos negativos que influenciaram a historia de nossa
religião são insignificantes diante da vitória obtida por um grupo de homens e
mulheres vitimadas pela escravidão que conseguiram conservar os rituais até os
dias de hoje.
Muito foi perdido e parte dos ritos foram adulterados, mas a
essência foi preservada, transmitindo um legado nunca antes visto na historia
humana.
Da adversidade e da violência enfrentada por nossos antepassados
a herança da fé no òrìsà foi transmitida de geração em geração.
Isso aumenta a nossa responsabilidade e nos obriga a transmitir
para os nossos descendentes aquilo que nossos antepassados esperam de nós.
Tudo que recebemos
deles foi muito bom, porém vivemos em outra época, com mais recursos, desfrutando
de tecnologias que nos permitem quase a perfeição, facilitando assim a
transmissão de dados para nossos descendentes.
A conexão existente com o território yorubá nos dias de hoje
facilita atestar a veracidade de muitas informações, mas por outro lado desmistifica
dogmas esclarecendo equívocos históricos.
A bifurcação da historia, nos deixa a opção do alinhamento e
da reconquista do elo que se perdeu com nossos antepassados ou a insegurança daquilo
que parece tradição.
A escolha do caminho não é obrigatória ou inadiável, a
necessidade de cada um é que vai descrever a urgência ou a indiferença á
informação, mesmo que o final seja previsto, a verdade sobreviverá na fé ao òrìsà.
terça-feira, 1 de novembro de 2016
O sacerdote de um e noventa e nove.
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
A cultura de nosso país, aceita com tranquilidade, substituições e adaptações, grande parte de nosso povo até se exalta com esse tipo de situação, confundindo criatividade com improviso irresponsável, alimentando a linha invisível e paralela ao conhecimento.
Se uma pessoa lê cem livros de medicina não se torna um cirurgião, qual família permitiria que um de um de seus entes queridos fosse submetido a uma cirurgia se o suposto médico não fosse formado em medicina?
Partindo dessa interrogação, transferindo a mesma situação para a religião dos òrìsàs no Brasil, não vamos ter a mesma resposta, obvia da questão acima, então porque razão pessoas completamente despreparadas seguem recebendo credito por ações e declarações de um tema que elas não dominam.
Infelizmente as adaptações ao longo dos anos tem prejudicado muito nossa religião, o fato é que todos somos culpados, e coniventes, com esse equivoco.
Se uma pessoa que não é um engenheiro tentar construir uma grande ponte, certamente teremos um grande desastre.
O mesmo acontece no culto ao òrìsà, se a ponte que tenta ligar o ignorante a informação é a presunção do saber, evidentemente a decepção vai acontecer.
O enfermeiro que assiste vinte cirurgias do coração não é autorizado a fazer um transplante, por que então o nosso povo insiste em consultar com pessoas inexperientes e continua se baseando em textos e anúncios encontrados na internet, sobre nossa religião.
A resposta é obvia, a questão se resume a ignorância e quando muito a economia.
Pouquíssimas são as pessoas que sabem que os países desenvolvidos não tem lojas de um real e noventa e nove centavos, mas o brasileiro para economizar adapta as suas necessidades, a tais produtos, a mesmo nível de aceitação se vê com os sacerdotes.
Em todas as religiões em nosso país assistimos diariamente grandes desastres, quando não são padres que estupram as crianças são pastores que se elegem ligados ao narcotráfico ou pessoas que simulam receber espíritos.
O roubo da fé é permitido e muitas vezes avalizados pela ignorância, enquanto a desinformação der espaço para adaptações supostamente confortáveis do ponto de vista econômico as fileiras de decepcionados se multiplicarão.
A solução é a transformação da sociedade, o nível de exigência do nosso povo é muito baixo, consequentemente a prestação de serviço em quase todas as áreas é de péssima qualidade.
Temos que incentivar as pessoas á uma reflexão sobre tudo que estamos assistindo, se nosso povo for mais criterioso certamente a coragem dos inescrupulosos vai diminuir.
No território yoruba muitas pessoas que são iniciadas em ifá jamais diriam que são Bàbáláwos, mas chegando ao Brasil imediatamente se intitulam sacerdotes de Òrúnmìlá, o maior responsável por tudo isso é o nosso povo.
No território brasileiro produtos de origens duvidosas são vendidos abertamente em cada esquina e até materiais usados em cirurgias são falsificados, o que dizer então da nossa religião.
Em quanto isso em nome dos òrìsàs pessoas são iludidas, inocentes são roubados e crédulos são decepcionados.
sábado, 22 de outubro de 2016
Estudar, é preciso!
Autor: Bàbáláwo Ifagbaiyin Agboola.
No dia vinte e oito de outubro vou completar cinquenta e seis anos de religião, quando vejo a ansiedade de alguns dos meus iniciados em serem liberados para fazer iniciações, imagino que muitos não têm a dimensão exata da responsabilidade que a função de sacerdote exige.
Recordo-me que desde criança eu também tinha um grande desejo de ser um sacerdote, porém parece que tudo era diferente, não existia esse desespero pelo dinheiro, que existe hoje. Eu pensava em fazer religião por que eu sou fascinado pela cultura religiosa de òrìsà, não pensava em dinheiro porque durante toda a minha vida eu trabalhei.
Sei que a situação econômica do país deixa as pessoas muito inseguras e apreensivas e tento compreender o que gera essa pressa nos iniciados, tento me colocar no lugar deles, e sei que a situação é bastante complexa.
Porém a realidade é diferente, em quase a totalidade das profissões é exigida uma formação para habilitar ao desempenho da função, na religião não é diferente, isso não pode ser mudado. É necessário paciência, determinação e dedicação além de muito estudo para que seja obtido um bom resultado na capacitação de um Bàbáláwo.
Na foto acima aparece o meu primeiro opon, feito de uma maneira simples e com pregos, nesse opon eu treinava como imprimir odus em areia, na mesma foto aparece o meu ifá da maneira que me foi entregue e que permaneceu por quase 18 anos, até o meu ingresso na família Agboola.
O Àràbà Awodiran declarou em uma entrevista no Brasil que o prazo mínimo para a formação de um Bàbáláwo varia de quatro a cinco anos e eu sigo essa orientação para os meus iniciados, é evidente que esse prazo mínimo é para quem estuda e se dedica muito aos estudos.
Não vejo com bons olhos as adaptações que estão acontecendo no Ifá em território brasileiro, mas acredito que com o tempo as pessoas vão entender melhor a responsabilidade que é ser um Bàbáláwo.
Ser um sacerdote de Ifá mais que tudo é honrar o nome de nossos antepassados que dignificaram essa função por centenas de anos, ser um Bàbáláwo é ter a consciência que somos eternos aprendizes de Ifá.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Os generais do Ifá.
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.
Desejar estabilidade no emprego e uma carreira confortável que
o exército pode proporcionar, assim como alguns benefícios incluindo plano de saúde
de ótima qualidade e assistência odontológica, todos gostariam de ter.
Por outro lado acordar cedo e seguir a hierarquia assim como
construir uma carreira ao longo dos anos,
ninguém quer.
Como no exército, acontece no ifá, a grande maioria dos
aspirantes a sacerdotes pretendem se engajar nas fileiras do culto a Òrúnmìlà já
ingressando como generais.
A falta de paciência, de dedicação e de respeito à
hierarquia implicam em um sistema que menospreza etapas fundamentais na
construção da experiência e do conhecimento de um bom Bàbàláwo.
Esses fatos somados a total falta de critério na
distribuição de cargos e títulos ofertados por alguns supostos sacerdotes
nigerianos, nos levam a constatação que o conhecido, hábito de improvisar dos
brasileiros está desenhando um tipo de culto a ifá no Brasil completamente
diferente daquele que existe no território Yoruba.
A rede social em páginas patrocinadas atesta muitas vezes
uma experiência que nunca existiu e em um quebra cabeça onde textos são
montados com partes descritas por inúmeros autores o teoricamente pesquisador e
internauta se disfarça de experiente conhecedor.
Pessoas sem escrúpulos impulsionados pela falta de
conhecimento de seus contatos nas redes sociais terminam se passando por
sacerdotes que nunca foram.
Eu denomino esses destacados, desconhecidos, como generais
do ifá, embora a posturas de alguns se assemelhe a de palhaços em um picadeiro,
é claro sem menosprezar aqueles que dominam a arte fazer rir.
Em qualquer profissão para que a pessoa seja reconhecida com
credibilidade e prestigio existe uma composição de exigências que se ajusta de
uma situação para outra, embora mantenham a essência composta por conhecimento,
seriedade, dedicação, experiência e aptidão.
A queima de etapas e o embuste criado com adjetivos nas
entrelinhas, somados a velha tática de dizer o que as pessoas querem ouvir
seguirão dando destaque a grandes sacerdotes reconhecidos no espelho por eles
mesmos.
E com eufemismo eu descrevo que os filhos dos desprovidos
serão constituídos da ausência do que outrora fez parte de uma ilusão resguardada
fortemente por uma inverdade com um respaldo do imaginário.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
IFÁ É PARA TODOS!
Babalawo Ifagbaiyin Agboola.
Não precisa ser um grande conhecedor de psiquiatria ou de
psicologia para entender a versão de alguns opositores do projeto ifá é para todos.
Essas pessoas dizem que o ifá não é para todos para chamar a
atenção para elas mesmas, dando a entender, que só elas são as escolhidas.
Ifá é para todos, sim, não poderia deixar de ser, pois que
sentindo teria uma religião para somente uma suposta elite.
Ifá é para todos, sim e o nosso projeto está ai para
justificar a nossa fé.
Acreditar que somos escolhidos contraria a teologia yoruba,
somos nós que escolhemos antes de nascer ser adepto da religião tradicional e
cultuar Òrúnmìlà.
Não somos especiais porque ifá teria nos escolhidos, termos
escolhidos ifá é que nos torna especiais.
Mas somente Òrúnmìlà pode responder só ele testemunhou só
ele sabe a verdade, sendo assim:
IFÁ É PARA TODOS!
Essa pretensa elite que acredita ser superior por estar no
ifá não conhece a verdade de Òrúnmìlà, que esta descrita no verso abaixo.
ÒTÚRÀ ÓGBÈ
Oluko Ifá gbodo ní á mu mò rá
Ati afori ti ole je omodé tabi agba
Yiò gbà tokan tokan
A d` ifá fun òtúrà
Nigba to di Babalawo làì si eya meya
Obirin tabi okunrin
Ifá nipè kó rùbo
Ko tole wole Orunmilá gegebi awo
Okunrin tabi obìnrin Ifá gbe ni
Òtúrà rùbo ebo rè gbà
Won di oju ati ara ó je eni to lokan
Oná rè sì lá ó sÌ di awo Orunmilá
Awo tolokan
Ifá kó bere
Boya omodé tabi agba
Nitorí pè ogbon ori rè ju ojo ori lo
Orunmilá jeri si
Nitorí pè Olorun gbagbo pe
Ogbon ju agbara
A d ifá fún Otura
Ni igba ti odi awo Orunmilá
Làì so pè omode tabi agba
Okunrin tabi obinrin
TRADUÇÃO:
O aprendiz de ifá estuada com dedicação e sofrimento
Pode ser criança ou velho, o importante é ter vocação
Ele deve ser escolhido no céu.
Fizeram adivinhação de ifá para Otura quando ele aspirou ser
sacerdote de ifá
Sem dizer se era homem ou se era mulher
Ifá lhe disse:
Que deveria fazer sacrifico para que sua aspiração fosse aceita
Para que ele entrasse na casa de Orunmilá, homem ou mulher
As benções do céu não tem preferencia de sexo
Quando Otura fez o sacrifício foi concedida a sua iniciação
Seu rosto e seu corpo ficaram encobertos porque,
o que se iniciava era
a sua alma
Não se iniciava nem seu corpo e nem seu rosto
E assim teve êxito
Otura foi sacerdote de Orunmilá
O awo sem corpo!
O Awo é a alma consagrada
Ifá não perguntou se Otura era jovem ou era velho
Porque a idade a sua alma conhecia e a alma não era velha
nem jovem
Porque o que deus cria somente Orunmilá testemunha e só ele
sabe a idade da alma.
E só eles sabem a
idade da alma
Só eles sabem a identidade da alma
Foram às palavras de ifá para Otura, quando aspirou ser
sacerdote de Orunmilá, sem dizer ser era jovem ou velho.
homem ou mulher
segunda-feira, 25 de julho de 2016
Qualidade de òrìsà não existe II
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Quando escrevi o primeiro texto sobre esse assunto imaginei que seria muito fácil entender o que estava sendo postado.
Mas nesse caso acredito que no tocante a conhecida qualidades dos òrìsàs ainda existem algumas pessoas que não entenderam o que parece obvio.
Em todas as culturas, em todos os tempos, existiram inúmeras designações para uma mesma pessoa, seria o que em nosso país denominamos como apelido.
Jesus Cristo foi chamado de Messias, Nazareno, profeta, filho de Deus e Salvador, se as pessoas conseguem entender isso.
Por que as não conseguem entender quando o assunto é Òrìsà?
Trazendo o dialogo para exemplos que podemos adotar com uma didática de fácil assimilação, porém em hipótese alguma comparando os personagens.
Edson Arantes do Nascimento é conhecido como Pelé, O rei do Futebol e o atleta do século, isso é de muito fácil compreensão.
Em outro exemplo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para os metalúrgicos ele era conhecido como somente Lula. Porém na imprensa internacional a denominação para o mesmo personagem era Luiz Inácio.
Já no cenário politico é chamado de presidente, esse mesmo personagem também foi chamado por Leonel Brizola de “Sapo barbudo,” já os militares o chamavam de comunista e a igreja o denominava como “Líder Sindical”.
Essas tantas denominações pertencem a umas únicas pessoas, Luiz Inácio da Silva, qual a dificuldade em entender isso?
Se todos entendem quem é Luiz Inácio da Silva!
Por que não entendem os Òrìsàs com vários nomes?
Seria o problema do idioma?
Seria o problema do idioma?
Ou seria a acomodação dando sequência a um equivoco histórico?
De qualquer forma os inventores de qualidades de òrìsàs estão desaparecendo, ou porque as pessoas estão ficando mais cultas, ou porque a criatividades esta terminando.
De qualquer forma os inventores de qualidades de òrìsàs estão desaparecendo, ou porque as pessoas estão ficando mais cultas, ou porque a criatividades esta terminando.
Peço desculpa aos meus leitores por ter que usar esse tipo de linguagem e citando o personagem do ex-presidente e Pelé como exemplo em um texto religioso, mas a grande maioria da população do nosso país precisa desses exemplos para entender que um único òrìsà possa ser citado com vários nomes, em diversos lugares.
Na Religião tradicional Yoruba todo Orixá tem varios nomes, é muito fácil entender.
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