quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Orunmila está observando

Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Hoje dei boas risadas com um amigo, durante a tarde em um bate papo informal e bastante divertido, falamos sobre o comportamento humano, a conversa foi ótima nos lembramos dos filmes do velho oeste que eram muito assistidos, na década de 60.

É interessante como o tempo passa e alguns personagens caem no ridículo, mas se eternizam no comportamento estereotipado no inconsciente ridículo incontido.

O famoso Billy the Kid, que está mortalmente ferido, mas cai atirando, é um desses personagens que provocam gargalhadas. Sabe é fácil identificar nos dias de hoje esse tipo de comportamento, quando assistimos no jornal das oito um bandido tentando desqualificar a testemunha de acusação ou até mesmo no jornal, o time que é derrotado, alega ser a culpa do juiz, que era mal intencionado.

É divertido ver que nos mais diversos seguimentos de nossa sociedade o estilo Billy the Kid continua sendo reproduzido.O habito de cair atirando para todos os lados, como ato de desespero, percebe se diariamente nas casas de orisa.
                                                                                                                                                                  Quando a vida de um iniciado não vai bem, na opinião do sacerdote, a culpa é do iniciado, é bastante comum se ouvir também, da parte dos iniciados, que todo o problema é culpa do sacerdote, ninguém assume seus erros, e culpar o outro passa a ser arma de defesa.
                                                                                                                                                                            Veja bem isso lembra os casamentos dissolvidos, onde sempre umas das partes acusam a outra como se a união fosse de um só individuo engraçado esse comportamento que desmerece o outro, e fortalece o então pretenso não culpado.

O sacerdote quase sempre é acusado de interpretar de forma errada a vontade da divindade, por outro lado, o iniciado é acusado de não acatar a vontade do orisa.

É muito fácil acusar quem não esta presente ou quem não pode se defender, difícil mesmo é se manter calado, quando presenciamos políticos corruptos, com a cueca cheia de dinheiro tentar colocar a culpa na policia, ou bandido, pego em franco delito se dizer tomado por um espirito que o levou a delinquir.
Resta agora depois de boas risadas, relembrar a época dos mocinhos do cinema, onde a verdade perpetuava, a honestidade ecoava.

Qualquer dia desses vai ser inventada uma maquina filmadora capaz de captar a imagem da insensatez e da perturbação mental, os delírios poderão ser reproduzidos em slow mosh e os então equilibrados, mostrados em raios-x, poderão  tentar cair atirando para todos os lados, que ninguém vai acreditar.

Por enquanto ninguém teve a coragem de culpar os orisás !





terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


Representante de Deus.





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

O assédio sexual praticado por alguns sacerdotes, se valendo da posição de religioso, não surpreende mais, em todas as religiões encontramos pessoas misturando religião com a vida privada, o número de processos contra a igreja católica, foi tão grande nos últimos anos, que obrigou o papa a fazer algumas declarações para imprensa, infelizmente ele não falou o que a população gostaria de ouvir, simplesmente comentou sobre o prejuízo que a igreja vinha tendo diante de tantas denuncias, disse ele, “a igreja não vai mais pagar indenizações”.

Esse tipo de situação nos terreiros de umbanda e candomblé é muito comum, isso permanece acontecendo por que na maioria das vezes a vitima com vergonha não divulga o acontecido, homens e animais se confundem e quase sempre o mais forte vence, o medo leva as pessoas a uma situação que termina inibindo a ação das autoridades.

Em alguns casos as autoridades policiais se divertem com as denuncias e em uma terra sem lei mulher vitima de estrupo, é vista com maus olhos, a ação das autoridades deixa muito a desejar, para que algumas pessoas tenham uma ideia, em um dos estados brasileiros que somente dois por cento dos homicídios são resolvidos e os culpados levados a julgamento, imagine então casos de estrupo ou assédio sexual?

A posição de alguns sacerdotes além de prejudicar a imagem da religião, traumatizam as vitimas com seus gestos, e suas atitudes, os olhares e as palavras muitas vezes não ditas ferem mais que a violência física, então quando o elemento usa de subterfúgio alegando esta sobre uma ação espiritual, para exteriorizar os seus desejos, o crime é ainda maior.

Somente as pessoas que são submetidas a esse tipo de situação na verdade pode dizer o quanto isso dói, muitas vezes a vitima leva as marcas da agressão para toda a vida.

Recentemente foi divulgado que somente em um estado brasileiro tem mais de quatrocentos sacerdotes das igrejas evangélicas na cadeia, isso da uma ideia do tipo de pessoa que se diz representante de Deus.







segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


ÌYA ODU O MAIS IMPORTANTE DE TODOS ORIXAS.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Ìyá mi Odùlógbòjé

Ìyá Odu, o mais importante assentamento no culto aos òrìsàs, representa o útero materno gerador dos odus que dão origem a tudo que existe no universo. Ela também representa a capacidade adquirida pelo Bàbàláwo de assentar qualquer òrìsà inclusive àqueles que ele não foi iniciado.

Se todo òrìsà nasce em um odu, e o Bàbàláwo tem o assentamento de ìyá odu ele pode invocar o odu de origem de qualquer òrìsà.

Para ser feito uma cerimonia de Itelodu existe a necessidade de ter o assentamento de Iya Odu que deve ser alimentada, no itefa ìyá odu é alimentada de outra forma e não é necessário o assentamento.
No território Yoruba é comum encontrar Bàbàláwos antigos que tem somente três assentamentos, Èsu, Òrúnmìlà e Ìyá Odu.

Umas das diferenças entre um Bàbàláwo e um Babalórisá, é que um Babalórisá, só pode assentar orixás que ele foi iniciado, um Bàbàláwo pode assentar qualquer òrìsà, para isso ele tem que ter conhecimento e o assentamento de Iya odu.

Em território Yoruba as famílias do culto a ifá consideram que um awo que não tenha sido apresentado para Ìyá odu durante o seu Itelodu, não é reconhecido como Bàbàláwo.

O assentamento de Ìyá Odu é aberto somente em situações muito especiais como nos itelodus e no odun Ifá.

Os homens que não foram submetidos ao Itelodu não podem ser apresentados para esse assentamento sobre o risco da responsabilidade de tal ato cair sobre o portador desse assentamento.

Em razão de existir um juramento feito pelos Bàbàláwos diante de Ìyá odu de jamais divulgar o conteúdo do assentamento não entraremos em mais detalhes, esse assentamento é o  maior segredo do culto aos òrìsàs.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Mercadores de ilusões e o Ifá

Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Eu sinto se minhas postagens incomodam, se a máfia de sacerdotes que ganham a vida vendendo apostilas, e amedrontando os desinformados sobre a nossa religião; não tenho culpa que a ignorância de muitos, enriqueça um bando de abutres que na sede de se satisfazerem, mal conseguem esperar a vitima dar um suspiro de angustia, em suas dúvidas, para fazerem o seu comercial e partir para o abate.

Não tenho culpa de ser como sou, uma pessoa que não vai ao estádio de futebol, que não vai ao carnaval, que dedica todo o seu tempo livre para a cultura de orisa, é estudando e me dedicando durante algumas décadas, que consegui entender melhor o verdadeiro sentido de nossa religião, não me cobrem os acentos, nas palavras em yoruba, por mim escritas, não tive tempo para me preocupar com a gramatica, o meu tempo dediquei para aprender a língua, para poder rezar, para os meus orisas, não cobrem que eu me cale diante da ignorância providencial de muitos, não digam a onde devo colocar os acentos, eu sou um ser humano e posso reagir como tal diante de gestos por mim não identificado como amistosos.

Não me falem da falta de conhecimento de poucos, me falem da sede de aprender de muitos, pois é para essas pessoas que escrevo.

Não vou me calar diante de eruditos de araque, que ainda não descobriram a sua verdadeira religião, e que praticam em suas casas, uma mistura digna de um hospício, não tive tempo para aprender a onde colocar os acentos, mas sei falar a língua e o mais importante sei a onde é o meu lugar, certamente não é ao lado de mercadores safados que usurpam da fé e da esperança de muitos com a intenção de se mostrarem sábios, e que facilmente se identificam com as páreas que se comportam como eles, mercadores de ilusões.








terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Egbe Orun

 Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Episódios de aborto e morte prematura de crianças, jovens e adultos podem ser compreendidos como resultantes da ação de um espirito pertencente à Egbé Àbíkú (Sociedade Abiku). A palavra àbíkú é constituída de a, bí, (ó) ku, que ignifica tanto nascido para morrer quanto o parimos e ele morreu: designa crianças e jovens que morrem antes de atingir a idade adulta e adultos que morrem antes dos pais. Assim, há duas qualidades de abiku: os àbíkú-omódé, que morrem ainda crianças, e os àbíkú-àgbà, que morrem jovens ou adultos.

Tais indivíduos estabelecem com a Sociedade Abiku o ójó orí, pacto de retornarem ao orun ao ser atingida determinada idade.

Quando uma mulher sofre sucessivas perdas de filhos recém-nascidos, ainda pequenos, jovens ou mesmo adultos, considera-se que esteja sob a ação de um abiku, espírito que nasce múltiplas vezes através de um mesmo corpo feminino por determinação do destino dessa mulher, por obra de magia ou por circunstâncias de acaso, como a aquisição inadvertida de um abiku por uma grávida que não tenha tomado os devidos cuidados contra isso.

Quando uma mulher perde filhos assim, suspeita-se que se trate da ação de àbíkú-omodé; e os episódios de perda de filhos serão interrompidos somente se tomadas as necessárias providências para romper o vínculo desses seres espirituais com a comunidade à qual pertencem no orun.

 Quanto aos àbíkú-àgbà, o pacto por eles estabelecido com a sociedade determina que o retorno ao orun ocorra em algum momento muito significativo e importante da vida, que pode ser crítico ou de sucesso, como em uma data próxima à formatura, ao casamento, ao nascimento de um filho desejado ou a uma conquista social notável.

Egbé Aráagbó é a comunidade espiritual à qual pertencem os abikus: é constituída pela Egbé Aiyé (Sociedade de amigos do mundo visível, Amigos do mundo visível) e pela Egbé Òrun (Sociedade de amigos do mundo invisível ou Amigos Espirituais) Estando esses dois mundos entrelaçados e intimamente relacionados um ao outro, ambos exercem mútua influência entre si: pode-se presumir que, para que uma pessoa possa viver feliz no aiye, é preciso que esteja em harmonia com seus amigos espirituais no orun.

A solução básica do problema de quem é abiku implica em libertá-lo da sociedade à qual pertence. De fato, implica em tornar cada abiku indesejável ao seu grupo de pertença original no mundo espiritual, de modo que não queiram mais conservá-lo naquela sociedade. Sendo os abikus poderosos, é preciso muito conhecimento por parte dos sacerdotes que se propõem a lidar com eles. Alguns recursos para evitar a morte de um filho abiku e para retirar seu espírito da sociedade à qual pertence podem ser utilizados. Através de rituais é estabelecido um jogo de forças entre Egbé Aragbô e Egbé Abiku: forças de retenção do ser no aiye e forças de resgate deste mesmo ser no orun. Cultos e oferendas são realizados tanto para uns quanto para outros: para esta desistir de retomar seus membros e para aquela protegê-los de serem reconduzidos à companhia de seus pares no orun. Egbé Aragbô atua com Exu pela necessidade de manter o equilíbrio entre o aiye e o orun; age com o auxilio também de Oxum, pela influência dela sobre a fertilidade.

Egbé significa Sociedade: designa a Sociedade dos Espíritos Amigos e se refere, simultaneamente, a um orixá e a uma irmandade ou corporação de seres espirituais: trata-se de Èré igbó ou Aráagbó, que significa Habitante da floresta ou Habitante do além. Este orixá protege contra a morte prematura, acalma o sofrimento material e espiritual e orienta o ori do abiku e de seus devotos a seguir o caminho certo. Atrai progresso econômico e desenvolvimento espiritual, harmonizando esses dois aspectos da existência.

Proporciona também os sentimentos de paz, tranquilidade, serenidade e confiança, trazendo a fertilidade em todos os aspectos da vida. Atrai condições para conquistas, domina recursos para promover cura e bem-estar, interfere no destino humano e remove obstáculos da vida: transforma lágrimas em sorrisos.

 Egbé Aráagbó é venerado para que se possa receber sua proteção contra seres visíveis e invisíveis. As pessoas costumam referir-se a ele dizendo Egbé mi, minha Sociedade, meus Companheiros.

 Há uma relação importante entre Ibeji e Egbé, pois Ibeji liga-se à natureza, de modo geral, e à floresta, morada de Egbé, de modo particular. Para cultuar um é preciso cultuar o outro.

 Síkírù Sàlámì








quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A Educação no Ase e no Ifá


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Outro dia em uma conversa com  um amigo que tenho grande consideração fui surpreendido por uma frase que ele me disse ( você Ifágbaiyin é um sacerdote privilegiado, você tem uma ótima formação, a maioria dos sacerdotes não tem a sorte que você teve,  você recebeu uma bela educação de ase) seguimos conversando e me lembrei imediatamente da mãe Stela de Osossi do Opon Afonja, que escreveu um belo livro sobre isso que tem como titulo,"Meu tempo é agora", na mesma hora pensei em escrever no blog em uma tentativa de contribuir para a formação de  nosso povo, embora pense que na verdade isso faça parte da educação que recebemos na infância.

1-Sempre que estamos na presença de um mais velho escutamos mais que falamos.
2-Sempre que vamos nos alimentar com um mais velho, ele é servido primeiro.
3-Quando vamos entrar em algum lugar o mais antigo entra primeiro.
4-Jamais um mais jovem senta enquanto seu mais velho está de pé.
6-Quando chegamos a uma  casa de orisa saudamos os Orisas primeiro e não as pessoas.
7-A mulher se posiciona a esquerda do homem nos rituais.
8-O mais velho se posiciona a esquerda do mais novo.
9-O ileke identifica o iniciado, o fio mais longo identifica o principal Orisa na feitura do awo ou olorisa.
10-Homens sempre devem cobrir suas cabeças com fila e mulheres jamais devem deixar o cabelo para fora do pano de cabeça.
11-Sempre quem saúda é quem entra no ambiente.
12-Quando vamos a uma casa de Orisa levamos coisas de ase como presente.
Exemplo: obi, orogbo, flores, mel, dendê etc...
13-Jamais devemos dançar ou orar para os Orisas sem tirar os sapatos.
14-Se não queremos fazer ebó ou etutu não devemos consultar.
15-Se não vamos cumprir as indicações dos Orisas é preferível não consultar.
16-Um olorisa sabe sua posição na hierarquia por cargo ou por data de iniciação, um awo sabe sua posição na hierarquia ou pelo cargo ou por a ordem do odu de iniciação.

Espero poder em outra oportunidade me aprofundar nas questões relativas a educação de ase, essa nossa introdução fala de coisas simples que todas pessoas deveriam aprender na infância mas não é difícil entender a falta de educação de nosso povo, observem com cuidado a remuneração de um professor e se possível comparem a remuneração de um jogador de futebol, vai ficar fácil entender.





sábado, 25 de agosto de 2012

Religião tem regras descritas por Orunmila.




Autor:Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Com o passar do tempo muito se tem escrito sobre a verdadeira função do sacerdote dentro da religião afro-brasileira, mas a impressão que eu tenho é que quase nada foi esclarecido, um Babalawo ou um Babalorisa é confundido com um proprietário da pessoa iniciada, as confusões acontecem ou por parte de quem é iniciado ou por quem inicia. É muito comum ouvir em minhas palestras perguntas sobre a relação de pais e filhos ou irmãos na casa de Orisa.

Algumas pessoas acreditam que se forem iniciadas pelo mesmo sacerdote que iniciou o seu cônjuge a situação caracteriza um incesto, isso nos leva a seguinte pergunta somos católicos ou pertencemos a Religião Yoruba (Èsìn Yorùbá) qual é a nossa verdadeira religião?

Uma grande quantidade de pessoas iniciadas em Orisa ainda seguem preceitos católicos ou orientações espiritas por desconhecer os versos de Ifá, não sabem que dentro desses versos existem as normas de comportamento que orientam os iniciados e o seu comportamento diante de Olodumare.

Eu escuto todo tipo de pergunta, é melhor assim, pior seria se as pessoas não perguntassem, continuassem com suas dúvidas, acredito que devemos dividir informações.

Existe algumas coisas que devem ser esclarecidas, uma pergunta frequente é relativa a preceito, sexo e pecado, no Odu Oworin Ofun, fala que o sacerdote não deve fazer sexo com sua esposa naquele dia, ele está comprometido com os rituais, todos as orientações de comportamento podem ser encontradas nos versos de Ifá, no Odu Osa Otura, fala que devemos sempre falar a verdade, no Odu Ogundakete, diz que não devemos roubar.

Um texto de Ifá muito conhecido do Odu Osetura, fala da importância das mulheres, do respeito que os homens devem manter por suas esposas, filhas e por suas mães, outro texto do Odu Ofun Meji, diz que o iniciado em ifá deve ver Iya Odu e se tornar um Babalawo, já no Odu Ogbe Meji, fica claro que a principal esposa de Orunmila só pode ser cultuada por quem passou por um ritual chamado Ipanadu (cerimonia que o awo se torna um Babalawo, momento que apaga se a luz para ver Odu).

No Odu Ogbe Yonu,fala sobre a relação financeira homem e a família da esposa diz que até o casamento todas as despesas da mulher devem ser mantidas pela família, mas depois do casamento o marido não deve deixar que a mulher passe necessidades, a manutenção da casa é responsabilidade daquele que assumiu a relação diante da família.

Ainda no Odu Ogbe Yonu, vamos encontrar dados referentes ao casamento de um Babalawo, nesse Odu diz que não deve haver a separação e nem o adultério, que as pessoas deveriam antes de assumir uma relação pensar bastante, fala ainda que aquele que escolheu viver com uma única mulher deve respeita-la e protege-la, ainda nesse Odu vamos encontrar uma advertência contra o uso de magia maléfica contra o cônjuge, nesse caso Ifá vai se lançar em sua defesa e não sabemos o que pode acontecer; nesse Odu diz que o Babalawo deve ter uma postura digna e não deve se envolver com outras mulheres, a punição para o sacerdote que não cumprir essa orientação diz Ifá: (que ele nuca vai atingir o sucesso em seu trabalho).

Obs: Com respeito ao numero de esposas o Babalawo deve seguir a orientação do seu odu e buscar uma forma de respeitar a cultura local, podemos tomar como exemplo o odu Oyeku Meji a onde ifá diz:

Que aquele nascido sobre esse signo só pode ter uma esposa, é evidente que também podemos considerar a leis de cada país, no Brasil é crime manter se casado com mais de uma pessoa.

O Odu Ogbeyonu, fala da punição do Babalawo, que desejar a mulher de outro awo, diz Ifá (aquele Babalawo ou iniciado em Ifá que deitar com a mulher de outro awo, não deve ver outro amanhecer).

No Odu Ogbe Meji, a necessidade do comportamento digno é enfatizada, de tal forma que a punição seria o infortúnio, a falta de sucesso e o total esquecimento, o abandono do sacerdote, suas orações não devem ser ouvidas, essa é uma das punições mais temidas, a relação homem Orisa deixa de existir.

No Odu Obara Egutan Encontramos em detalhes, a relação de um Babalawo, com a sua Apetebi, nesse verso de ifá diz (a escolha da esposa de um Babalawo é apontada por Ifá quando ela nasce), existe vários Odus que indicam essa relação, assim como também existe uma identificação bem clara nos versos de Ifá sobre quem deve se tornar um Iniciado e quem deve se tornar um Babalawo, ver Odu: Ogbe Meji, Oturupon Meji, Irete Meji, Iwori Meji etc.

No Odu Oworin Sindin, aparecem algumas indicações sobre a necessidade do homem cumprir o seu destino, assim como no Odu ogbe Ogunda, fala do cuidado com o Ori e a relação do homem com o destino por ele escolhido, tendo como testemunho Orunmila, isso nos remeti a uma reflexão encontrada no Odu Ogbe Meji (nem um homem deve se comprometer com um Orisa antes de conhecer o seu destino) essa afirmação indica claramente que o homem deve conhecer a indicação de Ifá para ter uma orientação sobre a sua vida religiosa, não é o homem que escolhe o Orisa é Ifá quem indica os Orisa que devem ser cultuados.

No Odu Obara Kosun, fala da punição violenta caso o iniciado não respeite o seu sacerdote e vice versa, o respeito deve ser mantido a qualquer custo assim como a segurança da egbe (família) o sacerdote deve usar todos os recursos que possui para proteger a sua família, dele será cobrado à omissão.

Ainda no Odu Obara Kosun, Ifá alerta sobre o uso do Opele, quem pode usar e sobre a remuneração, aquele que não usar o Opele com dignidade jamais vai ver o sucesso, nesse verso ifá deixa claro que um sacerdote não pode mentir e usar um instrumento de consulta em seu beneficio, jamais será aceito qualquer tipo de mentira usando o nome de Ifá.

O Odu Ogbe Alara, fala de Iwa (caráter) a indicação é clara nesse odu, a necessidade de manter uma postura reta, faz parte do dia a dia do iniciado, temos a obrigação diante dos Orisas, de manter um comportamento que honre toda nossa família e nossos antepassados, independente de nossa idade, a juventude não é desculpa para o erro a pouca idade, é característica que indica a inocência e não a má conduta, fica bem clara no verso do Odu Ofun Ose, que diz (é preferível um sacerdote jovem e honesto que um velho sem caráter).

Nos versos de Ifá vamos encontrar inúmeras recomendações de comportamento, inclusive referente à higiene, no Odu Ose Odi, consta uma relação bem clara sobre a necessidade de se manter limpo e com o corpo asseado, ainda nesse Odu diz Ifá (o homem tem responsabilidade com seus filhos até que possam se manter, encontrar uma ocupação e ter sua renda, é responsabilidade dos pais manter os filhos menores).

O Odu Obara Kosun, em seus textos indica que a pessoa que foi iniciada no culto aos Orisas ou no culto a Ifá deve fazer oferendas às divindades e manter os seus assentamentos em ordem, limpos o Ose (limpeza semanal) é responsabilidade do iniciado e não do sacerdote.

Ainda falando do comportamento de um Babalawo, diz Ifá no verso do Odu Ofun Gbadara, as coisas de Ifá não devem ser comercializadas por um Babalawo, (um Babalawo não deve ser um comerciante), nesse mesmo Odu diz (aquele que lhe prestou um favor, lhe deu uma ajuda deve ser recompensado) todo trabalho espiritual tem que ser remunerado, se não for assim como o sacerdote vai poder manter os seus assentamentos e continuar atendendo as necessidades dos que o procuram.

O Odu Ofun Nagbe, fala da prosperidade do Sacerdote fala que aquele que trabalha corretamente terá uma vida tranquila, assim como aquele que possui Ikin nunca lhe faltara o alimento (Odu Idin Ka).

Um verso do Odu Ogunda Ogbe, orienta sobre o dia do Ose semanal, um dia da semana devem ser reservados para cuidar dos orisas, nesse dia os assentamentos dos Orisas devem ser limpos, já no Odu Okanran Obara a orientação é sobre o assentamento de Egungun, diz Ifá (aquele para quem aparece esse Odu deve manter viva a imagem de seus antepassados, essa pessoa deve ser iniciada no culto a Egungun e deve honrar todos de sua família, com um assentamento que deve ser mantido sempre limpo e bem cuidado, é obrigação dessa pessoa escolher um sucessor que ira manter esse assentamento para que esse culto não deixe de existir.

No Odu Iwori Meji, fala sobre fazer magias para quem não tem como se defender, sobre o uso do conhecimento de um sacerdote contra quem não merece tal atitude, diz Ifá (aquele que ataca um inocente a maldade e a destruição voltariam para prejudica-lo).

No Odu Osa Meji, está bem claro que não devemos julgar o nosso semelhante, só Ifá pode saber o futuro de cada pessoa diz Ifá: (um Ori coroado não pode ser reconhecido por um ser humano, só Ifá identifica o Ori que será beneficiado), não devemos menosprezar ninguém.

O Odu Oturupon Ofun, fala sobre o suicídio, não é permitido a ninguém essa pratica só Ifá sabe e pode mudar o dia da morte, ainda nesse Odu diz Ifá: à longevidade não é encantamento, devemos nos afastar de tudo que possa diminuir o tempo de nossa vida, devemos fazer tudo para alcançar a longevidade.

No Odu Ogbeyonu, Ifá é bem claro não devemos ser arrogantes dentro da relação afetiva, devemos buscar o companheirismo como forma de melhorar os relacionamentos.

Em Ika Ogunda, ifá fala sobre a necessidade de orar para obter sorte e prosperidade, o homem deve manter suas orações, como forma de disciplina e humildade, nesse Odu assim como no Odu Ogbe Ogunda, diz: o horário de fazer as orações preferencialmente pela manhã logo que acordamos.

O Odu Osetura, diz não devemos nos exibir, devemos manter uma vida regrada e sem exageros, um homem não deve discriminar uma mulher e uma mulher não discriminar um homem, um velho jamais deve ser discriminado por jovem da mesma forma que um jovem não deve ser discriminado por um mais velho, o respeito deve existir indiferente da idade ou sexo.
No Odu Otura Irete, Ifá diz: (a bondade deve ser cultivada como forma de gratidão) a bondade deve ser praticada, não devemos ser ingratos, só Ifá sabe se não vamos necessitar em um futuro da ajuda de quem nos beneficiou no passado, não devemos desfazer de quem um dia nos ajudou.

O Odu Otura Ofun, deixa bem claro a necessidade de manter os ebós indicados por Ifá, se uma pessoa consulta, toma conhecimento do problema e não fazer os ebós indicados a responsabilidade deixa de ser do sacerdote.

No Odu Òtúrúpon`Otúa, fala sobre a necessidade do sacerdote estudar e ter conhecimento para honrar seus antepassados com sua capacidade, diz Ifá: é responsabilidade do iniciado, assim como do sacerdote o aprendizado, a capacitação daquele que abre as portas para o atendimento é uma responsabilidade assumida diante de Ifá, todo ato praticado dentro da casa de Orisa tem que seguir a orientação dos versos de Ifá; no Odu Iwori Otura, fala sobre a disciplina dos estudos e a educação do iniciado em Ifá deixando bem claro que devemos nos dedicar para obter uma educação adequada. O Odu Irete Ofun, fala do estado de perfeição e o alinhamento com Olodumare se não somos perfeitos devemos buscar a melhor forma de se assemelhar com a perfeição.

O Odu Iwori Ofun, fala do respeito que temos que manter por todas as pessoas, se queremos ser respeitados, devemos respeitar todas as pessoas sempre, a vida é um benefício recebido das mãos de Olodumare cabe a nós tornar digno o viver.



Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda?

  Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda? Quando me pediram para escrever sobre a Umbanda e o Ifá, pensei muito antes de aceit...