quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Sacerdote de Orisa

 


Sacerdote de Orisa

 

Justificar que ladrões usem o nome dos òrìsàs porque o país vive uma crise financeira é assumir um crime de coautoria em estelionato.

 

Em tempos de falta de recurso e abundancia de falta de caráter a desonestidade quase vira regra, a marginalidade cria um modismo onde ser honesto é sinônimo de otário.

 

Não precisa ser muito esperto para perceber o cheiro ruim nas lacunas das mensagens vindas da terra mãe que seus filhos tudo vendem.

 

Nas madrugadas qualquer òrìsàs se compra, todos os escrúpulos se perdem e as negociações transformam o sagrado em profano.

 

Compradores nacionais ansiosos para revenderem o que nunca mereceram, alimentam a máquina da ignorância com o dinheiro sujo proveniente da ilusão fanática ou criminosa.

 

Que a religião tradicional yoruba segue em perfeita ordem do outro lado do oceano ninguém poderia negar, mas sobre o caráter de muitos de seus representantes em seu pior aspecto a clareza da verdade desnuda.

 

Transferências bancárias confirmam a chegada de supostos assentamentos para supostos sacerdotes que supostamente acreditaram em supostos dignos descendentes de idôneos personagens.

 

 E a multiplicação daqueles que não comeram obi e que não sentiram o gosto do sangue em suas bocas alimenta fluxo e refluxo da indignidade.

 

Já não bastava os criminosos daqui, será que vamos ter que aturar estrangeiros travestidos de homens éticos.

 

Expor a ferida é uma das formas de trata-la, sem que se saiba em profundidade de tudo que está acontecendo, enquanto idiotas curtem mais uma postagem, assentamentos de òrìsàs seguem sendo entregues pelo correio.

 

A cada dia que passa uma nova vítima posta fotos com certificado em suas mãos atestando a imbecilidade, é mais um que foi enganado e que agora documentado se transforma em caçador na rede social.

 

 Nas conversas disfarçadas as fileiras do exército da corrupção crescem, será que é tão difícil perceber que se tempo sobra para a socialização é porque o habito de trabalhar desapareceu.

Os desocupados são sempre muito simpáticos.

 

Os livros seguem sendo vendidos e as apostilas comercializadas com descaramento próprio da marginalidade.

 

A farsa segue e mais um internauta se faz passar por sacerdote de Òrìşà.

Autor:Oluwo Ifagbaiyin Agboola

A história do Ifá no Brasil





A história do Ifá no Brasil

 

Um político e cientista italiano chamado Antônio Gramsci formulou o conceito de hegemonia. Para Gramsci, hegemonia é o domínio de uma classe social sobre as outras, em termos ideológicos, em especial da burguesia com as classes de trabalhadores.

 

Em nível conceitual, a hegemonia indica um equilíbrio entre o domínio e a liderança.

Em sentido figurado, a hegemonia indica uma supremacia ou poder de um elemento sobre outro, podendo ser pessoas ou coisas.

 

Historicamente o Ifá no Brasil deve homenagem a dois homens, o Bàbàláwo Nigeriano Fabunmi Sowunmi e o Bàbàláwo cubano Rafael Zamoura, esses dois sacerdotes construíram a imagem inicial do Ifá no Brasil.

 

O cubano Rafael Zamoura foi á pessoa que mais iniciou em Ifá no estado do Rio de Janeiro, com seu trabalho o sacerdote (Ogundakete) plantou uma semente que mantem até os dias de hoje o Ifá em destaque na cidade Carioca.

 

O Nigeriano Fabunmi Sowunm participou de um trabalho feito no estado de São Paulo no instituto Odùduwà de propriedade do babalorixá Siriku Salami, Baba Fabunmi com carinho e seriedade fez muitas iniciações em Ifá no estado de São Paulo, o sacerdote durante o tempo que esteve em nosso país ajudou a divulgar a religião tradicional yoruba.

 

O trabalho da família Aworeni do Ifá tradicional nigeriano também é muito conhecido no Brasil, principalmente no estado de São Paulo. Alguns dos Bàbàláwos dessa família também fizeram um trabalho de divulgação do ifá no Uruguai e Argentina.

 

Hoje a família que mais inicia em Ifá no Brasil é a família Agboola, esse trabalho foi iniciado á quase quinze anos pelo Bàbàláwo Oyeniyi Agboola.

 

Amanhã ou depois outras famílias poderão escrever uma história diferente no Ifá brasileiro, com mais sucesso ou com mais iniciações, com outros excelentes sacerdotes, mas a memória desses nossos antepassados deve ser respeitada.

 

A contribuição de Rafael Zamoura, Ifabunmi, Nelson Odi meji, Adilson Ogbe bara e tantos outros devem ser vista com carinho por todos aqueles que hoje fazem parte do Ifá brasileiro.

A hegemonia terminou, hoje temos inúmeras famílias divulgando o culto a Òrúnmìlà em nosso país, vamos olhar para o futuro com o respeito que nossos antepassados merecem.

 

Houve um tempo que o ifá era cultuado somente nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, hoje o culto a Òrúnmìlà esta presente em todo o território nacional.

 

 Nós somos responsáveis por manter a imagem e o respeito que os orixás e seus sacerdotes merecem, o Ifá e os nossos antepassados merecem a nossa dedicação.

 

A união entre as famílias pode fortalecer o culto a orixá em terras brasileiras, juntos podemos identificar as pessoas que prejudicam o trabalho de nossos antepassados, agindo assim vamos garantir o respeito a nossos descendentes.

 

A história não vai ser diferente, em um futuro alguém vai escrever sobre o Ifá novamente, se o seu nome vai ser citado amanhã depende do seu comportamento hoje.

 

 Um Bàbàláwo tem que ser um exemplo, o sacerdote de Ifa tem um compromisso com a verdade e com a honestidade, nenhuma pessoa se faz Bàbàláwo ela nasce Bàbàláwo, infelizmente algumas com o passar do tempo se afastam dos seus destinos.

 

O itelodu da inicio a caminhada de um Bàbàláwo, a cerimônia é a retomada do destino, mas é o caráter do iniciado que vai caracterizar o seu comportamento, é com suas atitudes que ele vai conquistar o respeito e o direito de ser reconhecido como sacerdote.

 

 Ser um Bàbàláwo é uma eterna busca pelo seu melhor, é a manutenção permanente do bom caráter, é a elevação do espirito com base no conhecimento da doutrina de Òrúnmìlà.

 

Esse texto é uma homenagem á aqueles verdadeiros Bàbàláwos que escreveram a história do Ifá no Brasil.

 

Autor: Oluwo Ifagbaiyin Agboola.

 

Suuru, (PACIÊNCIA).

 



Suuru, (PACIÊNCIA).

 

Ile wa ajo

Ona mi o s’okan

Ona iba s’okan

Ma ba o rin

Ma ba o de’le kokooko

Difa fun Biala

Ti somo Obatala

Eyi ti yoo k’apo iwin borun

Irin baba wa, irin eera ma nii

Eni ba le gba to eera

Lo le gba to edu

Irin baba wa, irin eera ni o

 

Português:

 

 

Não moramos na mesma casa.

 Nós apenas andamos do mesmo jeito.

 Se seus caminhos se cruzarem, posso acompanhá-lo no caminho,

 posso acompanhá-lo até sua casa.

 Ifa foi consultado por Biala um descendente de Obatala que queria aprender o mistério dos Iwin (espíritos assassinos).

 

A velocidade do nosso pai Orunmila pode ser comparado a uma formiga.

 

 Somente aqueles que conseguem se mover na velocidade da natureza podem seguir Orunmila.

 

 Somente aqueles que podem seguir o caminho do formiga podem seguir Ifa.

 

Autor:Oluwo Ifágbaíyin Agboola

OMO IFÁ É OMO IFÁ, AWO IFÁ É AWO IFÁ E BÀBÁLÁWO SÓ O TEMPO E O CARÁTER DENOMINARA COMO BÀBÁLÁWO.

 


OMO IFÁ É OMO IFÁ, AWO IFÁ É AWO IFÁ E BÀBÁLÁWO  SÓ O TEMPO E O CARÁTER DENOMINARA COMO BÀBÁLÁWO.

 

Para reflexão cito uma parte de um Odu bem interessante:

Òtúrá Ògúndá

 

Èkè ò kun'ni 

Ìfà ò kun'mo ènìy 

Bí èkè bá n yóleé dá 

Ohun wéréréré abénú a más yo wo ní sise 

Díá fún Ṣàgbàgìrìyàn 

Tíí se Baálè Asotító 

Njẹ sotito, sòdodo 

Eni to sotito 

Nor molè n gbè

 

Traducción al inglés:

 

Dishonesty does not satisfy a person 

Ifá does not condone dishonesty 

When a dishonest person spreads betrayal 

His conscience constantly itches 

This was the divination for Ṣàgbàgìrìyàn 

Who was the chief of Truthfulness 

Be honest, be upright 

Whoever is honest 

Has the support of the Òrìṣà

 

Traducción al español:

 

La deshonestidad no satisface a una persona 

Ifá no aprueba la deshonestidad 

Cuando una persona deshonesta reparte su traición 

Su conciencia le pica constantemente 

Esta fue la adivinación de Ifá para Ṣàgbàgìrìyàn 

Quien era el jefe de la Verdad 

Sé honesto, sé recto 

Quien sea honesto 

Tiene el apoyo de los Òrìṣà

 

 

 

 

TRADUÇÃO PORTUGUÊS

 

 

A desonestidade não satisfaz uma pessoa

Ifá não tolera a desonestidade.

 

Quando uma pessoa desonesta espalha a traição

sua consciência coça constantemente.

Esta foi a adivinhação para Ṣàgbàgìrìyàn

que era o chefe da veracidade.

 

Seja honesto, seja íntegro.

 

Quem é honesto

tem o apoio do Òrìṣà.

 

Autor:Oluwo Ifágbaíyin Agboola

Esclarecendo sobre o sacerdócio As vezes olhando na Internet algumas postagens de alguns supostos sacerdotes me sinto envergonhado por eles não conhecerem o mínimo necessário para se denominar Babalawo. Por essa razão resolvi explicar novamente um pouco mais sobre a grande responsabilidade que é ser um sacerdote no Esin Igbile. Isso deveria ser o óbvio, mas pelo visto a grande maioria desconhece: Quem faz isefa é OMO IFÁ! Quem faz itefa é AWO IFÁ! Quem faz ikofa é IYANIFA! Quem faz itelodu é Babalawo? Na teoria sim, na prática, como dizem os gaúchos ( o buraco é mais embaixo). Ou seja, o itelodu é como um vestibular que permite que você entre na faculdade, se você vai estudar, se você vai concluir o curso depende 90% de você e 10% do professor. Infelizmente a grande maioria faz o vestibular e sai clínicando, o resultado é desastroso e mais do que isso é vergonhoso, a verdade é que infelizmente a Internet aceita tudo. Ser um Babalawo é assumir uma postura digna diante da sociedade (coisa rara nos dias de hoje). Com a trairagem se proliferando, Babalawo virou espécie em extinção. Um Babalawo é um EXEMPLO PARA A SOCIEDADE E A SUA VIDA DEVE SER REGRADA E SUBMETIDA AS ESCRITURAS DENOMINADAS COMO ESE IFÁ. Não existe verso de Ifá que diz que uma pessoa de caráter duvidoso vai desfrutar da paz de espírito ou que ela vai alcançar a elevação espiritual. Ser um Babalawo é ter a compreensão que é necessário estudar a vida toda para entender um pouquinho de tudo que representa a palavra de Orunmilá. Ser Babalawo é seguir durante toda a vida em busca do caminho para cumprir com o odu Ika Fun. É desejar a cada minuto que tudo que descreve o Odu Iwori Ofun aconteça, suplicando ( ORUNMILA MANTENHA SEUS OLHOS SOBRE MIM E NÃO PERMITA QUE EU ERRE, SE EU ERRAR, QUE EU SEJA OBRIGADO A CORRIGIR O MEU ERRO POR AJAGUNMALÉ. Ser Babalawo é ouvir monstruosidades e conter as palavras e as ações entregando na mão do destino o Ogberi (iguinorante), até porque sacerdote orienta a parte espiritual, O comportamento pessoal se não foi corrigido pelos pais na infância com amor, o destino e a sociedade vão corrigir depois de adulto pela dor. Não existe segredo que fica oculto, o orisa tudo sabe, então aquele que se esconde para praticar o ilícito está se escondendo da sua própria ignorância. Orunmila é a testemunha da escolha do destino de cada um de nós, mesmo que a pessoa tenha feito uma péssima escolha, existe esperança e não podemos julgar um pomar por uma fruta podre. Todos merecem uma oportunidade, mesmo que essa oportunidade sirva para revelar tudo que existe de ruim dentro de cada pessoa. A oportunidade não pode ser negada, as vezes dar espaço é muito mais revelador que acompanhar de perto. Deveríamos ter a responsabilidade para decidir se podemos ostentar na rede social antes do nosso nome o título de Babalawo. As vezes um pouco de humildade usando o nome de Awo retira dos ombros da pessoa uma enorme responsabilidade, responsabilidade que ela ainda não está capacitada para assumir. Estudar é preciso, ser humilde é necessário.

 




Esclarecendo sobre o sacerdócio

 

As vezes olhando na Internet algumas postagens de alguns supostos sacerdotes me sinto envergonhado por eles não conhecerem o mínimo necessário para se denominar Babalawo.

 

Por essa razão resolvi explicar novamente um pouco mais sobre a grande responsabilidade que é ser um sacerdote no Esin Igbile.

 

Isso deveria ser o óbvio,  mas pelo visto a grande maioria desconhece:

 

Quem faz isefa é OMO IFÁ!

Quem faz itefa é AWO IFÁ!

Quem faz ikofa é IYANIFA!

Quem faz itelodu é Babalawo?

 

Na teoria sim, na prática, como dizem os gaúchos ( o buraco é mais embaixo).

 

Ou seja, o itelodu é como um vestibular que permite que você entre na faculdade, se você vai estudar, se você vai concluir o curso depende 90% de você e 10% do professor.

 

Infelizmente a grande maioria faz o vestibular e sai clínicando, o resultado é desastroso e mais do que isso é vergonhoso, a verdade é que infelizmente a Internet aceita tudo.

 

Ser um Babalawo é assumir uma postura digna diante da sociedade (coisa rara nos dias de hoje).

 

Com a trairagem se proliferando, Babalawo virou espécie em extinção.

 

Um Babalawo é um EXEMPLO PARA A SOCIEDADE E A SUA VIDA DEVE SER REGRADA E SUBMETIDA AS ESCRITURAS DENOMINADAS COMO ESE IFÁ.

 

Não existe verso de Ifá que diz que uma pessoa de  caráter duvidoso vai desfrutar da paz de espírito ou que ela vai alcançar a elevação espiritual.

 

Ser um Babalawo é ter a compreensão que é necessário estudar a vida toda para entender um pouquinho de tudo que representa a palavra de Orunmilá.

 

Ser Babalawo é seguir durante toda a vida em busca do caminho para  cumprir com o odu Ika Fun.

É desejar a cada minuto que tudo que descreve o Odu Iwori Ofun aconteça, suplicando ( ORUNMILA MANTENHA SEUS OLHOS SOBRE MIM E NÃO PERMITA QUE EU ERRE, SE EU ERRAR, QUE EU SEJA OBRIGADO A CORRIGIR O MEU ERRO POR AJAGUNMALÉ.

 

Ser Babalawo é ouvir monstruosidades e conter as palavras e as ações entregando na mão do destino o Ogberi  (iguinorante), até porque sacerdote orienta a parte espiritual,

O comportamento pessoal  se não foi corrigido pelos pais na infância com amor, o destino e a sociedade vão corrigir depois de adulto pela dor.

 

Não existe segredo que fica oculto,  o orisa tudo sabe, então aquele que se esconde para praticar o ilícito está se escondendo da sua própria ignorância.

 

Orunmila é a testemunha da escolha do destino de cada um de nós,  mesmo que a pessoa tenha feito uma péssima escolha, existe esperança e não podemos julgar um pomar por uma fruta podre.

 

Todos merecem uma oportunidade, mesmo que essa oportunidade sirva para revelar tudo que existe de ruim dentro de cada pessoa.

 

 

A oportunidade não pode ser negada, as vezes dar espaço é muito mais revelador que acompanhar de perto.

 

 Deveríamos ter a responsabilidade para decidir se podemos ostentar na rede social antes do nosso nome o título de Babalawo.

 

As vezes um pouco de humildade usando o nome de Awo retira dos ombros da pessoa uma enorme responsabilidade, responsabilidade que ela ainda não está capacitada para assumir.

 

Estudar é preciso, ser humilde é necessário.




Autor: Oluwo ifagbaiyin agboola

 

Odu iwori-wofun

 


Odu iwori-wofun

 

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Bi o ba te ifa tan

Ki o tun iye e re te

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma fi eja igba gun ope

 Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma fi ayimowe wo odo

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma fi ibinu yo obe

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo mafi kanjukanju jaye

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma fi warawara nkun ola

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma seke solade

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma puro jaye

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma se igberaga si agba

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma so iretu nu

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo ma san ban te awo

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Awo bi o ba tefa tan

Ki o tun ije e re te o

Iwori teju mo ohun ti nse ni

Tradução:

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Que todo aquele que queira iniciar em Ifá

que faça para obter conhecimento e sabedoria.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não usa corda para subir a árvore da vida.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não entra no rio sem saber nadar.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não utiliza faca quando esta com raiva.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não se apressa para os gostos da vida.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não se apressa para adquirir riquezas.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não trai e não mente.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não engana para se desfrutar da vida.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não é arrogante nem menor que os maiores.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não perde a esperança na vida.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo não adora a esposa de outra Awo.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

Awo quando foi iniciado em Ifa ele se inicia de novo utilizando sua inteligência e sabedoria.

Iwori tenha seus olhos críticos postos sobre mim!

 

Ogbo ato asure iwori-wofun

 

Autor: Oluwo Ifágbaíyin Agboola

A Responsabilidade de um líder

 


A Responsabilidade de um líder

 

Liderar uma comunidade espiritual é carregar um peso que poucos enxergam por inteiro. É uma tarefa que enche o coração de propósito, mas também o aperta com responsabilidades que nunca acabam. Quem assume esse papel se doa por completo, mas descobre, com o tempo, que não pode estar em todos os lugares, nem atender a todas as vozes que o chamam, ao mesmo tempo. É um caminho de entrega, mas também de escolhas difíceis, de solidão silenciosa e de uma força que precisa se renovar mesmo quando o cansaço insiste em ficar.

Quando uma comunidade cresce, ela se transforma em um mar de rostos, histórias... Cada pessoa traz algo único: uma dúvida, uma angústia, uma conquista. Quem lidera quer abraçar todos, ouvir cada um, estar ao lado em cada momento importante. Mas o tempo é finito, e o corpo é apenas um. Não dá para estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Então, vem a necessidade de escolher. Não é uma escolha que se faz com leveza. É como estar diante de muitas mãos estendidas, sabendo que só pode segurar algumas de cada vez. O coração deseja alcançar todos, mas a realidade impõe limites.

Nessas horas, a prioridade muitas vezes recai sobre quem está sofrendo mais. São as dores mais agudas que gritam por atenção, como feridas que precisam de cuidado imediato. Mas isso não significa que as outras dores, mais silenciosas, sejam menos importantes. Cada pessoa merece ser vista, ouvida, acolhida. Quem guia carrega essa culpa silenciosa: a de não poder estar tão presente quanto gostaria, de não ter tempo para conversar mais, perguntar mais, se aproximar mais.

A vida moderna não ajuda. Tudo é corrido, tudo é urgente. Há uma agenda cheia de compromissos, viagens, encontros. A rotina vira uma sequência de deslocamentos, de aeroportos, de carros, de minutos contados. Não sobra espaço para parar, para sentir saudades, para sentar-se com amigos e rir sem pressa. Quem lidera uma comunidade espiritual muitas vezes vive para os outros.

A vida pessoal fica em segundo plano. A dor, a tristeza, o cansaço? Esses precisam esperar, porque há sempre alguém precisando de um conselho, de uma palavra, de uma direção. E, mesmo quando o coração pesa, é preciso seguir em frente, porque muitos dependem disso.

As pessoas esperam muito de quem guia. Elas buscam um pai que acolhe, um mestre que ensina, alguém que parece nunca falhar. É como se o líder precisasse ser mais do que humano, um pilar que nunca treme. Mas ele é humano. Ele sente o peso da idade, as dores do corpo. Ele também tem cansaço, vontade de apenas descansar. Só que parar não é uma opção. Quando você é o farol, todos esperam que sua luz nunca apague. E, se apagar, como os outros vão encontrar o caminho?

Por isso, quem lidera se cobra tanto. Ele sabe que carrega uma responsabilidade enorme, e qualquer erro pode ecoar longe. Então, ele busca a perfeição, mesmo sabendo que ela não existe. Ele se disciplina, se esforça, se levanta mesmo quando está exausto. E, muitas vezes, espera o mesmo de quem está ao seu lado. Não por rigidez ou falta de empatia, mas porque acredita que é assim que se constrói algo sólido. Ele escolhe com cuidado quem vai caminhar junto, quem vai assumir o mesmo compromisso de guiar, de cuidar, de proteger. Porque liderar não é só ensinar. É garantir que o caminho continue.

É fácil olhar para quem está à frente e pensar que ele poderia fazer mais. Poderia estar mais presente, ouvir mais, falar mais. Mas poucos param para pensar no que ele carrega. Cada oração que ele faz para sua família religiosa, cada momento que dedica, é uma escolha de colocar os outros em primeiro lugar. Mesmo na correria, mesmo na distância, o cuidado nunca para. Ele pensa em cada um, leva cada um no coração, mesmo quando não pode estar ao lado. Essa é a força de quem guia: transformar o pouco tempo que tem em gestos que tocam, em palavras que ficam, em preces que alcançam.

Ser grande, como quem lidera, é sofrer grande. É sentir uma solidão grande. Mas é também encontrar soluções grandes. E a maior solução é continuar. Continuar apesar do cansaço, apesar das escolhas difíceis, apesar do peso. Porque, no fim, o que importa é o impacto. É saber que cada gesto, cada palavra, cada momento de entrega deixa uma marca. E essa marca é o que faz tudo valer a pena.

 

Texto desenvolvido a partir das reflexões do Oluwo Ifagbaiyin Agboola

Ifasogbon Ajobi Agboola

 

Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda?

  Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda? Quando me pediram para escrever sobre a Umbanda e o Ifá, pensei muito antes de aceit...