quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Na terra do carnaval.





Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola


Constantemente sou procurado por pessoas que alegam ter sido iludidas por supostos sacerdotes que lhes tomaram vultuosas quantias em dinheiro sem nada ter feito para solucionar seus problemas, gerando um prejuízo financeiro e um descrédito para a nossa religião.

Em alguns minutos de conversas percebo que a grande maioria parece que fala de uma só pessoa, um sacerdote que se incorpora com o caboclo, o preto velho, a cigana, a pomba gira, o orisá da cabeça , o segundo orisá, e o terceiro orisá que é de herança dê um parente distante, normalmente eles recebem um ere que é muito engraçadinho, e que adora pedir presentes.

Essas pessoas comumente jogam búzios, cartas, tarô, runas, são videntes, ouvintes e fazem grandes milagres, que quase sempre são relatados por pessoas da família com o intuito de fortalecer a imagem do todo poderoso.

Diante da descrição do suposto sacerdote fico imaginando a figura e muitas vezes me negando a acreditar, por paciência assisto o relato quase sempre é de alguém muito simpático com um belo sorriso, envolvente, que diz saber tudo do mundo espiritual.

Quase sempre ele tem uma aparência única de alguém que é descrito entre extravagante e o exagerado, aquela pessoa que até para ir ao mercado, veste roupas tradicionais, que só alguém com muito conhecimento poderia usar, tais vestes.

Em poucos minutos eu não sei se sinto pena ou se me envergonho, de fazer parte de um seguimento confundido pelo tal consulente com o que eu pratico.

Assusto-me, com a inocência e me surpreendo com a falta de informação, quase todas as vitimas descrevem algo que beira um surto psicótico ou se confunde com um espetáculo carnavalesco, que é sustentado como uma peça de teatro, para um publico que paga altos valores ou que serve como mão de obra escreva, para servir o interlocutor do além.

Os hábitos do tal sacerdote em quase todas situações são descritos como semelhantes primeiro ele se torna muito amigo, mas tem um pequeno problema de credito na praça, e solicita ao consulente que faça algumas compras como forma de retribuir os favores por ele intermediado com o mundo espiritual.

Posteriormente, o então já amigo intimo pede para que ele assine uma fiança ou que ele avalize um pequeno empréstimo no banco, se isso não acontece ele intimo que é, costuma pedir o carro emprestado, somente por alguns dias.

Depois da decepção e do afastamento da casa, o antigo crédulo descobre algumas ocorrências policiais que envolveram o titular da casa que ele frequentava, tardiamente a verdade que se mostrava clara agora bate no rosto, de mais uma vitima.

Surpreende me o numero de pessoas com relatos muito semelhantes, a pergunta é a seguinte, porque o povo acredita nesse tipo de gente?

Mentirosos, ladrões, bandidos, enganadores, mas com uma boa conversa e um sorriso fácil, quase sempre tem a casa cheia de pessoas que são constantemente humilhadas, usadas, enganadas, iludidas.

Porque esse tipo de gente tem a casa cheia?

Como eles conseguem enganar tantas pessoas por tanto tempo?
Será que não é uma questão cultural?

Hoje mesmo assisti no you tube uma festa de pomba gira, com uma escola de samba tocando para exu dançar, será que não é isso que o povo quer ver?

O que esta acontecendo com o nosso país, será que as pessoas são tão ingênuas assim, ou tudo isso acontece porque vivemos no país do carnaval?

Outro dia vi uma entrevista de uma das mais famosas iyalorisas de toda história religiosa do Brasil, que quando perguntada pelo reporte se gostava de carnaval ela respondeu, “carnaval e orisá tem uma ligação que vem da África.”

Diante de tal afirmativa, dantesca, fica a questão em aberto, porque essas pessoas conseguem reunir tantos seguidores se o que elas tem a oferecer é mentira disfarçada com ignorância envoltas em richelieu e seda.

Será que vamos pagar um preço caro por viver na terra do carnaval, a confusão do folclore com a religião, é resultado da falta de informação?



sábado, 24 de agosto de 2013



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Oi criançada eu sou o Awo zinho.

Quero convidar vocês para conhecer o Ile Ifá Ogbe Obara, aqui o atendimento de crianças é gratuito, venha com seu papai ou com a sua mamãe, venha Ifá é para todos.

Os mandamentos de ifá para o Awo zinho

1-Obedecer seu papai e sua mamãe.
2-Obedecer o seu oluwo
3-Obedecer os mais velhos no ifá
4-Não faltar na escola.


O Ifá veio para o Brasil, para ficar, vamos construir o futuro do Ifá em nosso país, Ifá é para todos!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Ifá, Òrúnmìlà.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Nos últimos anos a religião tradicional yoruba assim como o culto a ifá se tornaram muito popular entre os brasileiros embora ainda falte muita informação a ser divulgada.

O publico em geral não sabe diferenciar Ifá de Òrúnmìlà e muito menos Agboniregun de Ela.
 É obrigação dos Bàbàláwos divulgar informações sobre a nossa religião essa é a razão da criação desse texto direcionado para simpatizantes e não iniciados.

Òrúnmìlà é um dos mais importantes òrìsà do panteão yoruba, considerasse que é o único òrìsà que conhece o destino dos homens.

Ifá é um Oráculo dos mais antigos, considerado pela ONU como um dos mais precisos oráculos da história.

Ela é a emanação da sabedoria de Òrúnmìlà (a intuição do Bàbàláwo) que o direciona no caminho indicado pelo oraculo de ifá.

 Agboniregun foi o maior de todos os sacerdotes de Ifá, uma reencarnação de Òrúnmìlà.


Bàbàláwo é o sacerdote que é treinado por anos para interpretar o oráculo de ifá que expressa à sabedoria de Òrúnmìlà.

Bàbàláwo Ifagbaiyin Agboola

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pública, vida e o Ifá. 




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Ter uma vida publica é ter a paciência de ver várias pessoas que não sabem nada sobre você, falando o que não se espera especulando do que elas não conhecem e fantasiando o que você não imagina.

Ter uma vida publica é uma mistura de falta de privacidade com um exercício de aceitação de não ter um espaço intimo respeitado.

Vida publica, é chegar à noite e conseguir dormir, mesmo depois de assistir pessoas sem nenhum antecedente qualificativo, tentarem desqualificar, o que você construiu com dedicação, é assistir pessoas que você nunca viu se acharem no direito de te analisar.

Ser uma figura publica é ver as pessoas desconfiarem de seus esforços, criticarem os seus feitos, é ver o seu trabalho, divulgado sem o seu nome, é esperar um reconhecimento que muitas vezes não vêem.

Finalmente ser uma pessoa com vida publica, é a capacidade de enfrentar as criticas, é se alimentar dos elogios sinceros, é não esperar, o resultado imaginado, é aceitar a contribuição involuntária daquele que te atinge, mas que também te estimula.

Ter vida publica, é tentar transparecer o tudo para todos, é manter um espaço onde o todo só transparece verdadeiramente na sua privacidade, é sonhar com o anonimato, bebendo dos mínimos prazeres da popularidade.

Ter uma vida publica é viver é ouvir as críticas é tentar melhorar, não porque a opinião de alguns possa tirar você de suas convicções, é sim quando você acredita no que faz, é aceitar que a responsabilidade é permanente, é saber que toda contribuição é valida.
Ter uma vida publica, é sentir o olhar dos desafetos ansiosos esperando por um deslize, ter uma vida publica, é seguir uma estrada onde as convivências com a cobrança e admiração misturadas com os ciúmes e a inveja delimitam o espaço por onde você transita.

Ter a vida publica, não é publicar a sua vida, é manter publico, o que interessa para o publico, é manter o privado, isolado.


Vida pública é na grande parte do tempo ter a capacidade de ser, outro, sendo você mesmo. 

domingo, 18 de agosto de 2013

O sacerdócio


Autor: Babalawo Ifagbaiyn Agboola

Sacerdócio não é ter um comportamento que concorda com tudo para ser simpático, ser um sacerdote não é ter olhos azuis para preencher um padrão de beleza é ter um olhar que educa, adverte, é ter um olhar sem compromisso de agradar.

Ser um sacerdote, não é ser bonzinho, não é ser aquela pessoa de um sorriso fácil, ser um sacerdote é compactuar com o acerto, é o manifestar distancia do não aceitável, é a condição de ter autoridade para opinar.

Ser um sacerdote é ter a coragem de dizer à palavra que não quer ser ouvida, é ter a personalidade fundamentada na fé, é ter a humildade para voltar a trás, é ter a força para seguir em frente.

Ser um sacerdote é divergir dos equivocados, é aplaudir os que encontraram o caminho, é se sentir muito bem acompanhado mesmo estando sozinho.

Um sacerdote é fiel a tudo que ele acredita, não busca aplausos e nem recompensa financeira, ser um sacerdote é se tornar exemplo mesmo sem saber que seus gestos são imitados, ser um sacerdote é ter um comportamento comum, é ser um reflexo da sua fé.

Ser um sacerdote é ser um exemplo diferente de tudo que é exposto, ser um sacerdote é ter a coragem e não ceder a um impulso, é seguir normas, é atender o lamento não proferido, é entender o gesto contido, é se antecipar ao anseio do sofrido.

Ser um sacerdote é acreditar que vai dar certo, pelo simples prazer da fé, ser um sacerdote é representar uma religião, mesmo nos momentos que você não é um religioso, ser um sacerdote é querer a verdade, é ter princípios, é acreditar no que você não vê, com a certeza que existe, é ver o diferente com os olhos iguais, é acreditar que o seu existir é a sua fé.

Ser um sacerdote é viver a vida sem ambição, monetária, é a convicção da razão do seu existir.
Um sacerdote é aquele que aceita o seu destino, sem questionar as forças que o mantém vivo, é ser um instrumento, é produzir um som em harmonia com o universo, é ter a natureza como inspiração é ter o amor como combustível é ver em um irmão uma extensão do criador.


Ser um sacerdote não é escolher o caminho, é aceitar ser escolhido, ser um sacerdote, é abrir mão do bem estar, é estar bem sem estar, é estar disposto a ajudar.

Homenagem a  Leonardo Boff

domingo, 11 de agosto de 2013

OGBE OBARA O FILHO DE ÀGBONIREGUN






Autor: Solagbade Popoola

Bààrà-baara làá g’étì
Şónşó oríi rę  loògùn    
Şónşó oríi rę  làwúre
Díá fún Òrúnmìlà
Baba yóó kúnlę  şorò jęun tuntun lọdún
Ò wá ndánu sùnráhùn Ire gbogbo
Wọn ní kó rúbo
Ò rúbo
Kòì pę , kòì jìnnà
Ę wá bá ni ní ję bútú Ire gbogbo

Traducción:


Abundantemente, depositamos ĘTÌ
Sólo la punta de su cabeza es medicina
Sólo la punta de su cabeza es necesitada para medicina para el éxito financiero
Ellos fueron los que lanzaron Ifá para Òrúnmìlà
Cuando se estaba preparando para la nueva cosecha del festival
Y estaba queriendo todos los IRE en la vida
Se le aconsejó ofrecer sacrificio
Él cumplió
Antes de mucho tiempo, no demasiado
Ven y únete a nosotros en medio de abundante IRE

Ifá dice que la persona para quien este Odù es revelado esta en el presente entreteniéndose con algunos temores acerca del buen funcionamiento de sus finanzas. El o ella no tiene motivo de temor.  Todo se volvería positivo para el o ella.

Ifá dice, que Ifá le asegurará el éxito del cliente para quien este Odù es revelado. Ifá dice que si es durante el ÌKỌSÈDÁYÉ de un bebé recién nacido, el nombre del niño o del bebé es IFÁTÓÓYANGÀN. A cualquiera que le sea revelado este Odù para tener que someterse a pasar por la ceremonia ÌTĘ̀LÓDÙ.

Bààrà-baara làá g’ę tìŞónşó oríi rę loògùn
şónşó oríi rę legbòogiDíá fún ‘FátóóyangànTíí şọmọ bíbí inú Àgbonìrègún


Traducción:

Abundantemente, depositamos ĘTÌ
Sólo la punta de su cabeza es medicina
Sólo la punta de su cabeza es hierba
Ellos fueron los que lanzaron Ifá para Ifátóóyangàn
El niño de Àgbonìrègún

Ifátóóyangàn (Ifá es merecedor de estar orgulloso de serlo) era el niño de Àgbonìrègún. Tenía todo en la vida a través de Ifá. Tenía dinero, propiedades de tierras, granjas, casas, niños, felicidad y todas las cosas buenas de la vida a través de Ifá. El siempre estaba sintiéndose orgulloso de sus logros. Aquéllos que fueron enviados de su éxitos y logros se les dijo, sin  embargo, que fueran y estudiaran Ifá si querían las mismas cosas.

Bààrà-baara làá g’ętì
Şónşó oríi rę loògùn     
Sónşó oríi rè legbòogi
Díá fún Ifátóóyangàn
Tíí şọmọ bíbí inú Àgbọnìrègún
Ifá tóó yangàn fọ mọ Awo
Ęni tó pé Ifá ò tóó yangàn
Kó lọ rèé kọ ’fá
Ifá tóó yangàn fọmọ Awo

Traducción:

Abundantemente, depositamos ĘTÌ
Sólo la punta de su cabeza es medicina
Sólo la punta de su cabeza es hierba
Ellos lanzaron Ifá para Ifátóóyangàn
El niño de Àgbonìrègún
Ifá es merecedor de estar orgulloso del Awo
Cualquiera que diga que Ifá no es merecedor de estar orgulloso
Déjelo ir y estudiar Ifá
Ifá es merecedor de estar orgulloso del Awo

Ifá dice que el cliente tendrá razón para estar orgulloso de los logros que ha tenido a través de Ifá. Cualquiera que es enviado de los logros del cliente también deberá ser aconsejado a remolcar el sendero de Ifá. El cliente deberá, sin embargo,  esforzarse por someterse a la ceremonia ÌTÈLÓDÙ tan pronto como sea posible


*Aqui fica bem claro quem nasce nesse Odu é um Babalawo


Solagbade Popoola ( porta voz do conselho mundial de Ifá).

Babalawo Ifagbaiyin Agboola.

sábado, 10 de agosto de 2013


Orunmila, Ajagunmale.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Qualquer uma pessoa que acesse a internet vai entender facilmente os acontecimentos envolvendo alguns membros que se dizem iniciados no ifá cubano, agredindo violentamente o babalawo tradicional yoruba,Ifágbaíyin Agboola.

A razão é bem clara, homofobia, os membros desse grupo reagiram com violência ao texto divulgado pelo babalawo Ifágbaíyin em seu blog, www.babalawoifagbaiyin.com, a onde ele admite que inicia homossexual, e mulheres como membro do ifa tradicional.

As agressões começaram a mais de um mês e atingiram proporções inaceitáveis quando na comunidade culto de ifa no Brasil, um dos integrantes postou a foto de uma moça iniciada como iyanifa, pelo babalawo tradicional, na Nigéria os membros do ifá, (babalawos) costumam iniciar mulheres como iyanifas, isso fez com que um grupo que se autodenomina membros do ifá cubano, integrantes da comunidade, no facebook, chegasse ao extremo na tarde de ontem, postando um vídeo, do casamento do babalawo, na tentativa de agredir os rituais tradicionais yorubanos.

A situação chegou a um ponto que ficou caracterizado um crime de intolerância religiosa, o babalawo Ifágbaíyin reagiu com algumas denuncias que enfureceu o grupo, que o ameaçou de morte.

As autoridades começaram a investigar os acontecimentos, do grupo que se diz cubano.

Uma religião que escolhe os seus membros pela sua preferencia sexual, é no mínimo, intransigente em relação às leis do nosso pais,

O babalawo Ifágbaíyin deixa bem claro, que não interessa a ele opção sexual das pessoas por ele iniciadas, sigo a orientação de ifá, e inicio as pessoas, que Orúnmìlà indica.

Não aceito que imagens minhas e da minha família onde faz parte minha mãe que tem oitenta e um anos, estejam sendo divulgadas dessa forma.

Minha mãe esta acamada dado à gravidade da situação ela que tem um saúde frágil do alto dos seus mais de oitenta anos, me disse (meu filho siga fazendo o seu trabalho e nunca pergunte para ninguém com eles se deitam, isso não é coisa de sacerdote).

Vou seguir fazendo o meu trabalho.


O Babalawo  Ifagabiyin Agboola  recebeu a solidariedade e o apoio de inúmeros membro do ifá cubano, em ligações telefônicas e mensagens, haja visto que ele mesmo, começou a sua trajetória nesse seguimento, a duas décadas.


Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda?

  Por que o Ifá é indicado para quem segue a Umbanda? Quando me pediram para escrever sobre a Umbanda e o Ifá, pensei muito antes de aceit...