segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O louco o esperto

 Louco ou esperto, Ifá explica.




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Quando comecei a escrever em meu blog e resolvi criar  uma comunidade,eu sabia das dificuldades que encontraria ,imaginava encontrar opositores  sacerdotes que  têm uma formação diferente da minha,isso tudo seria natural porque sabemos que existem algumas questões que automaticamente geram polêmicas.

Nunca imaginei que teria a dolorosa missão de contrariar inúmeros amigos que acreditam na mesma religião que eu acredito.

Estou entre a cruz e a espada como se diz, de um lado o público leigo e os praticantes que buscam informação,e do outro alguns sacerdotes que ainda nos dias de hoje acreditam na sincrética versão de nossa religião,é inacreditável mas ainda existe gente que leva os iniciados para assistir a missa católica.

Como se isso não bastasse,entre tantas coisas erradas ,tem o grupo que olha a data de nascimento para ver o odu no momento da consulta ao jogo de búzios, então diante de tantos equívocos resolvi compartilhar mais informação para os meus leitores.

Imagine se poderia existir  em território yoruba ,no meio da África , a mais de mil anos um cartório com dados e expedindo certidões de nascimento para os iniciados terem como base uma data para que seja feita a consulta a Ifa?

Existe um grupo de pessoas que acredita que a  numerologia tem  ligação com os odus .
Entre tantas coisas essa semana fui questionado sobre o orisa conhecido no Brasil como Iroko. Essa bela àrvore serve de morada para alguns orisas,mas, que não existe nenhum orisa com esse nome, isso eu posso garantir.

Seria aceitável se algumas pessoas leigas questionassem tais fatos ,mas vejo pessoas com dezenas de anos de iniciado fazendo tais colocações.

Aqueles que acreditam  saber de tudo um pouco,ainda afirmam que existe o odu de placenta,o odu da casa e o odu de nascimento,é tanta besteira junto, que  se torna impossível ficar quieto.

A questão do odu,para aqueles que ainda não sabem, vamos esclarecer."Se você  nascer  em território Yoruba e passar por alguns rituais,durante o período, logo após o seu nascimento, você  terá  um odu, que vai servir como referência para sua criação, e educação,ou se nascer em um outro país e passar por tais rituais ministrados por pessoas capacitadas."

  Existe também uma segunda hipótese, quando você é iniciado em Ifa,e passa por vários rituais, para então saber seu  odu .

Atualmente existe uma farta literatura sobre odu e o número de livros é muito grande, alguns que até confundem o nome dos odus,assim como outros que acreditam que Obara meji, é o odu mais rico que existe.

É tanta criatividade que eu  não sei se o individuo  é um louco, ou esperto,mas não resta  a menor dúvida de que ele é desinformado.

Outro dia encontrei um Babalorisa  na rua que me falou “que para assentar Oloogun Ede é necessário ter um peixe que a pessoa tenha pescado” é muito difícil escutar  tantas coisas  e ficar quieto.

Eu gostaria  muito que tais temas não necessitassem ser abordados,mas, isso se faz necessário, acredito muito na força transformadora do orisa, sei que não estou sozinho em minha caminhada,conheço pessoas que lutam contra tais aberrações, há muitos anos,e me identifico  com elas.

Há muitos anos atrás estivemos reunidos em Brasília com o ministro da cultura e com o ministro da justiça, juntamente com o presidente da fundação palmares, buscando uma solução para tais acontecimentos .Na ocasião fui convidado pelo ministro da justiça da época sua excelência  Mauricio Correa, para um churrasco em sua residência, e deixei bem claro o meu descontentamento, em uma conversa privada que tivemos, quando ele em bom tom me disse,"a culpa é de vocês mesmos, que não têm uma liderança forte no pais e representantes com condições de elaborar um sistema de forma a punir tais elementos,despreparados,que fazem parte do meio."

Hoje começo  a acreditar que ele tinha razão,chegou o momento de colocar tais pessoas despreparadas,em seus devidos lugares,porque,os sacerdotes de outras religiões conseguem o respeito das autoridades e da opinião pública, e nós não temos os mesmos privilégios.

Sempre  nossa religião é mencionada na mídia ou é de forma pejorativa ou em alusão ao treze de maio.

Cansei disso,faz tempo,que  busco outra saída  mais adequada,a cultura ,o conhecimento, e o alinhamento com as raízes religiosas,pois quem não está preparado que não se estabeleça,não é justo que os bons paguem pelos despreparados.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A escolha de um sacerdote

A escolha de um sacerdote no Ifá e no Orixa.




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola


 A escolha de um sacerdote para lhe orientar em sua vida espiritual, deve seguir um cuidadoso sistema aonde você é a prioridade, trazer para sua vida um elemento que você desconhece pode comprometer o seu futuro.

Além de comprometer sua vida espiritual, você muitas vezes, pode ter grandes prejuízos em sua saúde.


O envolvimento com pessoas que muitas vezes não correspondem a um comportamento moral adequado pode traumatizar e criar seqüelas que jamais serão curadas,afastando para sempre o individuo de sua crença.


Um sacerdote deve ter um comportamento exemplar por várias razões, mas a mais importante delas é, ao longo da vida, adquirir o direito de ser cultuado como antepassado  depois de sua morte.


Um homem de bem é lembrado por seus atos, e sua história se perpetua.
A moral e o comportamento adequado imortaliza o individuo.


Enganar,muitas vezes ,tem uma razão que só a pessoa consegue explicar. 


A insegurança e o medo, se explica mas não se justifica,muitas vezes a mentira é antecipada pelo comportamento,tudo poderia ser previsto,só não poderia ser explicado.


Quem tem orisa  bem assentado , jamais será enganado. O desejo de  acertar muitas vezes cega a razão.


As carências emocionais e espirituais afloram e nos deixamos influenciar por títulos, diplomas e histórias que em um momento de maior lucidez jamais acreditaríamos.


Os antepassados quando bem cultuados, avisam em sonho ou por intuição.
Precisamos estar atentos aos recados que aparecem em nosso dia a dia.


Todos somos vítimas, mas temos que aprender com os fatos, precisamos evoluir com o tempo e crescer com as experiências.


O perdedor na verdade quase sempre ganha, é melhor só  que mal acompanhado.
O homem não precisa ver o que está acontecendo para saber que tem alguma coisa errada, muitas vezes ele sente tudo a sua volta,e quando o orisa quer a verdade aparece.


Deixe o tempo passar e os problemas poderão ser solucionados, suas tristezas  vão diminuir,e certamente você vai sair dessa uma pessoa mais forte,mais experiente e mais segura,não vai lhe fazer falta o que você nunca teve,pelo menos da maneira que você pensava.


Pode acontecer que você tenha somente uma vasilha com uma pedra dentro e que esteja cercado de pessoas que jamais deveria confiar.


"Eni ti o jin si koto ko ara ehin logbon, adaniloro fi agbara k’o."
"Aquele que cai em buraco ensina aos que vêm atrás a terem cuidado"




segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Qualidade de orisa

Qualidade de òrìsà não existe.



Autor: Bàbàláwo Ifagbaiyin Agboola

Quando os Òrìsàs chegaram ao Brasil vieram pelas mãos de escravos oriundos de várias partes do território Yoruba, evidentemente isso gerou alguns problemas, entre esses a diferença de nomes dados aos mesmos Òrìsàs.

Hoje em dia me surpreende que algumas pessoas ainda tenham dificuldade em entender o óbvio.

Em cada região o mesmo Òrìsà recebe nomes diferentes, o que alguns escritores definem como títulos dados em determinados momentos de uma louvação ou exaltação.

Fazer disso um mercado onde em cada elemento adicionada a um assentamento é criada uma nova qualidade de Òrìsà, caracteriza esperteza visando lucro.

Osun é Osun, se em um lugar ela recebe o nome de Opara, Apara, Ponda, Panda, Iponda ou Igimum, isso não cria um novo Òrìsà.

O nome dado à divindade não muda o comportamento do Òrìsà e sim algumas questões relativas à geografia e a história da divindade.

Com um nome Osun é vista no Brasil como uma figura feminina de grande vaidade, com outro nome é tida como guerreira, mas de forma alguma a mudança de nome não cria uma nova Osun.

A mudança de nome fala do temperamento ou do comportamento do òrìsà em uma determinada situação, mais isso não cria um novo òrìsà com mais ou menos idade. 

Isso se aplica a todos Òrìsàs.

Um exemplo que eu gosto de usar é Oloogun Edé, que foi transformado de guerreiro em uma criança em nosso país.

A falta de informação deu espaço à conhecida criatividade brasileira.

Outro exemplo que podemos citar:

Para os filhos de Òsáàlá são assentados inúmeros Òrìsàs que não comem dendê dando origem a vários òrìsàs que só existem no Brasil. No entanto sabemos que a proibição do uso de dendê é restrita somente a Òsáàlá, tudo que foi criado em cima desse fato é invenção.

Eu poderia escrever várias paginas sobre os òrìsàs cultuados no Brasil, mas acredito que o importante é ter um ponto de partida, o fato que não existe qualidade de òrìsà.

Sabemos que nossas tentativas podem contribuir com a mudança da mentalidade de alguns sacerdotes, o importante é que as pessoas estudem e pesquisem sobre a nossa religião.



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Iya Ori nunca existiu, Orunmila? 





Autor:Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Durante todos esses anos eu já ouvi tantas inverdades, crendices e lendas que não me admiro ver tantas novidades em nossa religião.

Sobre Iya Ori então, eu fico impressionado como isso foi divulgado. Dizer que Iya Ori (Yemonja) ou qualquer Orisa que tenha esse título seja a dona de todas as cabeças... é de deixar  pensando o porquê de tanta desinformação.

A divindade que é considerada como “aquela que molda as cabeças”, é o Orisa Ajala, e a que habita as cabeças, se é que podemos dizer assim, para facilitar o entendimento das pessoas iniciadas recentemente ou leigas, é Ori.
Eu cultuo Yemonja e considero um belíssimo Orisa, mas daí atribuir a essa linda divindade algo que não é verdade, não faz parte de nossa forma de ver a religião
.
Sobre o bori então... eu fico impressionado com alguns procedimentos. Oferecer peixe e canjica para todas as cabeças é um atestado de incompetência comum aos supostos sacerdotes.
Se o Ori esta ligado ao odu, e existe 256 odus diferentes, a grosso modo, teríamos no mínimo 256 tipos de bori. Mas a verdade é que esse procedimento não segue nenhuma regra e sim, uma orientação de Ifa ocasional.

Dependendo da consulta feita ao jogo, pode sim ser orientado um bori àquela pessoa em um determinado momento. Os componentes do mesmo seguem uma orientação pessoal e específica diante daquela circunstância.

Cada pessoa em um determinado momento da vida necessita de um tipo de bori que supra as suas carências, é responsabilidade do sacerdote identificar as mesmas com precisão.
Podemos citar um exemplo: quando a pessoa precisa de um novo caminho na vida profissional, nesse tipo de bori, devem existir elementos ligados ao Orisa Ogun. Essa regra pode ser usada como forma de identificar as comidas, e outras substâncias a serem usadas no ritual.

ODU OGUNDA MEJI


Ori, eu te saúdo!
Aquele que é sábio,
Foi feito sábio pelo próprio Ori.
Aquele que é tolo,
Foi feito mais tolo que um pedaço de inhame,
Pelo próprio Ori!
Seria muito importante que todas as pessoas tivessem acesso a literaturas que indicam os procedimentos a serem seguidos em nossa religião. Infelizmente isso não é possível, sendo assim, vamos tentar contribuir com algumas informações, sem querer ser o dono da verdade, mas também não compactuando com essa total falta de informação existente.

Todo Ori, embora criado bom, acha-se sujeito a mudanças; a própria conduta do homem pode transformar negativamente os pré-requisitos de nossa existência por nós escolhidos diante de Ajala.
Segundo orisa no Ifá não existe.





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Em nosso país, precisamos de um grande movimento buscando formas de informar melhor sobre nossa religião.
No dia-a-dia é flagrante a falta de um material para a pesquisa dos interessados em aprender sobre o culto aos orisas.

Um erro comum é no que diz respeito ao chamado Juntó, a mistura de religiões no Brasil é responsável pela idéia errada que toda pessoa precisa ter um segundo Orisa, muitas vezes sendo passada a idéia de que o indivíduo necessita de um pai e uma mãe espiritual.

Só existe uma feitura. Para os outros orisas a pessoa é somente iniciada no culto, conforme orientação de Ifa.
O ponto que vou abordar agora vai criar uma grande polêmica, mas é preciso fazer isso.
Não existe no culto aos Orisas, em território yoruba, a mínima possibilidade de uma pessoa ser montada por dois Orisas, sendo que ela só é feita para um e iniciada para os demais, se assim for solicitado.

Tentarei explicar melhor. Na feitura o indivíduo exalta o que já possui, e na iniciação ele recebe o que é necessário para o seu melhor viver (o que lhe falta).

Exemplo: se uma pessoa é feita para Obatala e não é feliz em sua vida sentimental, pode ou não ser iniciada no culto de Osun como forma de equilibrar essa deficiência. Evidente que por orientação de Ifa.

A mistura de cultos de origem Banto (culto aos inkices), com o ritual de origem Yoruba (culto aos Orisas), gerou tal confusão que as pessoas acreditam que podem até receber (ser montado) por vários Orisas. Isso pode criar sérios problemas para o iniciado.

Tal fato deve ser orientado como prática no mínimo equivocada, para não dizer sem sentido, pois só um Orisa foi feito.

Sendo assim, a pessoa pode ser iniciada para qualquer orisa depois da feitura, ou até mesmo ser iniciado para outro Orisa antes do seu. Dependendo exclusivamente da orientação de Ifa.

 Eu sempre digo que o homem está ficando tão pretensioso que já criou regras para o comportamento das divindades, e quase sempre termina se esquecendo de perguntar aos mesmos, e coloca sua opinião como sendo a verdade.

Essa pretensão pode acontecer por várias razões: falta de conhecimento ou falta de caráter, mas sempre quem paga o preço é o iniciado.


domingo, 5 de dezembro de 2010


Egúngún e Ifá.



Autor:  Bàbàláwo Ifagbaiyin Agboola

Na cultura yoruba a morte é encarada com naturalidade, o povo deste território tem uma forma bem clara para definir esse momento, a morte não representa o fim, ela representa sim o começo de um novo ciclo.

 A morte não é o fim da vida, existe outro mundo paralelo ao nosso, conhecido como òrún (céu), que é dividido em nove partes.

Este local para o povo yoruba é a morada dos Òrìșàs e dos antepassados, sendo assim o contato entre o òrún (céu) e o aiye (terra) acontece de forma constante.

O fato de poder ir e vir é um privilégio, somente espíritos com um caráter exemplar serão escolhidos para serem cultuado como egúngún.

Continuar voltando a terra para ver seus descendentes é um prazer, participar da vida da comunidade ou da família possibilita ao individuo eternizar-se, entrar para historia e ser louvado por seus descendentes.

Tenho assistido algumas discussões sobre esse tema com surpresa, a desinformação sobre esse assunto é muito grande, existe uma aura de mistério confundida com mentiras e interesses que distancia muito os iniciados da verdade, imagina-se então o que acontece com o público leigo que ignora completamente a realidade.

Passarei agora a uma analise dos fatos sempre considerando a visão do povo yoruba de forma tradicional, não a visão afro brasileira.

Não existe egúngún do Òrìșà Ògún ou de Osun ou de Obàtálá, esse é um erro bastante comum, existe sim um espírito de um ancestral (egúngún) que um dia foi feito para um determinado Òrìșà, ou não.

Não existe comida de Òrìșà que se serve para um determinado egúngún, existe sim pratos tradicionais de um povo que podem ser servidos ou não de acordo com a preferência do antepassado.

É possível sim que um espírito feminino seja homenageado após a sua morte em um ritual de egúngún.

É permitido sim à permanência de mulheres nos rituais para egúngún, eu não acredito quais seriam os objetivos de tais rituais que não fossem os de manter a família e a estrutura de um povo sem que a presença da mulher deixe de ser fundamental.

Todas as casas que cultuam Òrìșà devem ter sim um assentamento de egúngún, todos tem antepassados que devem ser louvados.

Sim é possível o culto de egúngún e Òrìșà assim como de ìyá mi no mesmo local, um ritual se completa com o outro, até por que estamos prestando homenagens antepassados masculinos e femininos.

Espíritos evoluídos e de grande compreensão, espíritos desinformados não merecem tais rituais e sim outros.

Uma pessoa com cargo de Babalorisa sim pode ser um iniciado em Egúngún outros cultos como o de Iya mi e de Baba Oro, sem nenhum problema, como disse anteriormente os rituais se completam, todos temos antepassados femininos e masculinos.

Uma pessoa deve sim cultuar egúngún de sua família, assim como o egúngún da família de òrìsà a qual ela foi iniciada; cultuar um egúngún de alguém que não tem nada em comum com você é no mínimo desperdício para não dizer total desinformação.

Assentamento de egúngún sim pode ser feito em casa alugada, quando a pessoa vai mudar para outro lugar tem um ritual que deve ser feito com uma parte da terra do local e o assentamento jamais deve ser desfeito e sim transferido.

Toda pessoa um dia pode ser um egúngún cultuado sim, o que vai diferenciar quem merece ou não ser cultuado é a finalidade do assentamento, para ser mais claro se eu quero um amigo que vai me orientar, não assentarei um espírito de alguém que não tenho informações.

Existe sim um odu que autoriza a abertura de um buraco no chão para culto dos antepassados, não mencionaremos aqui por razões óbvias, mas todo ritual em nossa religião consta dos versos dos odus de Ifá.

Sim um egúngún assim como um òrìsà não necessita de um número exato de animais para ser assentado, acontece que o homem esta tão pretensioso que administra os rituais sem mesmo questionar a divindade e suas preferências.

Quanto à questão da roupa volto a dizer de forma bem clara, quem quiser acreditar em historia de faz de conta que assim o faça, somente quem conhece os rituais de preparação de uma roupa de egúngún sabe a importância da mesma na preservação dos membros ali envolvidos.

Quanto ao fato de usar egúngún para fazer maldade, eu sei que faz parte da historia humana lançar mão de tudo que é possível para atingir seus intentos, mas é bem verdade que se amamos um egúngún e o respeitamos jamais pediremos para interferir em nosso beneficio causando qualquer tipo de dificuldade ao outro, é claro que isso faz parte da formação da pessoa e não de uma religião específica, algumas pessoas não merecem ter o acesso a tais informações, mas isso é outra história.




quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

.Iya mi Osoronga, imule e Ifá.





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.

Muito se tem falado sobre Iya mi, mas pouco se tem divulgado dos detalhes do culto a esse òrìsà, na verdade pouco se pode divulgar e isso todos compreendem, quando alguém tenta falar um pouco mais imediatamente, vira alvo de criticas, quase sempre feitas por pessoas que nem são iniciadas.

Nas famílias que cultuam Iya mi, muitos homens são iniciados e participam ao contrário do que é divulgado no Brasil, a presença masculina é muito importante, e homens e mulheres participam de forma harmoniosa dos rituais.

O que se pode divulgar é que as pessoas pactuadas a partir do primeiro imule tem acesso a algumas informações que a maioria nem imagina, isso acontece tanto para homens como para mulheres.

Quando o imule é feito com Ìyá mi, a pessoa ao contrário do que se pensa desperta uma energia que ela já possui.

 Um ritual adequado e conduzido por pessoa habilitada trás benefícios para o individuo.

Jamais esse ritual pode ser chamado de iniciação, e muito menos de feitura; em uma iniciação o individuo recebe algo que esta faltando, e em uma feitura ele exalta o que já possui, mas em um imule ele assume um compromisso com sua origem seu passado e seu futuro, aflorando assim o desconhecido, mas existente principio.

Não mencionarei a ordem dos imules aqui por razões já conhecidas, mas em um deles o individuo enfatiza o seu compromisso com a terra e em outro um com a sua origem.
Posteriormente existirá um contato com forças através de uma representação que será alterada conforme a evolução do individuo diante dos pactos assumidos, seguindo rituais de compromisso até que em um desses é determinado o completo afastamento de algumas atividades.

Algumas pessoas falam em sete ou até em nove imules, eu não gostaria de abordar aqui a quantidade nem a ordem dos mesmos, em alguns casos os imules podem ser feitos uma vez por ano, seguindo a orientação de Ifá.

Algumas pessoas desconhecem, mas existem vários tipos de imules inclusive com os outros Òrìșàs, sempre buscando a proteção e o beneficio do pactuado.





Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda?

  Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda? Quando me pediram para escrever sobre a Umbanda e o Ifá, pensei muito antes de aceit...